10 Perguntas mais Frequentes sobre Sintomas de Ovulação

O sonho de gerar um filho pode exigir planejamento e monitoramento do ciclo menstrual e dos sintomas de ovulação nos casos em que a gravidez não acontece no tempo esperado.

Aquelas que precisam de acompanhamento de especialistas nas áreas de ginecologia, obstetrícia e de reprodução humana aprendem durante o tratamento a interpretar os sinais de cada fase do seu corpo.

Ao se cuidarem com regularidade, é possível entender mais sobre o aparelho reprodutor feminino e todas as fases da menstruação. 

A ovulação é o período do ciclo menstrual mais monitorado por aquelas que desejam gestar, pois é nesse período do ciclo que o corpo libera o óvulo, o que torna a mulher mais fértil e propensa a engravidar. 

A professora da UERJ Dra. Alessandra Evangelista, especialista em Reprodução Humana, traz as respostas para as perguntas mais frequentes sobre a ovulação e os sintomas que a mulher costuma sentir nessa fase do ciclo menstrual.

 

Quais são os sintomas de ovulação mais comuns?

Quando a mulher está na fase da ovulação em seu ciclo menstrual, o corpo costuma apresentar os seguintes sinais:

  • aumento do muco cervical, que se torna mais claro e elástico;
  • dor leve na região pélvica;
  • aumento da temperatura basal; 
  • maior desejo sexual;
  • algumas mulheres também relatam maior sensibilidade nas mamas devido aumento da progesterona.

A dor na região pélvica durante a ovulação é normal?

É normal sentir um pouco de dor na região pélvica, é a chamada Mittelschmerz, que significa dor do meio. Essa dor ocorre quando o ovário libera o óvulo.

Geralmente, trata-se de uma dor leve e costuma durar poucas horas, mas pode variar em intensidade. O processo pode liberar substâncias inflamatórias e com isso levar a fisgadas, pontadas ou dor continua.

É importante ressaltar que se a dor for intensa ou persistente, é recomendável procurar um médico para descartar outras condições.

 

Como posso saber exatamente quando estou ovulando?

A maneira mais concreta de saber se a mulher está ovulando é quando ela consegue engravidar. Contudo, para fins de acompanhamento que podem ajudar a identificar a ovulação, recomenda-se:

  • o monitoramento da temperatura basal; 
  • a observação do muco cervical;
  • o uso de testes de ovulação.

Normalmente, os ginecologistas passam três tipos de exame de ovulação: 

Exame de farmácia: kit caseiro para previsão da ovulação realizado por meio da coleta da urina em vários dias consecutivo. Assim, o teste detecta o aumento do hormônio luteinizante na urina de 24 a 36 horas antes da ovulação.

Exame laboratorial: exame feito por meio da análise do sangue ou da urina da paciente. Se for coletado sangue, o hormônio avaliado será a concentração de progesterona no sangue. No caso da urina, o item avaliado é a concentração de um dos produtos de decomposição da progesterona.

Exame de imagem: exame considerado como o mais eficaz para monitorar o ciclo menstrual, a fim de confirmar o acompanhamento de um folículo que rompe, o que sugere ovulação. Consiste na ultrassonografia transvaginal comumente realizada 3 vezes ao longo do mesmo mês para acompanhar cada fase do ciclo.

 

Posso engravidar logo após a ovulação ou o período fértil é antes disso?

O período fértil compreende os dias que antecedem a ovulação, engloba o dia da ovulação e perdura por mais 2 dias

Como os espermatozoides podem sobreviver no trato reprodutivo por até 3 dias, a fertilização ocorre se houver espermatozoides viáveis no momento em que o óvulo é liberado.

A maioria dos estudos diz que os casais engravidam mais, tendo relação antes da ovulação.

 

É possível ovular sem sentir nenhum sintoma?

Sim, muitas mulheres ovulam sem sintomas perceptíveis. A ausência de sinais não significa ausência de ovulação. Testes de ovulação ou exames médicos podem auxiliar a resolver as dúvidas.

Mulher branca com camiseta branca e calça jeans clara sentada sob a cama segurando um teste de gravidez vermelho e branco
Image by Freepik

Como a temperatura basal do corpo pode me ajudar a identificar a ovulação?

A temperatura basal aumenta ligeiramente (cerca de 0,3 a 0,5°C) após a ovulação devido ao aumento da progesterona.

Medir a temperatura diariamente ao acordar pode ajudar a identificar esse padrão e estimar o período fértil.

Mas esse aumento pode ocorrer devido a outros eventos, então é necessária uma aferição muito precisa, sem a mulher ter feito nenhuma atividade.

