Ir para a cozinha depois de um dia pesado no trabalho pode ser uma tarefa árdua para muitos pais. Pesquisas mostram que conciliar sucesso na carreira e tempo de qualidade com as crianças pode ser o maior dos desafios da atualidade.
Pensando em reunir dicas de alimentação saudável e atividades recreativas para fazerem com os filhos na cozinha, entrevistamos o dinâmico e amante dos ingredientes brasileiros, o Chef Rodrigo Sant´Anna, também conhecido como Chef Rod.
Ele é o idealizador do conceito Gastronomia Multi Brasileira (GMB) e o fundador da “DuoChefs Serviços Especializados em Gastronomia”, empresa especializada em consultorias no setor Food Service.
Chef Rod também está a frente da Birosca (@biroscarj) que fica dentro do Retrato Espaço Cultural na Glória e tocando projetos do “outro lado da poça” nas cidades de Niterói e São Gonçalo, no grande Rio.
Além de atuar no segmento de Alimentos & Bebidas, Rodrigo também participa da organização de eventos culturais no Rio de Janeiro, como a Feira Gastronômica do movimento @tiradentescultural.
Aproveitamos sua paixão por Gastronomia para conhecermos um pouco mais sobre seu outro amor, sua filha Eva, que está sempre na cozinha com o pai. Confira o artigo completo e inspire-se com as dicas do Chef Rod como pai.
Neste post você vai ver
Você acha que é importante envolver os filhos no processo de cozinhar? Como faz isso em casa?
Você tem alguma dica para pais que querem fazer refeições saudáveis, mas sem comprometer o sabor que os filhos gostam?
Você acredita que a alimentação é uma forma de ensinar sua filha sobre cultura e tradição? Como isso se reflete na comida que você prepara?
Chef Rod, como você equilibra o sabor e a saúde nas refeições para os seus filhos?
Eu busco sempre usar alimentos orgânicos e preparo meus temperos secos, quando o tempo de preparo e custo andam juntos, pois, muitos deles ficam inviáveis de produzir na agitação da vida moderna.
Quais são as receitas ou ingredientes mais amados pela sua filha na hora da refeição?
A Eva ama tudo e isso é uma dádiva para mim. Mas, deixo claro que muito desse envolvimento dela com a comida vem da mãe, que foi uma peça fundamental na introdução alimentar da pequena. Pensando agora e escolhendo dois ingredientes que ela ama mais, eu diria arroz e feijão.
Você acha que é importante envolver os filhos no processo de cozinhar? Como faz isso em casa?
Acho de suma importância, senão, não seria eu. A Eva desde muito pequena cozinha comigo. Coloco ela na torre de aprendizado e ela fica do meu lado cortando algo (ela tem a sua própria faca), ou mexendo em uma massa ou ainda quebrando um ovo, enfim, quando é possível sempre deixo ela ajudar nos processos. E ela pede, tá?!
E lavar a louça também entra nessa nossa brincadeira de “Cozinhar com o papai”.
Eva, filha do Chef Rod
Quais são os principais desafios que você enfrenta ao tentar agradar ao paladar da sua filha, especialmente com alimentos novos?
Ela dificilmente recusa algo, mas quando é algo novo, que ela realmente não conhece, eu costumo colocar na minha boca e daí ela imediatamente quer provar.
Como você lida com a resistência das crianças a novos sabores ou alimentos que não conhecem?
Se ela não quiser comer algo, eu não insisto. Simples assim. Ainda mais quando são alguns ingredientes que ela quase não irá se deparar na tenra infância.
Agora, se for algo que eu considere de suma importância, sempre buscarei diferentes preparações até chegar no meu objetivo.
Você tem alguma dica para pais que querem fazer refeições saudáveis, mas sem comprometer o sabor que os filhos gostam?
Os filhos comerão o que os pais comem. Mas isso tem que ser genuíno, caso contrário não vai dar certo. Não adianta você querer dar brócolis para a criança, se você tem “nojinho”. Elas sentem e veem no olhar e na alma. Neurônios espelhos estão aí para isso também.
Na sua experiência, como o paladar das crianças muda ao longo do tempo? Há algum truque para estimular o gosto delas por novos sabores?
Para mim, é uma coisa natural a criança permear por diferentes sabores e ingredientes. Tipo, a Eva está amando comer batata inglesa crua. Isso vai continuar? Acredito que não (risos).
A Alimentação e a Relação Paternal com a Filha
Quais são os alimentos que você evita na cozinha para garantir que sua filha tenha uma alimentação mais equilibrada?
Eu evito usar açúcar, óleo e sal, nessa ordem. Os alimentos ultraprocessados também passam longe dela, tais como:
Refrigerantes;
Biscoitos;
Macarrão instantâneo;
Cereais matinais;
Molhos prontos;
Iogurtes adoçados;
Refeições do tipo fast food;
Bebidas energéticas;
Salgadinhos de pacote;
Carnes processadas (presunto, peito de peru e salame).
Como você adapta pratos tradicionais, como a coxinha, para agradar ao gosto da sua filha, sem perder a qualidade e sabor?
Não nego quando tem e ela quer muito, mas evito ao máximo. Coxinha não se adapta. Por favor, não adaptem a coxinha!
Quais são as suas melhores dicas para criar uma rotina de alimentação divertida e saborosa para as crianças?
Eu amo rotinas, então para mim fica mais fácil. Mas sei o quanto que é difícil esse processo. Difícil, mas não impossível.
Tomar café da manhã, almoçar e jantar ao lado da sua cria;
Fazer as refeições sem telas ou distrações;
Ter horários fixos para as refeições, sempre que possível.
Você acredita que a alimentação é uma forma de ensinar sua filha sobre cultura e tradição? Como isso se reflete na comida que você prepara?
Acredito muito nisso e sempre busco levar a Eva em restaurantes de comidas africana e indígena. Ela adora saber a origem das coisas e ama as Comidas de Santos, como são chamadas as comidas relacionadas às religiões de matrizes africanas.
Cubos de carne com polenta mole gratinada
Como você envolve sua filha no momento das refeições? Ela tem alguma preferência que influencia o que você prepara em casa?
Normalmente eu pergunto para ela qual comidinha ela quer levar para a escola e ela influencia toda a minha vida, inclusive as refeições. Busco sempre ter em casa somente alimentos que ela possa consumir.
Chef Rod, o quanto o sabor e a mesa impactam na sua relação com sua filha? Como a comida e a experiência de compartilhá-la juntos influenciam o vínculo de vocês?
A Eva vem de duas famílias que cozinham bastante. Tanto a minha família, quanto a da Sarah, mãe da Eva, têm a cultura do cozinhar. Além de ter duas pessoas que se sustentam com isso, o Elia (tio) e eu. Daí esse vínculo já está no DNA, sabes?!
