Parte II da entrevista com a médica pediatra Dra.Luiza Gramiscelli, com as perguntas mais frequentes que os pais fazem nos consultórios pediátricos.
A Dra Luiza, atende em seu consultório em Belo Horizonte e também online.
Neste post você vai ver orientações sobre:
- Riscos de acidente:
- Desenvolvimento;
- Tecnologia;
- Aprendizado;
- Vacinas.
6.Como posso proteger meu filho de lesões e acidentes?
-Supervisão constante: mantenha um olho atento, especialmente em locais com risco de quedas, afogamentos ou queimaduras.
-Sempre tenha um adulto responsável pela sua criança, principalmente em festas.
Uso como exemplo a metáfora do avião: quando o piloto passa os controles, durante o voo, para o copiloto ele sempre fala “seu avião” e o copiloto responde “meu avião”.
Essa resposta é a confirmação de que o outro está ciente de que a responsabilidade agora é dele. Na prática, se você vai se afastar de seu filho, direcione o cuidado especificamente para alguém e espere que a pessoa responda mostrando ciência de que a responsabilidade é agora dela, antes de se afastar.
-Instale portões de segurança, protetores de tomadas e utilize cadeirinhas adequadas no carro.
-Guarde medicamentos, produtos de limpeza e objetos cortantes em locais altos ou trancados.
-Ao invés de falar com seu filho sobre “não conversar com estranhos”, ensine a não confiar em pessoas com “comportamento estranho”, por exemplo pessoas que pedem para eles guardarem segredo dos pais (independente se são pessoas conhecidas, familiares ou desconhecidos).
-Tenha uma palavra de segurança da família: essa palavra deve ser algo comum e que não levante suspeitas e pode ser usada em diversas situações como, por exemplo, uma forma de seu filho saber que você realmente autorizou aquele amigo a buscá-lo na escola. Ou então, como uma forma de seu filho te pedir ajuda sem precisar falar que tem algo errado.
7. Quais são os benefícios e riscos das vacinas para crianças?
Benefícios: protegem contra doenças graves, como sarampo, poliomielite e meningite, prevenindo complicações e mortes. Elas também ajudam a controlar a disseminação de doenças na comunidade.
Riscos: são mínimos, geralmente limitados a reações leves, como febre ou dor no local da aplicação. Efeitos adversos graves são raros.
Os benefícios das vacinas superam amplamente os riscos e são fundamentais para manter a saúde das crianças e da população em geral.
8.Dra.Luiza Gramiscelli, como posso ajudar meu filho a desenvolver bons hábitos de sono?
Tenha uma rotina e a mantenha sempre que possível: tenha horários consistentes para dormir e acordar, inclusive nos fins de semana.
Crie um ambiente tranquilo: o quarto deve ser escuro, silencioso e confortável (se precisar de luz à noite, opte por tonalidade vermelha para não prejudicar a produção de melatonina).
Evite estímulos antes de dormir: reduza a exposição a telas e atividades excitantes à noite.
9. Como posso encontrar um equilíbrio saudável entre a tecnologia e a vida do meu filho?
Não exponha seu filho a telas antes dos 2 anos de idade e, mesmo após essa idade, use esses recursos apenas quando necessário (jamais em momentos como alimentação).
Defina limites de tempo: estabeleça regras claras sobre o tempo de uso de telas. Você pode inclusive usar dispositivos como a Alexa (ou uma ampulheta) para definir o tempo máximo e mostrar para a criança que está cumprindo o tempo combinado.
Escolha conteúdos apropriados: priorize aplicativos e programas educativos e monitore o que seu filho está assistindo ou jogando (cuidado com canais como YouTube que podem reproduzir conteúdos impróprios entre vídeos).
Incentive atividades offline: promova brincadeiras ao ar livre, leitura, e outras atividades que não envolvam telas.
Seja exemplo: evite ficar no telefone quando estiver com seu filho, curta o mundo offline com ele.
Quanto ao momento ideal para se ter um telefone celular, sugiro esperar a adolescência e, mesmo assim, use controle parental para que ele não tenha acesso a apps não recomendados, como Tik Tok e Instagram.
10.Com que frequência devo levar meu filho ao pediatra para check-ups?
A frequência de consultas depende da idade. É importante reforçar que Pediatria é uma especialidade preventiva, então o check-up envolve muito mais exame físico e anamnese do que exames de sangue ou de imagem. Nos primeiros anos de vida, consultas rotineiras são importantes para garantir que seu filho esteja crescendo e se desenvolvendo como o esperado, assim como para prevenir doenças.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a frequência de consultas é:
- Uma consulta entre 5-7 dias de vida
- Uma consulta com 15 dias de vida
- Consultas mensais entre 1 e 6 meses
- Consultas a cada 2 meses entre os 6 e os 24 meses (2 anos)
- Consultas a cada 3-4 meses entre os 2 e os 6 anos.
- Consultas a cada 6 meses entre 6 e 7 anos
- Consultas anuais a partir dos 7 anos.
11.Como posso apoiar a saúde mental e emocional do meu filho?
Apoiar a saúde mental e emocional do seu filho envolve estar presente, ser compreensivo e adaptar o apoio às necessidades de cada fase do desenvolvimento.
Infância (0-5 anos):
- Crie um ambiente estável e afetuoso;
- Fale com seu filho, escute-o e valide seus sentimentos;
- Incentive interações com outras crianças e atividades de grupo.
Pré-escola e Escola (6-12 anos):
- Ajude a criança a ter um dia organizado e previsível.
- Ensine a identificar e falar sobre sentimentos;
- Elogie esforços e conquistas;
- Ofereça apoio em desafios.
Adolescentes (13-18 anos):
- Dê espaço e seja um bom ouvinte sem julgar;
- Esteja disponível para conversar sobre preocupações e problemas;
- Incentive práticas saudáveis, como atividades físicas e tempo para hobbies;
- Esteja atento a sinais de estresse intenso, ansiedade ou depressão e considere buscar ajuda especializada se necessário.
12. Quais são os sinais de que meu filho pode ter problemas de aprendizado?
-Dificuldades persistentes na escola, como desempenho significativamente abaixo do esperado para a idade.
-Problemas com leitura, escrita ou matemática, como dificuldade para aprender ou usar habilidades básicas.
-Dificuldade em seguir instruções e manter o material escolar organizado (ou estar sempre perdendo itens do material)
-Facilidade em se distrair e dificuldade para manter o foco em tarefas.
-Sentimentos de frustração e falta de confiança em suas habilidades.
-Essas respostas são preciosas e podem ajudar muito nos cuidados com as crianças, compartilhe, envie para amigos e familiares.
Médica Pediatra
A Dra Luiza, atende em seu consultório em Belo Horizonte e também online com pacientes em diferentes lugares do mundo. Acompanhe a Dra Luiza Gramiscelli nas redes sociais, @dralupediatra.
Artigo escrito por
Flavia Oliveira
Jornalista e Relações Públicas, formada em Mediadora de Conflitos, pelo Instituto Federal de Brasília, através da Tertúlia Literária Dialógica. Mãe de dois: Mia e Andrea, vivendo em Malta e sempre com uma passagem para o próximo destino a ser descoberto.