Como Proteger Crianças na Internet: Dicas e Cuidados

Nossos filhos crescem em um mundo conectado, cheio de possibilidades, mas também de riscos. Conversamos com uma especialista para entender como proteger as crianças na internet, equilibrando diálogo, educação digital e ferramentas como o Kaspersky Safe Kids.

A internet faz parte da rotina das nossas crianças — seja para estudar, brincar ou se conectar. Mas, com tantas possibilidades, surgem também muitos riscos que tiram o nosso sono com os conteúdos impróprios, ciberbullying, golpes disfarçados de joguinhos, além do medo de que eles conversem com quem não deveriam.

E, no meio de tudo isso, fica aquela pergunta que não sai da cabeça: como proteger nossos filhos nesse mundo digital que parece não ter limites? Até onde vai o equilíbrio entre dar autonomia e garantir a segurança?

Nessa conversa, que é quase um bate-papo entre mães, buscamos entender melhor esses desafios e, principalmente, como podemos lidar com eles de forma prática e leve.

Aqui no My Baby Care, acreditamos que informação de qualidade faz toda a diferença na criação dos nossos filhos. Por isso, convidamos a Mãe de 3, Gislaine Nogueira, Especialista em Prevenção a Fraudes com mais de 20 anos de experiência, para responder às dúvidas que toda mãe tem — inclusive eu! — sobre os riscos on-line.

Ela nos ajuda com recomendações sobre como dar limites, respeitar e cuidar da privacidade dos pequenos e ainda nos orienta como criar crianças mais seguras, conscientes e preparadas para esse mundo digital que só cresce.

Neste artigo, encontramos conselhos para as seguintes questões:

  • Existe uma idade ideal para começar a usar celular ou redes sociais?

  • O que caracteriza um conteúdo impróprio para crianças, mesmo que pareça “inofensivo”?

  • Qual a melhor forma de estabelecer limites saudáveis de tempo de tela?

     

 

Segurança e Riscos Digitais

Quais são os principais perigos que as crianças enfrentam na internet atualmente?

Embora seja amplamente discutido, o uso da internet por crianças é um tema delicado. Isto porque esses pequenos estão expostos a diversos riscos, como:

  • Exposição a conteúdos impróprios (violência, sexualização, discursos de ódio);
  • Contato com estranhos, aliciamento e grooming (quando um adulto ganha a confiança da criança com o objetivo de abusar ou explorá-la);
  • Ciberbullying (bullying em ambiente digital);
  • Vazamento de dados pessoais (que podem ser usados em golpes);
  • Golpes disfarçados de jogos ou promoções.

 

Existe uma idade ideal para começar a usar celular ou redes sociais?

Essa é uma das perguntas mais feitas pelos pais cuja resposta é mais complexa do que parece, pois não há uma regra fixa, o mais importante é avaliar a maturidade da criança e a disponibilidade dos responsáveis para realizar o controle.

As redes sociais já trazem indicações de idade mínima, e, na prática, quanto mais esse uso puder ser adiado, menores os riscos. Caso os pais decidam permitir, o uso deve ser acompanhado de regras bem definidas e controle rigoroso.

Mãe negra e filho sorrindo enquanto usam um tablet juntos na cozinha, com suco e frutas sobre a mesa.
Image by Drazen Zigic in FreePik

Regras e limites

Qual a melhor forma de estabelecer limites saudáveis de tempo de tela?

O mais importante é definir regras claras e cumpri-las com consistência. Aplicativos de controle parental ajudam bastante nesse processo, pois permitem configurar limites por faixa etária e tipo de conteúdo, além de estabelecer uma rotina saudável para o uso.

Como abordar o assunto de privacidade e exposição on-line com crianças pequenas?

Com as crianças pequenas, o ideal é usar materiais lúdicos, livros infantis e exemplos simples do dia a dia. Dá para criar histórias ou jogos em família que mostrem, de forma leve, porque é importante não compartilhar certas informações ou imagens na internet.

O que caracteriza um conteúdo impróprio para crianças, mesmo que pareça “inofensivo”?

Como muitos de nós já vimos casos que terminaram em tragédia nos últimos meses, precisamos ficar alerta sobre os desafios virais e conteúdos gerados por inteligência artificial que incentivam comportamentos de risco, pois esses tipos de conteúdo estão entre os mais perigosos.