Chef Rod, se sua filha fosse chef por um dia, qual prato você adoraria ver ela criando na cozinha e como acha que isso poderia influenciar a relação dela com a comida?
Meu prato preferido: arroz, feijão, bife acebolado e purê de inhame. Seria sensacional!
Pai da Eva, 42 anos, Chef de Cozinha e amante de consertar as coisas. Seguindo sempre por um propósito de igualdade e bem estar. Saiba mais sobre minha história em @rodsantanna_
Escrito por
Gabriela Sucupira
Redatora bilíngue de língua inglesa, Especialista em Marketing pela USP/Esalq e bacharel em Letras pela UFRJ. Carioca, mãe da Rebeca, Consultora Textual e de Personal Branding para o Linkedin.
Atraso na fala e comportamentos repetitivos são sinais comuns de autismo. Por isso, ao se deparar com esses sintomas nos filhos, recomenda-se consultar os especialistas para avaliação e diagnóstico.
A psiquiatra Dra. Mariana de Lima Santos, médica Especialista em Psiquiatria e em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) explica os passos para um diagnóstico mais preciso para as crianças.
Confira as respostas para as perguntas mais comuns sobre o autismo e dicas valiosas para ajudar os pais e cuidadores a participarem ativamente do tratamento das crianças e adolescentes.
Neste artigo você vai ver
O que causa o autismo? É genético, ambiental ou uma combinação dos dois?
Meu filho tem atraso na fala, isso significa que ele pode estar no espectro?
Quais são os direitos do meu filho com TEA em termos de educação e inclusão escolar?
O que causa o autismo? É genético, ambiental ou uma combinação dos dois?
Fatores genéticos e ambientais, combinados, causam o transtorno do espectro autista (TEA).
A hereditariedade desempenha um papel fundamental no risco de desenvolvimento do TEA, com a herdabilidade do transtorno variando entre 50% e 97%.
Fatores ambientais, como idade avançada dos pais, complicações durante o parto e exposição a substâncias tóxicas, também aumentam o risco de TEA.
No entanto, ainda não compreendemos totalmente como esses fatores ambientais interagem com as predisposições genéticas.
Com que idade é possível diagnosticar o transtorno do espectro autista?
Os médicos podem diagnosticar o transtorno do espectro autista (TEA) desde idades muito precoces, embora a idade média para o diagnóstico seja entre 4 e 5 anos.
Visto que os primeiros sinais do transtorno surgem por volta dos 12 meses, e os médicos confirmam o diagnóstico a partir dos 18 meses.
É crucial apontar que a detecção precoce permite intervenções precoces, que melhoram a linguagem, as habilidades sociais e a comunicação social.
Os pesquisadores identificam sinais comportamentais de TEA já aos 6 meses de vida, especialmente em crianças de alto risco.
A estabilidade diagnóstica aumenta significativamente a partir dos 14 meses.
Meu filho tem atraso na fala, isso significa que ele pode estar no espectro?
Os atrasos no desenvolvimento da fala são comumente observados em crianças com transtorno do espectro autista (TEA) e constituem uma das principais razões que levam os pais a procurarem uma avaliação diagnóstica.
Esses atrasos podem ser identificados antes do segundo ano de vida. A relação entre o TEA e os atrasos na fala é complexa, abrangendo tanto aspectos neurológicos quanto comportamentais.
Pesquisas mostram que crianças com TEA apresentam diferenças na lateralização neural relacionada à linguagem, além de alterações na conectividade estrutural e funcional do cérebro.
Esses fatores contribuem, significativamente. para os atrasos observados no desenvolvimento da fala e da linguagem.
Outro ponto relevante é a dinâmica da interação entre pais e filhos. Crianças com TEA e atrasos na linguagem tendem a emitir menos enunciados compreensíveis e mais curtos, o que pode reduzir as oportunidades de interação verbal com os pais.
Por outro lado, quando a fala das crianças é inteligível, os pais demonstram alta contingência em relação ao tema da conversa.
Isso sugere que a complexidade da comunicação dos pais se ajusta às habilidades linguísticas e de interação da criança.
Portanto, os atrasos na fala em crianças com TEA estão associados tanto a fatores neurológicos quanto às dinâmicas de interação social.
Esse fato ressalta a importância de intervenções precoces e direcionadas para promover avanços na linguagem e na comunicação.
A partir de quantos anos é indicado procurar um especialista para avaliação?
Os médicos recomendam a triagem para TEA durante as consultas de rotina aos 18 e 24 meses. Com isso, podemos destacar as seguintes orientações:
O diagnóstico confiável é possível a partir dos 18 meses, permitindo intervenções precoces.
Triagens precoces e repetidas identificam crianças em risco de TEA.
Os médicos encaminham crianças com sintomas de TEA para avaliação diagnóstica especializada.
Crianças diagnosticadas antes dos 2 anos e meio apresentam maior chance de progressos significativos.
Ao notar sinais de autismo, buscar a avaliação de um especialista é altamente recomendado, principalmente quando tais sinais surgem antes dos 24 meses.
Quais profissionais devo procurar para confirmar o diagnóstico de TEA?
O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) costuma ser realizado por uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde, como pediatras, psiquiatras infantis, psicólogos e neurologistas pediátricos.
Segundo a literatura médica, o método considerado padrão-ouro para diagnosticar o TEA consiste na avaliação detalhada, que combina a observação direta do comportamento da criança com entrevistas estruturadas com os cuidadores.
Além disso, pediatras gerais e médicos de cuidados primários desempenham um papel relevante no diagnóstico inicial do TEA, especialmente em regiões com acesso limitado a especialistas.
Estudos sugerem que pediatras devidamente treinados possam diagnosticar o TEA com alto grau de precisão.
Ainda que a concordância com equipes especializadas seja mais elevada quando esses profissionais estão seguros em suas avaliações.
O autismo tem cura? Ou existem tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida?
Embora ainda não exista uma cura para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), há tratamentos que podem melhorar consideravelmente a qualidade de vida das pessoas com essa condição.
Exemplos desses tratamentos são as intervenções comportamentais, que são amplamente reconhecidas como a principal abordagem terapêutica e têm demonstrado grandes benefícios.
Podemos destacar os casos com crianças menores de cinco anos, em que promovem avanços na linguagem, no brincar e na comunicação social.
A farmacoterapia, por sua vez, é geralmente empregada para tratar condições psiquiátricas associadas, como disfunções emocionais ou transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH).
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Como posso ajudar meu filho a desenvolver habilidades sociais?
