Qual a diferença entre Depressão Pós-Parto e Baby Blues?

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Para nos ajudar a entender a diferença entre depressão pós-parto e baby blues, entrevistamos a psicóloga Janaína Gonçalves, pós-graduada em psicologia perinatal e parentalidade.

  Muitas pessoas buscam entender os sinais e sintomas da depressão Pós-Parto, diferenciando-a do estado emocional conhecido como “Baby Blues”. Então,

Quais as diferenças entre Depressão Pós-Parto e Baby Blues?

 

  É muito importante ressaltar que esse período perinatal, que é o período que compreende desde a gravidez, o nascimento e puerpério, é um período de grandes mudanças emocionais da vida da mulher. Sendo assim, é um período com um dos maiores riscos de adoecimento psíquico. 

  A mulher passa, nesse período, por mudanças muito significativas do ponto de vista hormonal. Do ponto de vista neurológico e do ponto de vista social também porque a partir de um positivo, a vida dessa mãe muda, nunca mais vai ser a mesma. Então, do ponto de vista de responsabilidade, de carga mental, a vida dessa mulher já está em mudança. E isso traz muitos, muitos sentimentos, muitas novas emoções que podem ser acompanhadas e que todos os profissionais de saúde precisam estar atentos. 

  Então, quando a gente vai falar de depressão pós parto, a gente tem que sempre ficar atenta se esses sintomas também já não começaram já na gravidez. Porque quando a gente vai pensar em flutuações de humor, pode estar relacionado também às flutuações hormonais da gravidez. 

E os Sintomas? 

  Como que a gente vai diferenciar esse estado emocional? É muito importante a gente pensar que assim que o bebê nasce, a mulher tem uma queda abrupta, hormonal. Essa queda abrupta hormonal, ela ocasiona, às vezes, algumas flutuações de humor, uma tristeza que vem mais repentina, uma irritabilidade, né? Mas que ela vai passando com o tempo. Então é esperado em 15, 20 dias, essa maior flutuação de humor. 

  Entretanto, se essa mãe ela está, que a gente chama de baby blues, essa flutuação de humor é um choro que pode vir uma tristeza, até mesmo pelo próprio luto, né? Que essa mãe sente nesse momento, com a chegada em casa, o luto no sentido da mudança da vida. É um luto no sentido de perceber que às vezes aquela liberdade que ela tinha antes ela muda, né? Então essa mãe, ela tá com um bebê que depende 24 horas dela. Isso pode trazer muitas emoções ali nesse primeiro mês pós-parto. 

  Então a gente chama isso de baby blues, que são essas flutuações de humor que acontecem já no início do pós parto. 

  Essas flutuações de humor. Elas se dão tanto pelas questões hormonais, mas também por esse período adaptativo da maternidade. Mas não é esperado que seja uma tristeza persistente, né? Essa mãe esta também extremamente prazerosa. 

Então, quando os sinais de depressão pós parto?

  Já nos dias imediatos, após o nascimento do bebê, quando essa mãe está apresentando uma apatia maior, né? Um desinteresse maior nas coisas, um próprio desinteresse no próprio bebê. Pode também estar apresentando uma tristeza mais persistente, um choro fácil, uma flutuação de humor mais forte do que seria uma depressão do que seria um Baby Blues. 

E no Baby Blues os sintomas são menos intensos, são mais relacionados a uma flutuação de humor e os sintomas de depressão pós parto são sintomas, porém mais persistentes com maior intensidade. É uma tristeza que vem acompanhada também de ansiedade e de sentimentos, às vezes de culpa. Pode vir acompanhado também de preocupações excessivas com o bebê quando está relacionado também com sintomas de ansiedade e dificuldade de acreditar em si mesma. 

Algumas mães com depressões mais graves podem apresentar sintomas de realmente não está conseguindo cuidar do bebê por estar se sentindo impotente. Se sentir que não consegue cuidar do bebê, que não dá conta de cuidar desse bebê, então é muito importante o encaminhamento para poder iniciar um tratamento, para melhorar a qualidade de vida dessa mãe, bebê e da família.

É muito importante entender que os sintomas podem variar de caso a caso! 

Algumas mulheres podem, por exemplo, apresentar alterações significativas no sono, como uma sonolência excessiva, e um pode apresentar um cansaço muito excessivo também. Outras podem apresentar um estado de alerta maior, uma dificuldade muito grande de dormir, mesmo quando aquele bebê está dormindo, que o bebê está descansando. Essa mãe às vezes não consegue dormir, não consegue descansar, não consegue se desligar. Então, isso também pode acontecer na depressão pós-parto. Outras mães podem perder muito o apetite, não querer comer, sentir desprazer muito na comida, não querer se alimentar. E outras já podem ter uma compulsão maior alimentar de comer maior, de buscar a comida com mais em excesso.

  Esses sintomas às vezes se misturam muito com todas essas adaptações que passam no puerpério, né? Principalmente relacionado ao sono, né, que é um momento de muita adaptação. Mas o que a gente vê, é também um dos pontos importantes é que a privação de sono é um complicador na depressão pós-parto. Quando essa mãe está dormindo, diminui a incidência ou a gravidade da depressão pós-parto. Então a privação de sono, pode também dificultar o tratamento da depressão pós parto.

  Os sintomas podem variar e precisa de avaliação de profissional capacitado para poder avaliar e encaminhar um tratamento adequado.

Psicóloga pela PUC-MINAS, especialista em Perinatal e Parentalidade, co-autora do Livro Psicologia Perinatal. Acompanhe a Janaína Gonçalves nas redes sociais, @janainagoncalvespsicologa

Artigo escrito por

Rondy Cavulla

Mãe da Maria Olívia, expatriada em Malta, Gestora, SEO e especialista em Museus e Património Cultural.

Artigo escrito por

Rondy

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