 

O muco cervical muda durante a ovulação? Como identificar esse sinal?

Sim, o muco cervical se torna mais claro, elástico e semelhante à clara de ovo no período ovulatório. Após a ovulação, ele fica mais espesso e menos abundante, mais gelatinoso.

É possível identificar esse sinal analisando o muco através da apreensão entre dois dedos.

 

A ovulação sempre acontece no meio do ciclo menstrual?

Não é correto afirmar que a menstruação tem um dia fixo para acontecer, pois o corpo pode sofrer alguma alteração entre o ciclo menstrual e outro.

Contudo, é comum que ela ocorra 14 dias antes da ovulação. Então, como a maioria dos ciclos é de 28 dias, as mulheres entendem que é no meio do ciclo.

 

Quais fatores podem afetar o meu ciclo e os sintomas de ovulação?

Diversos fatores podem afetar o ciclo de ovulação, podemos destacar:

  • estresse;
  • alterações hormonais;
  • peso corporal;
  • síndrome dos ovários policísticos (SOP);
  • distúrbios da tireoide;
  • uso de certos medicamentos;
  • mudanças na rotina.

Se não estou sentindo sintomas de ovulação, isso é algo com o que eu deva me preocupar?

Não necessariamente, pois muitas mulheres ovulam sem sintomas perceptíveis. No entanto, se há dificuldade para engravidar ou suspeita de anovulação (ausência de ovulação), é recomendado investigar possíveis causas e indicar exames ou tratamentos.

 

Para ler mais sobre os tratamentos para engravidar, acesse nosso artigo Reprodução assistida: um guia completo sobre Inseminação artificial e fique mais informada.

 

Mulher loira de cabelos longos e blusa preta com um cordão de pingente grande e com o rosto sorrindo, com uma parede amadeirada ao fundo e um quadro pequeno branco

Ginecologista

Dra Alessandra Evangelista

Especialista em Reprodução Humana, professora da UERJ, encantada pela magia da vida e apaixonada em compartilhar conhecimento. Para maiores informações sobre meu trabalho, acesse meu perfil @alessandra.evangelista

Mulher negra sorrindo com cabelos cacheados e blusa com detalhes branco e amarelo

Escrito por

Gabriela Sucupira

Redatora bilíngue, bacharel em Letras pela UFRJ e Especialista em Marketing pela USP/Esalq. Carioca, mãe da Rebeca e consultora textual para o Linkedin.

Aborto Espontâneo: Sintomas, Curetagem e Apoio Emocional

Tentar ter um filho de forma natural pode ser um desafio maior do que se imagina. Pois há muitas mulheres que têm dificuldade de manter a gravidez.

Uma alternativa bastante comum é buscar cuidados específicos nas áreas de gravidez de risco e genética, por exemplo. Mas mesmo assim, as pesquisas mostram que muitas das perdas fetais ocorrem naturalmente e sem motivo específico.

Os abortos Espontâneos sao perdas fetais que acorrem naturalmente com ou sem motivo especifico. 

Desmistificando o Aborto Espontâneo

Quando dizem que os 3 primeiros meses da gravidez são cruciais para o desenvolvimento da criança, não se trata de mito e sim de seguir as recomendações de repouso e cuidados. 

E assim, diminuir as chances de ter uma perda involuntária do feto entre 20ª e 22ª semanas da gestação, o aborto espontâneo.

Exames mostram que essa perda é comum em 20% dos casos de gravidez e também é conhecido pelos especialistas como abortamento.

Embora muitos desses abortos espontâneos não tenham motivos específicos, os especialistas explicam os 3 motivos mais recorrentes:

  1. Eliminação do embrião ou feto; 
  2. Morte do embrião de forma involuntária;
  3. Óbito do embrião antes de 20 semanas de gravidez;

Causas mais comuns do aborto espontâneo

Especialistas do Núcleo Perinatal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em seu Livro da Série de Rotinas Hospitalares do HUPE de Obstetrícia, explicam que entre as causas do interrompimento natural da gravidez, os problemas de saúde ou relacionada aos hábitos de vida mulher são os mais comuns como veremos a seguir:

Problemas relacionados à saúde da mulher:

  • Mudanças hormonais;
  • Síndrome dos ovários policísticos;
  • Problemas no útero e colo do útero;
  • Doenças da tireoide;
  • Infecções por vírus ou bactérias;
  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Trombofilia;
  • Doença celíaca;
  • Doenças autoimunes;
  • Histórico de abortos espontâneos;
  • Gestação tardia, que ocorre depois dos 35 anos;
  • Uso de dispositivo intrauterino (DIU);

 

Motivos relacionados aos hábitos de vida da mulher:

 

– Consumo elevado de bebidas alcoólicas ou de cafeína;

– Uso de drogas;

– Tabagismo;

– Peso baixo;

Causa relacionada ao feto

Má-formação do feto por alterações genéticas ou infecções por bactérias ou vírus.