Para estimular o desenvolvimento de habilidades sociais em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), é fundamental adotar intervenções precoces e personalizadas.
Entre as abordagens mais eficazes, destacam-se:
As intervenções comportamentais, especialmente as de natureza naturalística e baseadas no desenvolvimento, têm demonstrado grande impacto positivo na comunicação social e em outras habilidades essenciais;
O engajamento ativo dos cuidadores no processo terapêutico pode ser uma estratégia de sucesso;
O treinamento e a participação ativa dos pais são essenciais para garantir um número adequado de horas de interação planejada.
Essa estratégia pode resultar em avanços expressivos no desenvolvimento das habilidades sociais.
Meu filho tem comportamentos repetitivos, isso é comum no autismo? O que posso fazer para ajudar?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por dificuldades na comunicação social e na interação, além de comportamentos restritivos e repetitivos (CRRs), que representam um dos aspectos centrais do transtorno.
Esses CRRs podem ser observados já na infância, sendo um dos primeiros sinais identificáveis do TEA.
Vale ressaltar que as intervenções comportamentais precoces desempenham um papel crucial na melhoria dos resultados para crianças com TEA, incluindo a redução dos CRRs.
Assim, os CRRs são uma característica central e altamente relevante do TEA, com importantes implicações para o diagnóstico precoce e o manejo adequado do transtorno.
Essas intervenções precoces e personalizadas são indispensáveis para melhorar os resultados e a qualidade de vida das pessoas com TEA.
O autismo pode vir acompanhado de outros transtornos, como TDAH ou ansiedade?
Sim, é comum o autismo estar frequentemente associado a outros transtornos, uma condição conhecida como comorbidade.
É possível relacionar as mais comuns: o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e os transtornos de ansiedade.
Além dessas, outras condições podem estar relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA):
Dra. Mariana, qual o perfil dos seus pacientes atualmente?
Hoje em dia, eu atendo pessoas com diagnóstico tardio de TEA na adolescência ou idade adulta, mas já atendi crianças há alguns anos.
Devido minha especialização em transtornos alimentares, a maioria dos meus pacientes são adolescentes que procuram meu consultório em busca de tratamento para melhorar a saúde e a qualidade de vida apesar dos sintomas.
Quais são os direitos do meu filho com TEA em termos de educação e inclusão escolar?
Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm seus direitos protegidos por lei, assim como qualquer outra criança, contando ainda com garantias adicionais para atender às suas necessidades específicas.
Legislações como a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e a Política Nacional de Educação Especial asseguram o direito à educação inclusiva para crianças com TEA.
Essas leis garantem que elas estudem em escolas regulares, com recursos apropriados para promover sua inclusão, como a presença de mediadores e a realização de adaptações curriculares.
Tais medidas reforçam o compromisso de oferecer acesso à educação de qualidade, sem discriminação, respeitando as particularidades de cada criança com TEA e promovendo a valorização da diversidade.
Para saber mais sobre o autismo e as possíveis estratégias de intervenção, confira as recomendações da Fonoaudióloga Vanessa.
Redatora bilíngue de língua inglesa, Especialista em Marketing pela USP/Esalq e bacharel em Letras pela UFRJ. Carioca, mãe da Rebeca e Consultora Textual e de Personal Branding para o Linkedin.
Pensando em tentar uma atividade física diferente para seus filhos em Portugal? Que tal uma aula experimental de surf? A Carcavelos Surf School reúne aulas, segurança e dicas para praticar esse esporte marítimo.
Quando falamos de surf, imaginamos um surfista deslizando sobre as ondas do mar com uma prancha, realizando diversas manobras. Aproveitando que nas épocas mais quentes muitas famílias viajam para o litoral, as aulas de surf para crianças podem ser o que seus filhos estão precisando.
Os especialistas explicam que as aulas de surf para crianças têm os seguintes benefícios:
físicos: melhora o condicionamento físico; desenvolvimento da força, o equilíbrio e a flexibilidade; fortalecimento da musculatura; melhora da resistência cardiovascular e desenvolvimento da coordenação motora.
sociais: promove a socialização; ajuda a fazer novos amigos, incentiva a interação com instrutores e colegas.
emocionais: ajuda a construir confiança, a desenvolver o domínio próprio e a disciplina.
ambientais: desenvolve uma relação de respeito e admiração pelo mar, o respeito e o cuidado pelo meio ambiente; promove a compreensão sobre a importância de preservar o mar e de se adaptar às suas mudanças.
Para as famílias que costumam aproveitar o verão em Portugal, a praia de Carcavelos é uma excelente pedida e sede da Carcavelos surf school.
A escola foi criada em 2001, conforme nos explica Pedro Elias, o Surf Manager da escola, com mais de 20 anos experiência no mundo do surf, dos quais 8 dedicados às competições ao redor do mundo.
Qual sua relação com o surf durante a vida?
O surf sempre fez parte, desde muito cedo da minha vida. Enquanto estudava, os meus amigos mais tarde iam para o café e iam brincar, iam jogar futebol. Eu já ia para a praia e depois, mais tarde, eles iam para o café e eu ia para a praia.
Ou seja, o esporte esteve sempre na minha vida e depois entrou a parte competitiva. Aos fins de semana, tinha sempre campeonatos ou eu treinava.
Posso citar alguns títulos alcançados ao longo dos anos:
Top 16 no Circuito Nacional;
Top 8 no Circuito Europeu Profissional (3º lugar em Hossegor – França);
2 Títulos de Campeão na Taça de Portugal;
Campeão Nacional Universitário;
Títulos de Campeão nos clubes: Carcavelos (APSSOC), Costa da Caparica (ASCC), Praia Grande (ASLS), Fonte da Telha (CFT), Sesimbra (SCS).
Depois a escola começou como um hobby, ou seja, eu acabei por tirar o curso de gestão de marketing e comecei a trabalhar e aos fins de semana tinha a escola de surf.
Só que depois começou a haver muito, muito trabalho e deixei a minha parte profissional para me dedicar a 100% à escola de surf. E pronto, já estou 100% com a escola há mais de 15 anos.
A escola tem 24 anos, mas a sério a viver só da escola praticamente 15 anos. Por isso o surf sempre fez parte da minha vida até hoje. Claro que os papéis vão mudando.
Começou como sendo praticante, competidor, treinador e hoje em dia como gestor desportivo. Ou seja, hoje já não dou aulas, tenho uma equipa de professores e sou o gestor da escola de surf.
Como nasceu a ideia de montar a escola de surf?
A escola foi a primeira da praia de Carcavelos. Aqui, o restaurante ao lado, o Windsurf Café, quando apareceu, teve a ideia de ter uma escola de surf. E na altura, convidaram o campeão de surf aqui do clube de Carcavelos, que é meu sócio, Pedro Soares.
