Inseminação artificial: um guia completo

A inseminação artificial é um método de reprodução assistida que consiste em introduzir o esperma masculino no sistema reprodutivo feminino, com o objetivo de fertilizar o óvulo e conceber um bebê. O procedimento auxilia casais ou indivíduos a conceber um filho por meio de técnicas de reprodução assistida.  

Existem algumas técnicas utilizadas na Inseminação Artificial:

1.⁠ ⁠Inseminação Intrauterina (IIU): O sêmen é inserido diretamente no útero.

2.⁠ ⁠Fertilização In Vitro (FIV): O óvulo é fertilizado fora do corpo.

3.⁠ ⁠Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide (ICSI): Um espermatozoide é injetado diretamente no óvulo.

4.⁠ ⁠Transferência de Embrião (TE): O embrião é transferido para o útero.

5.⁠ ⁠Diagnóstico Genético Preimplantação (DGP): Análise genética do embrião antes da transferência.

1- Inseminação intrauterina

A inseminação intrauterina é um método acompanhado por um médico e consiste no processo de colocar o sêmen direto na no local onde o embrião se desenvolve na gravidez (ou cavidade intrauterina), perto das trompas, portanto a fertilização ocorre no interior do organismo materno, como em uma gravidez espontânea. 

2- Fertilização in Vitro

A FIV é totalmente diferente da inseminação intrauterina, pois a fertilização e o desenvolvimento embrionário inicial ocorrem no laboratório de fertilização. . Na inseminação, sempre uma das mulheres irá gestar com seus próprios óvulos. 

A FIV chama-se fertilização in vitro porque a fecundação é feita em laboratório. A formação do embrião (junção do gameta feminino, o óvulo, com o gameta masculino, o espermatozóide) acontece fora do útero da mulher. No FIV, temos duas possibilidades: na primeira, uma das mulheres vai gestar com os seus próprios óvulos, na segunda é a gestação compartilhada. Neste caso, as duas mulheres passam por exames que avaliam a capacidade reprodutiva, anatomia uterina, análise de fatores como idade e doenças como diabetes, hipertensão etc. Dessa forma, é possível que uma mulher viva a gestação do filho biológico de sua parceira. (confira aqui a entrevista com Patrícia Luna e desmistifique os mitos da família homoparental). 

Pontos importantes a serem levados em consideração são a idade e a saúde da mulher que vai doar/fornecer o óvulo. Sabe-se que a idade do óvulo é um fator fundamental para as chances de sucesso, independente de qual técnica de reprodução assistida foi a indicada, assim como na incidência de complicações materno-fetais.

3- Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide

A Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide (ICSI) é uma técnica de fertilização assistida que consiste na extração de um espermatozóide a partir de uma amostra de sémen ou através uma biópsia testicular para selecionar os espermatozoides mais adequados. Na inseminação artificial, a ICSI é utilizada para superar problemas de infertilidade masculina ou feminina, como: baixa contagem de espermatozoides, problemas de motilidade ou morfologia espermática, falha de fertilização natural e infertilidade inexplicada. As maiores vantagens são: uma maior taxa de fertilização, reduz o risco de falha de fertilização e pode ser utilizada em casos de infertilidade masculina grave, mas pode ser mais cara do que outras técnicas de fertilização e requer equipamento especializado.

O processo é feito da seguinte forma: 

  • Coleta de óvulos: Os óvulos são coletados da mulher por meio de uma punção ovariana.
  • Coleta de espermatozoides: Um espermatozoide é coletado do homem por meio de uma amostra de sêmen.
  • Seleção do espermatozoide: Um espermatozoide saudável é selecionado.
  • ⁠Injeção: O espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo. 
  • Fertilização: O óvulo fertilizado é cultivado em laboratório.
Mãos do bebê entrelaçadas às mãos de um adulto
Foto de Liv Bruce na Unsplash

4- Transferência de Embrião (TE)

Na transferência de embrião, o embrião é transferido para o útero, com dois tipos de transferência: a transferência de embrião fresco, onde o embrião é transferido logo após a fertilização e a transferência de embrião congelado, onde o embrião é  congelado e posteriormente descongelado para transferência. 

Essa técnica possui uma maior taxa de sucesso em comparação com outras técnicas de fertilização. Além de reduzir o risco de múltiplas gestações e permitir a seleção de embriões saudáveis.

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5- Diagnóstico Genético Preimplantação (DGP)

Existe ainda o Diagnóstico Genético Preimplantação (DGP), que é uma técnica que permite analisar o material genético de um embrião antes da transferência para o útero. Esse procedimento ajuda a identificar possíveis anomalias genéticas ou doenças hereditárias, ou seja, aumentando as chances de uma gravidez saudável e a reduçao do numero de abortos espontaneos, pois permite a seleção de embriões saudáveis.

Existem também algumas técnicas avançadas que visam melhorar as taxas de sucesso da inseminação artificial e reduzir os riscos de complicações. 

São elas: 

1.⁠ ⁠Microinjeção: Técnica que melhora a taxa de sucesso da ICSI.

2.⁠ ⁠Cultivo de Embriões: Permite o desenvolvimento dos embriões por mais tempo.

3.⁠ ⁠Congelamento de Óvulos ou Espermatozoides: Preserva a fertilidade para o futuro. (veja aqui a entrevista com a médica Fabiana Camargo sobre o congelamento de óvulos e produção independente).

4.⁠ ⁠Doação de Óvulos ou Espermatozoides: Opção para casais com problemas de fertilidade.

Quem deve considerar a Inseminação Artificial?

  • Casais que tentam engravidar há pelo menos 1 ano
  • Casais com problemas de fertilidade 
  • Casais com causas desconhecidas de infertilidade 
  • Alterações na qualidade dos espermatozoides 
  • Azoospermia (ausência completa de espermatozoides) 
  • Mulheres solteiras 
  • Casais de mulheres

Lembrando sempre que para escolher o melhor protocolo para a sua inseminação é importante personalizar seu tratamento, ou seja, escolher um dos métodos que melhor se adeque ao seu histórico e à situação que você se encontra atualmente. E é importante consultar um especialista em genética e fertilidade para discutir as opções para o seu caso. 

Artigo escrito por

Flavia Oliveira

Jornalista e Relações Públicas, formada em Mediadora de Conflitos, pelo Instituto Federal de Brasília, através da Tertúlia Literária Dialógica. Mãe de dois: Mia e Andrea, vivendo em Malta e sempre com uma passagem para o próximo destino a ser descoberto.