Sintomas do aborto espontâneo

É possível destacar os sintomas mais comuns da perda do bebê: 

Sangramento vaginal: que pode ser leve ou intenso, dependendo do caso;

Cólicas: as dores podem ser semelhantes àquelas sentidas durante a menstruação, porém com mais intensidade.

Dor nas costas: costuma acompanhar as cólicas.

Perda de tecido: em alguns casos, pode haver a expulsão de coágulos ou tecido fetal.

Sinal de alerta ao ter um sangramento durante a gravidez

 

O corpo da mulher costuma dar sinais de quando há algo errado. Caso aconteça um sangramento durante a gestação, é necessário que a paciente procure atendimento médico. Evitando dessa forma maiores complicações como a infecção generalizada (SEPSE).

Exames realizados para confirmar o aborto espontâneo

O diagnóstico de aborto espontâneo só será consolidado após os exames clínicos e ultrassonografia, mesmo que a gestante apresente mais de um dos sintomas.

Quando a mulher chega à consulta, o protocolo é ficar em observação. Conforme a evolução da paciente e análise dos exames, o profissional de saúde passará a conduta necessária, incluindo a realização ou não da curetagem.

A curetagem é obrigatória em todos os abortos espontâneos?

Conhecida popularmente como raspagem, a curetagem é um procedimento médico pequeno recomendado para remover tecidos do útero. 

Essa cirurgia acontece acompanhada de anestesia geral e em casos, com anestesia local na região ao redor do útero. Procedimento simples com alta hospitalar no mesmo dia na maioria dos casos.

O material recolhido é enviado para análise laboratorial e assim é possível identificar se alguma patologia causou o aborto.

Tempo de espera para uma nova tentativa de gravidez

A melhor escolha será definida entre a paciente e seu obstetra, pois embora recomenda-se o intervalo mínimo de 6 meses para a próxima tentativa de gravidez, é possível tentar antes desse prazo.

Como tratar as dores emocionais trazidas pela perda do filho?

Assim como todo processo de luto, o aborto espontâneo pode ter consequências emocionais para a mulher e sua família. Dependendo de como o processo ocorreu, as pessoas envolvidas podem precisar de acompanhamento psicológico.

Essa perda costuma apresentar as consequências emocionais a seguir:

  1. Sentimento de culpa ou vergonha

 Emoções ligadas às questões sociais e culturais, que podem deixar a paciente sentindo-se culpada por algo que aconteceu naturalmente.

  1. Luto e tristeza: 

Assim como em outras perdas, esses sentimentos fazem parte do processo de superação e renovo.

  1. Sensação de consolação: 

A perda natural pode representar um alívio para as mulheres sem condições de levar a gravidez até o final.

  1. Transtornos psicológicos e mentais: 

Sintomas de ansiedade e depressão podem surgir devido ao histórico de saúde mental da paciente e a questão do apoio dos familiares e amigos durante o processo. Outro transtorno comum é Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) mais comum após os abortos complicados.

Espaços de acolhimento nas instituições de saúde

Você sabia que existe uma rede de atendimento gratuita com psicólogos e assistentes sociais direcionada para o cuidado das mulheres gestantes e aquelas que sofreram aborto?

 

Atenção:

O governo, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), já garantiu o acompanhamento e tratamento psicológico em todos os tipos de hospitais, tanto públicos quanto privados, de forma gratuita por meio da Lei nº 14.721, em vigor desde novembro de 2023.

Autocuidado e prevenção do aborto espontâneo

Adotar uma rotina saudável de alimentação e exercícios leves é um bom começo para prevenir futuros problemas de saúde durante a gravidez. Os especialistas recomendam também:

  1. Ser acompanhada regularmente por profissionais de saúde; 
  2. Fazer planejamento familiar, evitando assim as possíveis dificuldades da primeira gestação após os 35 anos;
  3. Ter uma alimentação equilibrada; 
  4. Priorizar o descanso procurando ter as horas de sono recomendadas para um bom funcionamento do cérebro e do corpo; 
  5. Evitar o consumo do álcool e do cigarro durante a gravidez; 
  6. Ser fisicamente ativa.

Mulher negra sorrindo com cabelo cacheado e batom vinho, vestindo blusa amarela

Edição geral de Rondy Cavulla e escrito por

Gabi Sucupira

Carioca apaixonada pelas Letras, mãe da Rebeca, empreendedora e especialista em Marketing.