Naquela época, eu era campeão de bodyboard, mas o meu sócio disse a eles que só se abriria a escola, se eu fosse com ele. E então, basicamente estava o campeão de surf de bodyboard na primeira escola de surf em Carcavelos.
Juntámo-nos e até hoje somos sócios e amigos. Sempre fomos amigos, íamos para a praia e campeonatos juntos. E foi assim que surgiu, em 2001, há 24 anos a nossa empresa.
Quais serviços específicos a Surf School oferece para crianças e famílias além das aulas de surf?
Nós, na realidade,estamos muito focados só nas aulas de surf. A única coisa que temos sem ser aulas de surf, são aulas de yoga, que são mais direcionadas para adultos.
Como a escola adapta suas aulas de surf para crianças com diferentes níveis de habilidade?
Em relação às aulas de surf para crianças, nós temos aulas de iniciação, para aquelas que nunca surfaram.
Também temos um grupo que vem durante a semana, que já são aulas de aperfeiçoamento. São miúdos que já sabem ler o mar e conhecem s técnicas básicas do surf e têm uma técnica e uma forma de estar no mar.
Completamente diferente dos miúdos, que vêm experimentar pela primeira vez ou as suas primeiras dez 15 aulas, em que ainda estão a aprender o básico do surf.
A escola oferece programas de surf para crianças durante as férias escolares ou eventos especiais?
Para além das aulas normais, temos as festas de aniversário e nas férias temos os campos de férias. Nós chamamos os ATL, onde os miúdos ficam a semana inteira conosco, de segunda a sexta, das 09h00 às 18h00, onde é possível fazer duas aulas por dia.
Têm palestras durante a hora de almoço, depois da refeição, aquela parte da digestão. Aproveitamos sempre para falar um bocadinho da parte teórica do surf:
como avaliar o mar;
detalhes sobre o equipamento e as técnicas,
ideias sobre o meio ambiente: como podemos não poluir o mar e que medidas que podemos para a nossa pegada ser menor.
Pronto, tentamos passar esses valores aos nossos miúdos.
Qual é a estrutura de ensino da escola? Os instrutores são todos certificados?
Na nossa escola, os professores têm que ser todos certificados pela Federação Portuguesa de Surf, um curso de seis meses e mais seis meses de estágio. Ou seja, somos obrigados a ter professores certificados. Para além da escola também ser certificada.
Como a Surf School promove a interação social entre os alunos durante as aulas?
Em relação a promover a interação social. É engraçado que nós quase não fazemos nada, porque devido ao ambiente tão descontraído estar na praia e no mar, as pessoas acabam por quebrar muito facilmente o gelo, ou seja, começam facilmente a falar umas com as outras. Tanto adultos como crianças.
Que tipos de pacotes ou planos familiares a escola oferece para tornar as aulas de surf para crianças acessíveis?
Nós temos pacotes de aulas e quanto maior o pacote, ou seja, quanto mais aulas tiver o pacote, mais barato fica o valor da aula. Ou seja, temos pacotes de 04, 08 e 12 aulas.
A escola tem alguma parceria com escolas locais ou programas de educação para integrar o surf na rotina escolar das crianças?
Em relação ao desporto escolar. Olha, infelizmente aqui em Portugal o Estado contribui muito pouco e quase significativo. Ou seja, financeiramente eles não contribuem com para aulas, para desporto escolar.
No entanto, nós temos muitas parcerias com escolas e universidades onde fazemos um bom desconto para os seus estudantes.
Quais são os melhores períodos do ano para iniciar as aulas de surf em Portugal e por quê?
A melhor altura para começar, eu diria, a partir de abril, maio até outubro, porque é a altura que as ondas estão mais tranquilas e o tempo também está mais quente.
E a pior altura, eu diria que é entre novembro e fevereiro, que é quando as ondulações estão maiores, a água está mais fria, há mais correntes e o frio também não ajuda. É uma das condicionantes também aqui para as pessoas poderem iniciar uma atividade e não desistirem rapidamente.
Aula com Instrutor da Carcavelos Surf School
Como a Surf School garante a qualidade do ensino e o progresso contínuo das crianças ao longo das aulas?
Em relação à qualidade das aulas e à progressão das crianças. Bem, isso depende dos professores. Ou seja, nós somos muito rigorosos no recrutamento e seleção dos nossos professores, porque isto, como é um serviço, são. Isto é uma prestação de serviço, não é as aulas de surf.
A grande diferença para as outras escolas de surf são os nossos professores, ou seja, a experiência e o know how que eles têm e que vai fazer para além das suas competências pessoais. Essa é que é a grande diferença para as outras escolas e os professores.
Por isso nós temos traçado o nosso plano de progressão, ou seja, que etapas é que um miúdo tem que passar até chegar a ser um bom surfista? Temos isto tudo delineado.
Quando um professor chega à escola, nós temos reuniões para mostrar quais são as primeiras etapas. Depois dessas, quais são as próximas, sempre com progressões, para haver uma evolução rápida e segura do aluno.
A escola oferece algum tipo de acompanhamento psicológico ou emocional para as crianças que praticam surf?
Em relação ao acompanhamento psicológico não temos. Não trabalhamos com psicólogos. No entanto, é engraçado porque temos muitas crianças que vêm recomendadas por psicólogos, porque o surf está estudado que aumenta muito a autoestima nas crianças e temos muitas recomendações de vários psicólogos para a nossa escola de surf.
Olhe, eu desconhecia e acabei por saber porque há sempre duas perguntas que faço aos meus clientes: o que eles pretendem? E como foram até ali? Ou seja, se foram recomendados por alguém? Onde é que viram a escola?
E muitos pais dizem que foi o psicólogo. Também temos otorrinos para crianças que têm sinusite ou rinite, porque a água do mar também faz muito bem a eles. Por isso não temos acompanhamento psicológico. Mas temos muitos psicólogos que nos enviam crianças à procura de melhorar, melhorar a autoestima das crianças.
Se estiver de férias em Portugal com seus filhos, faça uma visita a Carcavelos Surf School e aproveitem!
Procurando por outras atividades físicas para as crianças, confira nosso artigo sobre Jiu-jitsu em nosso site.
Surf Manager
Pedro Elias
Licenciado em Gestão de Marketing no Instituo Português de Administração e Marketing, Pós-graduado em Surf pela Faculdade de Motricidade Humana. Possui o curso de Treinador Nível 3 da Federação Portuguesa de Surf, Diploma de Nadador Salvador e de Primeiros Socorros, atleta com mais de 20 anos de experiência. Para mais informações, acesse seu perfil no LinkedIn. @carcavelossurfschool
Escrito por
Gabriela Sucupira
Redatora bilíngue, bacharel em Letras pela UFRJ e Especialista em Marketing pela USP/Esalq. Carioca, mãe da Rebeca e consultora textual para o Linkedin.
