Natação para bebês: benefícios e dicas para pais

Desde que eu estava gestante da minha primeira filha Mia eu dizia: “assim que ela tiver seis meses já irá iniciar a natação”. Portanto, assim foi feito, não iniciou com seis meses por conta da pandemia, mas iniciou com sete meses e segue até hoje com cinco anos. E Andrea, o mais novo, ja iniciou com cinco meses. 

Eu sempre tive o pensamento que quando mais cedo o bebê entrar ter contato com a água, mais facilidade ele terá para nadar e para ter segurança dentro da água e não se afogar. Depois o primeiro professor de natação de Mia me disse que o reflexo natatório é mais forte no primeiro ano de vida e ao longo do tempo esse reflexo vai sendo esquecido.

Por este motivo, no artigo de hoje trouxemos a professora Nathalia Pereira, especialista em natação para bebês, para responder as maiores dúvidas dos pais em relação ao tema.  

1- Qual é a idade mínima para o bebê iniciar a natação?

A maioria dos especialistas recomenda que os bebês iniciem a natação a partir dos 6 meses de idade, quando já possuem mais controle sobre os movimentos da cabeça e pescoço e já tomaram as principais vacinas. No entanto, já existem professores que iniciam as atividades aquáticas com menos idade, para isso é necessário as aulas serem nas casas dos alunos e em um ambiente bem mais protegido. 

2-Quais são os benefícios da natação para bebês?

Estimula o desenvolvimento motor e cognitivo, melhora a coordenação e o equilíbrio, fortalece músculos e articulações. Além de, estimular o vínculo entre bebê e pais, ajudar na socialização e adaptação em novos ambientes e pode contribuir para o relaxamento e melhora do sono.

3- Como você garante a segurança dos bebês durante as aulas de natação?

Aulas são sempre supervisionadas por profissionais qualificados, a presença dos pais ou responsáveis dentro ou próximo à piscina, uso de piscinas adaptadas para bebês (temperatura adequada, profundidade segura), ainda mais existe a limitação no número de alunos por turma.

4- Como você adapta as aulas de natação para atender às necessidades individuais de cada bebê?

Sabemos que cada bebê tem seu próprio ritmo, então as aulas são planejadas para respeitar o tempo de adaptação de cada criança. Usamos também atividades lúdicas que incentivam o aprendizado. Acima de tudo, observamos os sinais de desconforto ou cansaço. Propomos estímulos específicos de acordo com a idade e habilidades motoras. E ainda estamos sempre atentos e em alinhamento nas orientações dos pais ou responsáveis.

criança apontando o dedo para foto e homem vestido de preto segurando
Pai e criança na aula de natação

5- Quais são as precauções de segurança tomadas para prevenir acidentes durante as aulas de natação?

Monitoramento constante por profissionais, regras claras de entrada e saída da piscina, ambiente antiderrapante ao redor da piscina, além de higienização rigorosa da água e dos equipamentos e nunca deixar o bebê sozinho em nenhum momento.

6- Como você ajuda os bebês a se sentirem confortáveis e seguros na água?

Temos uma introdução gradual e lúdica, a presença dos pais durante as aulas transmite segurança ao bebê, fazemos brincadeiras com brinquedos aquáticos e usamos músicas. Além de dinâmicas leves para tornar a experiência prazerosa.

7- Como a natação pode ajudar no desenvolvimento motor do meu bebê?

A água oferece resistência suave, ajudando o bebê a: ampliar a força muscular, desenvolver a coordenação motora fina e grossa, além de aprender movimentos bilaterais (usar os dois lados do corpo) e estimular reflexos e noções de espaço.

8- A natação pode ser benéfica para bebês prematuros ou com necessidades especiais?

Sim. A natação é frequentemente indicada nesses casos, desde que haja liberação médica. Ela pode: estimular o desenvolvimento motor, melhorar a respiração e a resistência, promover interação social e sensorial, além de aumentar a confiança do bebê e dos pais.

 

Portanto, a natação para bebês é uma atividade maravilhosa para incluir na rotina do seu bebê e que também proporciona inúmeros benefícios para o desenvolvimento físico, emocional e social dele. 

Além de ser uma ótima forma de iniciar a vida esportiva, já estudos mostram que a natação em si aumenta a amplitude de movimento, reduz a dor nas articulações, aumenta a flexibilidade, melhora a postura e muito mais. Ela vai ajudar a fortalecer a confiança e a autoestima do seu bebê, além de criar um vínculo especial entre o cuidador que estará na água e o bebê, já que passarão esse tempo de qualidade juntos. 

E com as dicas da professora Nathalia, vocês, pais, mães e cuidadores, podem se sentir seguros e preparados para iniciar essa jornada aquática

Entrevistada

Nathalia Pereira, formada em Educação Física e especialista em natação para bebês, com mais de 15 anos de experiência na área aquática. Apaixonada por desenvolver a adaptação e o amor pela água desde os primeiros meses de vida, unindo técnica, carinho e segurança em cada aula.