Além de tomar cuidado com esse tipo de risco, é preciso atenção com conteúdos que reforçam estereótipos e padrões de beleza — muitas vezes disfarçados de entretenimento — pois podem influenciar negativamente a autoestima e percepção das crianças sobre si mesmas.

Comportamento infantil

Como o uso exagerado de telas afeta o desenvolvimento emocional e cognitivo?

Conforme os especialistas em saúde mental infantil e de áreas correlatas alertam, o uso excessivo de telas pode impactar negativamente o desenvolvimento, trazendo efeitos como:

  • Dificuldade de socialização ou isolamento;
  • Redução da empatia;
  • Intolerância à frustração;
  • Dificuldade para lidar com emoções.

Quais sinais de alerta os pais devem observar no comportamento on-line dos filhos?

É importante destacar alguns dos comportamentos mais comuns:

Mudanças de humor, agressividade ou irritação após o uso de telas são sinais importantes. Também vale observar o hábito de se isolar para usar dispositivos, evitar conversas sobre o que estão vendo ou com quem estão falando, ou ainda fechar portas e esconder o conteúdo consumido.

Monitoramento e diálogo

Monitorar o que a criança faz on-line é invasivo ou necessário?

É necessário. Os adultos têm a responsabilidade de proteger as crianças — e isso inclui o ambiente digital. O ideal é explicar esse monitoramento como parte do cuidado e proteção. Além disso, é fundamental orientar, conversar e educar a criança sobre os riscos e como se proteger.

Como equilibrar segurança e confiança no ambiente digital familiar?

A base está no diálogo. Quando os pais se interessam pelos assuntos das crianças, ouvem e compartilham experiências, criam um ambiente de confiança.

Trazer exemplos reais pode ajudar a tornar as conversas mais próximas e naturais.

Tela de login do controlo parental Kaspersky Safe Kids em diferentes dispositivos, permitindo aos pais proteger o acesso aos desenhos animados e outros conteúdos online.

Ferramentas e soluções

O que você acha de ferramentas como o Kaspersky Safe Kids? Elas realmente funcionam?

Ferramentas como o Kaspersky Safe Kids são boas aliadas. Elas ajudam a:

  • Aplicar os limites combinados;
  • Restringir conteúdos;
  • Definir horários de uso;
  • Acompanhar a localização da criança.

Mas elas não substituem o papel dos adultos, que é orientar, monitorar e participar ativamente. Confira mais conteúdos sobre essa e outras ferramentas de segurança na internet aqui.

Como a tecnologia pode ser uma aliada dos pais na proteção digital?

Hoje, muitas plataformas voltadas ao público infantil já incluem recursos de segurança. A tecnologia também ajuda com conteúdos educativos, lives, materiais para a família e até eventos de conscientização. 

O importante é que os pais estejam atentos e façam uso dessas ferramentas de forma ativa.

Mulher sentada no meio de uma escada externa, com corrimãos vermelhos. Ela tem cabelos longos com tranças, usa suéter cinza, cachecol escuro, calça jeans e botas pretas. Está sorrindo, com as mãos apoiadas nos joelhos. Ao fundo, céu azul e parte de um prédio de tijolos aparentes.

Especialista em Prevenção a Fraudes

Mãe de 3! Especialista em Prevenção a Fraudes com mais de 20 anos de experiência em grandes empresas dos setores financeiro e de tecnologia. Atualmente, atua como Head de Prevenção a Fraudes na Ipiranga, é coautora do livro “Quebrando os Limites”, Top Voice no LinkedIn e uma das lideranças do grupo Risk Women Brasil. Apaixonada por compartilhar conhecimento, também é mentora de carreira e liderança, criadora de trilhas de aprendizado e incentivadora de comunidades diversas no combate às fraudes.

Mulher negra sorrindo com cabelos cacheados e blusa com detalhes branco e amarelo

Escrito por

Gabriela Sucupira

Redatora bilíngue de língua inglesa, Especialista em Marketing pela USP/Esalq e bacharel em Letras pela UFRJ. Carioca, mãe da Rebeca, Consultora Textual e de Personal Branding para o Linkedin.