O sonho de gerar um filho pode exigir planejamento e monitoramento do ciclo menstrual e dos sintomas de ovulação nos casos em que a gravidez não acontece no tempo esperado.
Aquelas que precisam de acompanhamento de especialistas nas áreas de ginecologia, obstetrícia e de reprodução humana aprendem durante o tratamento a interpretar os sinais de cada fase do seu corpo.
Ao se cuidarem com regularidade, é possível entender mais sobre o aparelho reprodutor feminino e todas as fases da menstruação.
A ovulação é o período do ciclo menstrual mais monitorado por aquelas que desejam gestar, pois é nesse período do ciclo que o corpo libera o óvulo, o que torna a mulher mais fértil e propensa a engravidar.
A professora da UERJ Dra. Alessandra Evangelista, especialista em Reprodução Humana, traz as respostas para as perguntas mais frequentes sobre a ovulação e os sintomas que a mulher costuma sentir nessa fase do ciclo menstrual.
Quais são os sintomas de ovulação mais comuns?
Quando a mulher está na fase da ovulação em seu ciclo menstrual, o corpo costuma apresentar os seguintes sinais:
aumento do muco cervical, que se torna mais claro e elástico;
dor leve na região pélvica;
aumento da temperatura basal;
maior desejo sexual;
algumas mulheres também relatam maior sensibilidade nas mamas devido aumento da progesterona.
A dor na região pélvica durante a ovulação é normal?
É normal sentir um pouco de dor na região pélvica, é a chamada Mittelschmerz, que significa dor do meio. Essa dor ocorre quando o ovário libera o óvulo.
Geralmente, trata-se de uma dor leve e costuma durar poucas horas, mas pode variar em intensidade. O processo pode liberar substâncias inflamatórias e com isso levar a fisgadas, pontadas ou dor continua.
É importante ressaltar que se a dor for intensa ou persistente, é recomendável procurar um médico para descartar outras condições.
Como posso saber exatamente quando estou ovulando?
A maneira mais concreta de saber se a mulher está ovulando é quando ela consegue engravidar. Contudo, para fins de acompanhamento que podem ajudar a identificar a ovulação, recomenda-se:
o monitoramento da temperatura basal;
a observação do muco cervical;
o uso de testes de ovulação.
Normalmente, os ginecologistas passam três tipos de exame de ovulação:
Exame de farmácia: kit caseiro para previsão da ovulação realizado por meio da coleta da urina em vários dias consecutivo. Assim, o teste detecta o aumento do hormônio luteinizante na urina de 24 a 36 horas antes da ovulação.
Exame laboratorial: exame feito por meio da análise do sangue ou da urina da paciente. Se for coletado sangue, o hormônio avaliado será a concentração de progesterona no sangue. No caso da urina, o item avaliado é a concentração de um dos produtos de decomposição da progesterona.
Exame de imagem: exame considerado como o mais eficaz para monitorar o ciclo menstrual, a fim de confirmar o acompanhamento de um folículo que rompe, o que sugere ovulação. Consiste na ultrassonografia transvaginal comumente realizada 3 vezes ao longo do mesmo mês para acompanhar cada fase do ciclo.
Posso engravidar logo após a ovulação ou o período fértil é antes disso?
O período fértil compreende os dias que antecedem a ovulação, engloba o dia da ovulação e perdura por mais 2 dias
Como os espermatozoides podem sobreviver no trato reprodutivo por até 3 dias, a fertilização ocorre se houver espermatozoides viáveis no momento em que o óvulo é liberado.
A maioria dos estudos diz que os casais engravidam mais, tendo relação antes da ovulação.
É possível ovular sem sentir nenhum sintoma?
Sim, muitas mulheres ovulam sem sintomas perceptíveis. A ausência de sinais não significa ausência de ovulação. Testes de ovulação ou exames médicos podem auxiliar a resolver as dúvidas.
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Como a temperatura basal do corpo pode me ajudar a identificar a ovulação?
A temperatura basal aumenta ligeiramente (cerca de 0,3 a 0,5°C) após a ovulação devido ao aumento da progesterona.
Medir a temperatura diariamente ao acordar pode ajudar a identificar esse padrão e estimar o período fértil.
Mas esse aumento pode ocorrer devido a outros eventos, então é necessária uma aferição muito precisa, sem a mulher ter feito nenhuma atividade.
O muco cervical muda durante a ovulação? Como identificar esse sinal?
Sim, o muco cervical se torna mais claro, elástico e semelhante à clara de ovo no período ovulatório. Após a ovulação, ele fica mais espesso e menos abundante, mais gelatinoso.
É possível identificar esse sinal analisando o muco através da apreensão entre dois dedos.
A ovulação sempre acontece no meio do ciclo menstrual?
Não é correto afirmar que a menstruação tem um dia fixo para acontecer, pois o corpo pode sofrer alguma alteração entre o ciclo menstrual e outro.
Contudo, é comum que ela ocorra 14 dias antes da ovulação. Então, como a maioria dos ciclos é de 28 dias, as mulheres entendem que é no meio do ciclo.
Quais fatores podem afetar o meu ciclo e os sintomas de ovulação?
Diversos fatores podem afetar o ciclo de ovulação, podemos destacar:
estresse;
alterações hormonais;
peso corporal;
síndrome dos ovários policísticos (SOP);
distúrbios da tireoide;
uso de certos medicamentos;
mudanças na rotina.
Se não estou sentindo sintomas de ovulação, isso é algo com o que eu deva me preocupar?
Não necessariamente, pois muitas mulheres ovulam sem sintomas perceptíveis. No entanto, se há dificuldade para engravidar ou suspeita de anovulação (ausência de ovulação), é recomendado investigar possíveis causas e indicar exames ou tratamentos.
Especialista em Reprodução Humana, professora da UERJ, encantada pela magia da vida e apaixonada em compartilhar conhecimento. Para maiores informações sobre meu trabalho, acesse meu perfil @alessandra.evangelista
Escrito por
Gabriela Sucupira
Redatora bilíngue, bacharel em Letras pela UFRJ e Especialista em Marketing pela USP/Esalq. Carioca, mãe da Rebeca e consultora textual para o Linkedin.
O Pilates na gravidez é um tema muito falado entre as mulheres grávidas e as tentantes. Isso porque durante o processo de gestação é de suma importância praticar regularmente atividades físicas específicas e com acompanhamento profissional.