Escrito por

Flávia Oliveira

Jornalista e Relações Públicas, formada em Mediadora de Conflitos, pelo Instituto Federal de Brasília, através da Tertúlia Literária Dialógica. Mãe de dois: Mia e Andrea, vivendo em Malta e sempre com uma passagem para o próximo destino a ser descoberto.

Posição em W nas Crianças: Mitos, Fatos e Orientações para Educadores

O impacto da posição em W no desenvolvimento infantil é o motivo das preocupações de pais, médicos e fisioterapeutas. Reunimos as recomendações que podem ajudar a promover posturas saudáveis nas crianças.

As crianças pequenas, geralmente de 2 a 6 anos, têm a facilidade  de sentarem de um jeito que os especialistas chamam de posição em W.

Mas como é essa posição? É aquele jeitinho peculiar de sentar com os joelhos dobrados para frente e os pés dobrados para trás, formando a letra “W” com as pernas, quando vista de cima.

Neste post você vai ver:

  • Preocupações Comuns: O Que Pais, Médicos e Fisioterapeutas Pensam.

  • Mitos e Fatos sobre a Posição em W.

  • O que dizem os estudos?

  • Como orientar as crianças a evitar a posição em W?
  • Conclusão.

Preocupações Comuns: O Que Pais, Médicos e Fisioterapeutas Pensam

A primeira vista, sentar na posição em W forma pode ser confortável para as crianças, mas a longo prazo pode afetar seu desenvolvimento postural e ósseo.

É possível destacar algumas características relacionadas ao hábito de sentar na posição em W:

  • Comum entre os 2 a 6 anos, especialmente em fases de transição de postura;

  • Proporciona maior estabilidade (baixa exigência de controle postural);

  • É confortável para algumas crianças com tônus muscular diminuído (como nas síndromes neurológicas).

 

Preocupações dos Pais

Quando falamos em relação à saúde, dentre as pessoas que mais se preocupam as possíveis consequências de sentar na posição em W  estão os pais e cuidadores.

Eles estão presentes durante a maior parte do tempo com a criança e vivenciam os episódios de desconforto e dores nas pernas e costas que essa posição em W pode causar.

 

Orientações dos Médicos

Os médicos e outros especialistas recomendam atenção especial nos seguinte casos:

  • Se a criança sempre escolhe essa posição;

  • Se ela apresenta dificuldade para sentar de outras formas (como “pernas de índio”);

  • Se há histórico de problemas ortopédicos ou neuromotores.

 

Sugestões dos Fisioterapeutas

Os profissionais da área de fisioterapia orientam que é preciso monitorar e orientar a criança com carinho para evitar maiores problemas em seu desenvolvimento no futuro.

Eles explicam que o estímulo é melhor caminho para mudar a situação.

Desvendando os Mitos sobre a Posição em W

Se o seu filho ou filha tem o costume de sentar na posição em W, você já deve escutado algumas frases um tanto preocupantes sobre as “possíveis” consequências de a criança permanecer sentada assim por muito tempo.

Embora algumas das afirmações tenham fundamento, outras não passam de mitos populares sobre um assunto do qual não se tem conhecimento ou cujas informações sejam superficiais.

Vale ressaltar alguns desses Mitos e as Explicações por trás deles:

 

“A Posição em W Sempre Causa Danos às Articulações”.

Mito, quando se diz “SEMPRE causa danos”. Mas esse mito tem fundamento.

A posição em W pode gerar problemas quando mantida por longos períodos ou usada com muita frequência, especialmente em crianças em fase de crescimento.

Sentar na posição em W pode aumentar o risco de:

  • alterações posturais;

  • enrijecimento dos músculos do quadril;

  • atrasos no desenvolvimento da coordenação motora;

  • estresse nas articulações dos quadris, joelhos e tornozelos.

Se for uma posição ocasional em crianças e adultos, sem dor nem outros fatores de risco, geralmente não há motivo de preocupação.

 

Mulher loira de cerca de 35 anos, vestindo blusa azul, sorri enquanto apoia gentilmente um menino sentado de costas em um banco diante de uma mesa de madeira, iluminada por uma janela com plantas, enquanto ele desenha com lápis de cor.
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“Crianças Sempre Perderão a Capacidade de Caminhar Corretamente se Sentarem em W”

Mito. Essa frase generaliza os fatos, isto é, sentar em W não leva AUTOMATICAMENTE à perda da capacidade de caminhar corretamente.

O corpo infantil é flexível e pequenos hábitos posturais nem sempre causam prejuízos duradouros. A realidade é que muitas crianças adotam a posição ocasionalmente e se desenvolvem normalmente, sem alterações no modo de andar, na marcha.

 

“A Posição em W Pode Ser Usada Sem Consequências se Não for Corrigida”

Mito. O uso ocasional da posição em W geralmente não causa problemas, mas dizer que pode ser usada sem consequências e sem correção ignora os riscos do uso frequente ou prolongado, especialmente em crianças em desenvolvimento.

 

Se não for orientada ou alternada com outras posturas, sentar na posição em W pode levar a:

  • alterações no desenvolvimento postural;

  • enrijecimento dos quadris;

  • dificuldade de equilíbrio e coordenação;

  • estresse nas articulações.

