Como mães e pais, a tecnologia se tornou uma ferramenta quase indispensável para conciliar a rotina de trabalho com os cuidados dos filhos. Em meio a tarefas e reuniões online, dar um tablet na mão da criança pode parecer a solução mais fácil. Até se transformar em outros problemas como irritabilidade e falta de interesse das crianças!
Neste guia prático, vamos desmistificar o desafio do tempo de tela, mostrando que é possível encontrar um equilíbrio saudável.
Como profissional da área de Marketing e redação, atuo há quase 15 anos, conciliando meu emprego formal com a rotina de freelancer no home office. Depois que virei mãe, precisei pesquisar para descobrir estratégias reais e aplicáveis em nosso dia a dia com o objetivo não de proibir, mas sim transformar o tempo de tela em uma parte intencional da rotina, abrindo espaço para a criatividade e o tempo de qualidade em família.
1. O Desafio do Tempo de Tela: O que Aprendi na Prática
Hoje sou mãe de uma menina de 8 anos cheia de energia e curiosidade, sei bem como é tentador usar as telas como uma ajuda rápida durante o dia. Às vezes, no momento entre reuniões online e prazos apertados, o tablet parecia, muitas vezes, a solução mágica para garantir alguns minutos de silêncio.
Com o passar do tempo, contudo, percebi que o excesso de tempo de tela deixava minha filha mais irritada, menos disposta a brincar sozinha e até com dificuldade para dormir. Entender esses sinais — sem me culpar — foi o primeiro passo para buscar um equilíbrio realista, tanto para ela quanto para mim
2. Estabeleça Limites com Cuidado: Regras que Cabem na Vida Real
A fim de melhorar a qualidade de vida de todos, aprendi que regras funcionam melhor quando fazem sentido para a rotina da família. Não adianta criar um plano perfeito no papel que ninguém consegue seguir.
- Janelas específicas para telas: combinamos que ela pode usar o tablet enquanto estou em reuniões mais importantes.
- Espaços livres de telas: a mesa do almoço virou nosso momento de conversa — celular e TV ficam de lado.
- Timers visuais: usamos um timer de cozinha colorido. Assim, quando ele apita, ela mesma já sabe que é hora de mudar de atividade.
Explicar o “porquê” dessas regras ajuda muito. Eu sempre digo: “agora é tempo de brincar, depois você pode ver seu desenho favorito.” Essa clareza torna tudo mais leve.

3. Ofereça Alternativas que Realmente Funcionam
No cotidiano, percebi que a melhor forma de reduzir o tempo de tela era preparar atividades interessantes para ela fazer sozinha enquanto eu trabalho. Vale ressaltar algumas das nossas atividades favoritas:
- Caixa de tesouros: encho uma caixa com tecidos coloridos, colheres de pau, potes e coisas inusitadas. Ela adora inventar jogos com esses objetos.
- Missões criativas: deixo lápis, adesivos e papéis à mão e proponho desafios como “desenha o lugar mais divertido do mundo” ou “faça um cartão para alguém da família”.
- Cantinhos de desenhar e colorir: organizo livros de colorir, folhas em branco e canetinhas na mesa de estudos da família.
- Brincadeiras de faz-de-conta: um kit simples de fantasias ou panelinhas vira palco de histórias que ela mesma cria.
Essas atividades me dão tempo para trabalhar com tranquilidade — e depois aproveitamos para brincar juntas, reforçando que o tempo offline também pode ser muito especial.
4. Crie Momentos de Desconexão com Propósito
Nem tudo precisa ser proibido — o segredo é usar as telas de forma intencional e equilibrada. Alguns rituais nos ajudam:
- Sessão de filme com bate-papo: escolhemos juntas um filme para assistir e depois conversamos sobre a história. Assim, ela participa ativamente.
- Fim do dia sem telas: 30 minutos antes de dormir, trocamos tablet e TV por livros e músicas calmas. Isso melhorou muito a qualidade do sono dela.
- Pequenos intervalos offline: entre uma tarefa e outra, regamos as plantas ou damos uma volta rápida no quarteirão. São pausas simples, mas significativas.
Esses momentos fazem com que o tempo de tela seja apenas uma parte do dia — e não o centro dele.

5. Ajuste Sempre que Precisar
Percebi que não existe fórmula fixa: o que funciona hoje pode não funcionar amanhã. Por isso, revisamos nossa rotina de tempos em tempos.
- Revejo as regras regularmente: será que o tempo de tela está adequado à idade dela?
- Escuto o que ela tem a dizer: perguntar como ela se sente com essas mudanças traz senso de participação.
- Comemoro as pequenas vitórias: quando ela passa mais tempo brincando do que no tablet, fazemos questão de reconhecer esse avanço juntas.
Esse processo é vivo, cheio de ajustes. E tudo bem — porque o objetivo não é controlar cada minuto, mas criar uma rotina saudável e feliz para todos.
Conclusão
Limitar o tempo de tela não é sobre cortar prazeres ou seguir regras rígidas. É sobre criar espaço para novas descobertas, para o brincar livre e para a convivência.
Como mãe que trabalha de casa, sei que não é fácil — mas também aprendi que não precisa ser uma luta diária. Com organização, afeto e um pouco de criatividade, é possível encontrar equilíbrio, sem abrir mão nem do trabalho nem da infância cheia de imaginação que nossas crianças merecem viver.
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Escrito por
Gabriela Sucupira
Redatora bilíngue de língua inglesa, Especialista em Marketing pela USP/Esalq e bacharel em Letras pela UFRJ. Carioca, mãe da Rebeca, Consultora Textual e de Personal Branding para o Linkedin.