Primeiramente, sabe-se que o Pilates consiste em um método de condicionamento físico e alongamento que utiliza o peso do próprio corpo na sua execução e, dessa forma, pode contribuir para o condicionamento físico da gestante.
Além disso, os especialistas explicam que o Pilates auxilia a expandir a consciência corporal de quem o pratica, integrando corpo, mente e espírito. Com isso, alguns o consideram mais do que uma atividade física, uma filosofia de vida.
Quer saber mais? Confira a entrevista com a fisioterapeuta Fabiana Procópio, especialista em Traumato Ortopedia e Pilates com mais de 20 anos de carreira. Como mulher preta, mãe do Miguel e filha da Cleuma, Fabiana carrega como missão levar consciência corporal através do movimento, transformando vidas e promovendo bem-estar.
Neste post ,você vai ver:
Quais são os principais benefícios do Pilates durante a gravidez?
Quais exercícios devem ser evitados durante a gestação?
Pilates auxilia no trabalho de parto normal?
Quem nunca fez Pilates pode começar durante a gravidez?
A pessoa gestante pode praticar Pilates desde o primeiro trimestre?
É preciso analisar cada caso, por isso a resposta é depende. No primeiro trimestre, a gestante passa por mudanças hormonais intensas e esse é o período de maior risco para abortos espontâneos. Por isso, a liberação do médico obstetra é essencial antes de iniciar qualquer atividade física, incluindo o Pilates.
Outra questão é se a gestante já praticava Pilates antes da gravidez e não apresenta contraindicações médicas, pode continuar com adaptações, evitando exercícios intensos e focando em respiração, mobilidade e fortalecimento leve.
Para iniciantes, por outro lado, muitos fisioterapeutas como eu recomendam que comecem a prática a partir do segundo trimestre, quando o risco de complicações é menor e o corpo já passou pela fase inicial de adaptação hormonal.
É importante ressaltar que cada caso deve ser avaliado individualmente, respeitando as necessidades e limitações da gestante.
Quais são os principais benefícios do Pilates durante a gravidez?
O Pilates na gravidez traz inúmeros benefícios para a gestante, promovendo, assim, bem-estar físico e emocional. Dentre eles, aqui estão os principais:
Fortalecimento da musculatura: trabalha especialmente o core (músculos do abdômen, lombar e assoalho pélvico), ajudando a suportar o peso da barriga e prevenindo dores lombares.
Melhora da postura: com o crescimento da barriga, a postura da gestante muda, podendo gerar desconfortos. O Pilates ajuda a manter o alinhamento postural adequado.
Prevenção e alívio de dores: reduz dores lombares, pélvicas e nas articulações, muito comuns na gestação, por meio do fortalecimento e alongamento muscular.
Melhora da respiração: exercícios respiratórios ajudam na oxigenação do bebê e no controle da ansiedade, além de prepararem a mulher para o trabalho de parto.
Aumento da consciência corporal: a gestante se torna mais conectada com seu corpo e as mudanças que ocorrem ao longo da gravidez.
Controle do peso: a prática auxilia na manutenção do peso saudável, prevenindo o ganho excessivo.
Prevenção da incontinência urinária: o fortalecimento do assoalho pélvico ajuda no controle da bexiga, prevenindo escapes de urina.
Facilitação do trabalho de parto: o fortalecimento e a flexibilidade da região pélvica ajudam no momento do parto, favorecendo a expulsão do bebê.
Recuperação pós-parto mais rápida: o corpo da mulher se recupera mais facilmente, pois os músculos permanecem mais fortes e ativos.
Bem-estar e redução do estresse: a prática libera endorfina, reduzindo ansiedade e melhorando a qualidade do sono.
Pilates ajuda a reduzir dores na lombar e no quadril?
Esse tipo de exercício é uma das melhores formas de aliviar dores na lombar e no quadril durante a gravidez. Isso porque essas dores são comuns devido ao aumento de peso, alterações posturais e ao efeito dos hormônios, como a relaxina, que afrouxa os ligamentos para preparar o corpo para o parto.
Todavia, o Pilates trabalha o fortalecimento do core (músculos profundos do abdômen e da lombar), ajudando a estabilizar a coluna e reduzir sobrecargas. Além disso, os exercícios de mobilidade pélvica e alongamento aliviam a tensão na região do quadril, melhorando o equilíbrio e a postura.
Dessa maneira, com a prática regular, a gestante sente menos desconforto no dia a dia e ganha mais consciência corporal para se movimentar de forma segura e confortável.
Quais exercícios devem ser evitados durante a gestação?
Durante a gravidez, é preciso evitar os seguintes exercícios para garantir a segurança da gestante e do bebê:
Exercícios em decúbito ventral (barriga para baixo): a partir do segundo trimestre, essa posição pode ser desconfortável e comprometer a circulação sanguínea.
Exercícios em decúbito dorsal prolongado (barriga para cima): após o segundo trimestre, deitar de costas por muito tempo pode comprimir a veia cava, prejudicando a circulação e causando tonturas.
Movimentos de rotações excessivas do tronco: podem gerar instabilidade na coluna e aumentar o risco de desconforto na lombar.
Exercícios de alto impacto ou explosivos: saltos, impactos e movimentos muito rápidos devem ser evitados para prevenir lesões e minimizar riscos ao assoalho pélvico.
Abdominais tradicionais: flexões de tronco podem aumentar a pressão intra-abdominal e favorecer a diástase abdominal (separação dos músculos retos do abdômen).
Exercícios com excesso de carga ou resistência: o foco deve ser o fortalecimento funcional e controlado, evitando sobrecarga articular e muscular.
Pranchas prolongadas ou exercícios de grande instabilidade: o assoalho pélvico e a musculatura abdominal já estão sob grande demanda e exercícios que exigem muita estabilidade podem gerar desconforto.
É importante destacar que o ideal é sempre adaptar os exercícios ao trimestre da gestação e às condições individuais da gestante, priorizando segurança e bem-estar.
Pilates auxilia no trabalho de parto normal?
O Pilates pode sim ser um grande aliado no trabalho de parto normal, pois fortalece e prepara o corpo da gestante para esse momento. Aqui estão algumas de suas contribuições:
Fortalecimento do assoalho pélvico: exercícios específicos ajudam a fortalecer e ao mesmo tempo relaxar essa musculatura, facilitando a passagem do bebê no parto normal e prevenindo complicações como lacerações e incontinência urinária.
Melhora da respiração e do controle da dor: o Pilates ensina técnicas de respiração que ajudam a gestante a se manter calma e a controlar melhor a dor durante as contrações.
Aumento da mobilidade pélvica: movimentos que trabalham a mobilidade da pelve auxiliam na adaptação do corpo às mudanças durante a gestação e favorecem o encaixe do bebê na posição ideal para o parto.