Estudos científicos sobre a posição em W

Especialistas em ortopedia pediátrica, fisioterapia e desenvolvimento infantil apontam que a posição em W, embora comum entre crianças pequenas, pode trazer riscos ao desenvolvimento articular e motor quando usada com frequência ou por longos períodos.

Desenvolvimento articular e muscular

Vale ressaltar que os profissionais fisioterapeutas e ortopedistas explicam que a posição em W coloca estresse excessivo sobre:

    • quadris;

    • joelhos;

    • tornozelos.

Esse estresse causado pela posição em W pode prejudicar a rotação interna do quadril e causar encurtamentos musculares, especialmente nos músculos do quadril e posteriores da coxa.

A posição em W e a Influência no Desenvolvimento Motor

Estudos destacam que a posição em W reduz a necessidade de ativar os músculos do core (tronco) para manter o equilíbrio.

Com isso, é possível que o desenvolvimento da estabilidade postural seja afetado e dessa forma, a coordenação motora e o controle de movimentos finos sejam prejudicados.

 

A evolução da Preferência pela Posição em W em Idades Mais Avançadas 

A partir dos 6 ou 7 anos, a preferência pela posição em W tende a diminuir naturalmente, principalmente entre crianças sem alterações musculoesqueléticas ou neurológicas. Isso ocorre porque a rotação interna do quadril vai se reduzindo com o desenvolvimento.

No entanto, se o hábito persistir após os 7 anos, os profissionais de saúde recomendam avaliação para prevenir desequilíbrios posturais ou atrasos no desenvolvimento motor.

Como Orientar Crianças a Evitar a Posição em W?

Orientar as crianças a evitar a posição em “W” é importante para promover um desenvolvimento musculoesquelético saudável. Dessa forma, é importante destacar as seguintes maneiras de abordar esse tema: 

Alternativas Posturais e Posicionamento Correto

Podemos incentivá-los a posturas como:

  • Sentar com as pernas esticadas à frente: essa posição alonga os músculos da parte de trás das pernas e promove um bom alinhamento da coluna.
  • Sentar com as pernas cruzadas (“índio”): essa postura fortalece os músculos do quadril e ajuda no equilíbrio.
  • Sentar de lado: alternar os lados evita tensão excessiva em um único lado do corpo.
  • Apoiar-se em superfícies: ao brincar no chão, incentivar a criança a se apoiar nos braços para fortalecer os músculos do tronco e ombros.

 

Atividades para Melhorar a Postura e o Desenvolvimento Motor

Os especialistas recomendam algumas atividades simples para incorporar na rotina das crianças. Vale ressaltar aquelas que fortalecem os músculos do tronco, quadris e pernas, pois são cruciais para ajudar no desenvolvimento motor dos pequenos:

  • Brincadeiras de equilíbrio: andar em cima de uma linha, brincar de estátua, usar uma prancha de equilíbrio.
  • Atividades de engatinhar e rastejar: túneis, obstáculos no chão para serem superados.
  • Jogos que exigem agachamento: pegar brinquedos no chão, imitar animais como sapos.
  • Atividades ao ar livre: correr, pular, subir em árvores (com supervisão).
  • Exercícios simples: alongamentos suaves, como alcançar os dedos dos pés.

Essas atividades ajudam a desenvolver a consciência corporal e a força muscular necessária para manter posturas saudáveis naturalmente.

Veja mais dicas de atividades ao livre aqui.

 

Situações para procurar ajuda de um profissional

A ajuda profissional de um pediatra, fisioterapeuta pediátrico ou ortopedista pediátrico é recomendada nos seguintes casos: 

  • Dificuldade persistente em evitar a posição em “W”;
  • Queixas de dor nas pernas, joelhos, quadris ou costas.
  • Dificuldade em realizar atividades motoras adequadas para a idade.
  • Assimetrias visíveis, como uma perna parece girar mais para dentro que a outra, por exemplo.
  • Histórico de problemas ortopédicos.

Em caso desses sintomas, o especialista poderá avaliar a situação e oferecer orientações específicas e personalizadas para a criança.

Conclusão: O Que os Educadores e Pais Devem Saber

A posição em “W” é comum em crianças pequenas, mas seu uso frequente e prolongado pode trazer preocupações para o desenvolvimento postural e motor.

Educadores e pais devem estar atentos à frequência com que as crianças adotam essa postura e incentivar ativamente alternativas mais saudáveis, explicando de forma lúdica os benefícios de variar as formas de sentar.

Oferecer um ambiente com diversas opções de assentos e promover brincadeiras que naturalmente exigem diferentes movimentos e fortalecem a musculatura são estratégias importantes.

 

Recomendamos o artigo que reúne os Benefícios da yoga para crianças, com Silvia Perez.

Mulher negra sorrindo com cabelo cacheado e batom vinho, vestindo blusa amarela

Escrito por

Gabriela Sucupira

Redatora bilíngue de língua inglesa, Especialista em Marketing pela USP/Esalq e bacharel em Letras pela UFRJ. Gabriela é carioca, Mãe da Rebeca, que atua como Consultora Textual e Personal Branding para o Linkedin.