Fortalecimento do core e da musculatura das costas: um core forte proporciona mais estabilidade e resistência durante o trabalho de parto, ajudando a gestante a manter uma boa postura e reduzir o desconforto.
Consciência corporal e relaxamento: O Pilates melhora a conexão da gestante com seu próprio corpo, facilitando a percepção dos sinais do trabalho de parto e ajudando no relaxamento entre as contrações.
Além disso, mulheres que praticam Pilates regularmente tendem a ter uma recuperação pós-parto mais rápida, pois seus músculos já estão mais preparados para voltar ao estado natural.
Existe risco de aborto praticando Pilates na gravidez?
A prática de Pilates, quando bem orientada e adaptada à gestação, é segura e traz muitos benefícios. No entanto, no primeiro trimestre, há um risco natural de aborto espontâneo devido às mudanças hormonais e à adaptação do corpo à gravidez.
Se a gestante já praticava Pilates antes da gravidez e tem liberação médica, pode continuar, com ajustes, evitando sobrecarga, impactos e posições desconfortáveis.
Para gestantes iniciantes, recomendamos começar a prática a partir do segundo trimestre, quando o risco de complicações é menor.
O mais importante é que a prática seja feita com acompanhamento especializado e sempre respeitando os limites da gestante.
O que é diástase abdominal e como o Pilates pode prevenir essa condição?
A diástase ocorre quando os músculos retos do abdômen se afastam para acomodar o crescimento do bebê, o que pode gerar flacidez, fraqueza no core e dores na lombar.
Os exercícios de Pilates podem ajudar a prevenir e minimizar a diástase abdominal durante a gravidez.
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É seguro fazer Pilates até o final da gravidez?
Sim, o Pilates pode ser praticado com segurança até o final da gravidez, desde que haja liberação médica e os exercícios sejam adaptados para cada fase da gestação.
No terceiro trimestre, por exemplo, algumas adaptações são essenciais para garantir o conforto e a segurança da gestante e do bebê.
É possível citar alguns cuidados no final da gestação:
Evitar posições desconfortáveis: exercícios de barriga para baixo e deitada de costas por muito tempo devem ser evitados;
Priorizar mobilidade e relaxamento: alongamentos, exercícios respiratórios e movimentos de mobilidade pélvica ajudam a aliviar desconfortos e preparar para o parto;
Reduzir a intensidade: a prática deve focar na manutenção do bem-estar, evitando sobrecarga ou fadiga excessiva;
Evitar esforço excessivo do assoalho pélvico: o fortalecimento dessa região deve ser equilibrado, pois no final da gestação é importante permitir o relaxamento para o parto.
Se bem orientado, o Pilates se torna um grande aliado até os últimos dias da gravidez, ajudando na postura, no controle da respiração, na redução de dores e na preparação para o parto normal.
Quantas vezes por semana é recomendado praticar Pilates na gravidez?
Minha recomendação e de outros especialistas é praticar 2 a 3 vezes por semana, pois essa frequência permite que a gestante tenha os benefícios do Pilates sem sobrecarregar o corpo.
Para gestantes que já praticavam antes da gravidez, a frequência pode ser ajustada conforme a adaptação do corpo e a orientação do profissional. Já para iniciantes, começar com 2 vezes por semana e aumentar gradualmente pode ser uma boa estratégia.
O mais importante é respeitar os limites do corpo e garantir que a prática seja segura e confortável em cada fase da gestação.
Quem nunca fez Pilates pode começar durante a gravidez?
Aquelas que nunca fizeram Pilates podem começar durante a gravidez, desde que tenham liberação médica e sejam acompanhadas por um profissional especializado em gestantes.
No entanto, é recomendado que iniciantes comecem a prática a partir do segundo trimestre, quando o corpo já passou pela fase inicial de adaptações hormonais e o risco de aborto espontâneo é menor.
A prática deve ser adaptada, com exercícios suaves, focados em:
Consciência corporal;
Fortalecimento do core profundo e do assoalho pélvico;
Melhora da postura;
Respiração e relaxamento.
O importante é respeitar os limites do corpo e evitar sobrecargas, garantindo uma experiência segura e benéfica para a mãe e o bebê. Veja outras recomendações em nosso sessão sobre gestação.
A prática de atividade física regular durante a gravidez necessita de liberação médica.
Fisioterapeuta
Fabiana Procópio
Especialista em Traumato Ortopedia e Pilates com mais de 20 anos de carreira, formada pela Universidade Estácio de Sá. Ela é a idealizadora do Espaço Saúde em Foco @esfpilates desde 2012 e seu trabalho é pautado no amor ao próximo, buscando sempre transformar dor em amor.
Escrito por
Gabriela Sucupira
Redatora bilíngue, bacharel em Letras pela UFRJ e Especialista em Marketing pela USP/Esalq. Carioca, mãe da Rebeca e consultora textual para o Linkedin.
Seu filho apresenta inquietação ou agitação constante, fala muito ou tem dificuldade de permanecer atento em atividades longa? Conseguimos as respostas de um psicólogo para os pais sobre crianças com TDAH.
Em outras palavras, os pais, familiares e educadores ficam preocupados quando se deparam com essas caracterísiticas nas crianças, pois podem ser sinais do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, o TDAH.
Esse transtorno neurobiológico de causas genéticas mostra os primeiros sinais na infância e pode acompanhar o indivíduo por toda a vida. Ele é caracterizado por sintomas como falta de atenção, inquietação e impulsividade e requer acompanhamento de profissionais de diversas especialidades.
Entrevistamos Osmael dos Santos, psicólogo clínico especialista em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e pós-graduando em Neuropsicologia e Reabilitação Neuropsicológica para esclarecer as dúvidas desses pais.
Confira o texto completo e procure a ajuda de um especialista para uma avaliação adequada.
Quais são os primeiros sinais de TDAH que um psicólogo pode identificar em uma criança?
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, aABDA, membro afiliada a ADHD World Federation, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) na infância se manifesta através de sinais específicos:
Hiperatividade e impulsividade;
Dificuldade de concentração;
Esquecimento frequente;
Desorganização;
Dificuldade em seguir instruções;
Comportamentos desafiadores.
É crucial ressaltar que nem todas as crianças com TDAH apresentam todos os sinais e que o diagnóstico desse transtorno deve ser realizado por um profissional qualificado, como um neuropsicólogo, por meio de uma avaliação neuropsicológica abrangente.
Essa avaliação permite identificar os comprometimentos específicos de cada criança e descartar outras possíveis causas para os comportamentos observados. Ela é fundamental para identificar o TDAH e iniciar o tratamento adequado.
Conclui-se, portanto, que o diagnóstico precoce e a intervenção multidisciplinar são essenciais para garantir que a criança com TDAH desenvolva todo o seu potencial.
Como posso diferenciar o comportamento típico de uma criança de um possível caso de TDAH?
Para identificar esse transtorno em crianças é crucial diferenciar comportamentos típicos de desatenção e agitação daqueles associados ao transtorno, vejam alguns deles:
Comportamentos comuns em crianças:
Desatenção;
Dificuldade em manter o foco em atividades; especialmente em situações de tédio;
Esquecimento e distração, principalmente em tarefas complexas ou pouco interessantes;
Agitação e impulsividade, com dificuldade em esperar a vez ou controlar impulsos.
Crianças com TDAH:
Padrões persistentes e intensos de desatenção, hiperatividade e impulsividade, que se manifestam em diversas áreas da vida da criança, como na escola, em casa e em interações sociais;
Dificuldade em iniciar, manter o foco e concluir tarefas, mesmo as mais simples;
Comportamentos impulsivos frequentes, que podem gerar dificuldades em seguir regras e conviver com outras pessoas;
Agitação constante, com dificuldade em ficar quieta e relaxar, mesmo em momentos de descanso.
Acima de tudo, o diagnóstico de TDAH deve ser realizado por um profissional especializado, como um neuropsicólogo ou psiquiatra infantil, por meio de avaliação clínica e testes específicos.
Além disso, recomenda-se observar a frequência, intensidade e persistência dos comportamentos, além do impacto que eles causam na vida da criança.
É importante ressaltar também que nem toda criança agitada ou desatenta tem TDAH. É fundamental analisar o contexto em que os comportamentos se manifestam e descartar outras possíveis causas.
Qual é o papel do psicólogo no diagnóstico do TDAH em crianças?
Antes de tudo, os psicólogos desempenham um papel fundamental no diagnóstico do TDAH infantil, pois é através da avaliação comportamental, das entrevistas com pais e da observação da criança em diversos contextos, que conseguimos analisar a intensidade dos comportamentos, diferenciando TDAH de comportamentos típicos ou outros quadros.
O profissional psicólogo:
Avalia fatores emocionais e ambientais;
Realiza diagnóstico diferencial;
Identifica comorbidades;
Oferece orientações aos pais;
Pode encaminhar para outros profissionais para um tratamento multidisciplinar completo.
Da mesma forma, é crucial lembrar que nem toda criança agitada ou desatenta tem TDAH. O psicólogo é fundamental para diferenciar esses casos, analisando a intensidade, frequência e impacto dos comportamentos na vida da criança.
O tratamento do TDAH, geralmente, envolve uma equipe multidisciplinar, com a participação de diferentes profissionais.
O psicólogo atua como um elo entre a família, a escola e os demais profissionais, garantindo que o tratamento seja abrangente e aborde todas as necessidades da criança.
O que pode causar o TDAH e como fatores emocionais ou ambientais podem influenciar o comportamento da criança?
O TDAH é um transtorno complexo com causas multifatoriais, incluindo fatores genéticos, neurobiológicos, ambientais e emocionais.
Da mesma forma, fatores genéticos desempenham um papel importante, com estudos indicando forte componente hereditário e alterações genéticas em crianças com TDAH.
Nesse interím, sobre os fatores ambientais, podemos listar: o estresse familiar, as expectativas inadequadas dos pais, a rotina desestruturada e a falta de apoio emocional.
Outra condição que pode aumentar o risco de desenvolver o TDAH infantil é a exposição a substâncias nocivas, como o álcool, tabaco e as outras drogas durante a gravidez. No entanto, vale lembrar que se trata de um transtorno complexo sem causa única.
Quais abordagens terapêuticas são mais eficazes para crianças com TDAH?
Por se tratar de um transtorno complexo, o TDAH exige um tratamento combinando diferentes abordagens terapêuticas.
Uma delas é a terapia comportamental, com foco em reforço positivo, rotina estruturada e manejo comportamental, é fundamental para modificar comportamentos inadequados e desenvolver o autocontrole.
Uma segunda opção é o treino de habilidades sociais e o treinamento dos pais complementam a terapia comportamental, ensinando a criança a interagir socialmente e capacitando os pais a criar um ambiente estruturado em casa.
Outras abordagens, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), intervenções educacionais e terapia ocupacional, podem ser utilizadas para atender às necessidades específicas de cada criança.
A TCC, por sua vez, é útil para crianças mais velhas que precisam trabalhar padrões de pensamento disfuncionais, enquanto as intervenções educacionais garantem o apoio necessário no ambiente escolar.
A terapia ocupacional, por sua vez, auxilia no desenvolvimento da coordenação motora e habilidades de organização. Em alguns casos, a medicação pode ser utilizada como complemento do tratamento, sempre sob orientação médica.
A combinação de diferentes abordagens terapêuticas oferece as melhores chances de sucesso no tratamento do TDAH, permitindo que a criança desenvolva todo o seu potencial.
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Como o TDAH afeta o comportamento e as emoções da criança e como podemos lidar com isso no dia a dia?
O TDAH afeta profundamente o comportamento e as emoções da criança, impactando sua capacidade de concentração, organização e interação social.
Dessa forma, a dificuldade em manter o foco pode levar a problemas escolares, esquecimento de tarefas e dificuldades em seguir instruções, gerando frustração e baixa autoestima.
Nesse sentido, a criança com TDAH pode se sentir sobrecarregada devido suas dificuldades, o que pode desenvolver a ansiedade. A pressão para seguir regras e ter bom desempenho, especialmente no ambiente escolar, pode ser particularmente estressante.
No entanto, é possível minimizar os impactos negativos do TDAH no dia a dia da criança com estratégias adequadas:
A estruturação de uma rotina clara e consistente, com horários definidos, melhorando a organização e aumentando a previsibilidade diária;
Criação de um ambiente tranquilo;
Minimização das distrações durante as atividades, como televisão, celular ou jogos.
Além da rotina e do ambiente, a comunicação aberta e honesta com a criança sobre o TDAH, o reforço positivo e o apoio profissional são essenciais para o bem-estar e o desenvolvimento da criança com TDAH.
É possível que o TDAH seja confundido com outros transtornos emocionais ou psicológicos? Como o psicólogo pode fazer essa diferenciação?
O TDAH pode ser facilmente confundido com outros transtornos emocionais e psicológicos, pois alguns sintomas como impulsividade, dificuldade de controlar emoções e desatenção estão presentes em diversos quadros. Por isso, o diagnóstico diferencial realizado por um psicólogo qualificado é fundamental.
Transtorno de ansiedade: A criança com ansiedade é distraída e inquieta, O psicólogo avalia os sintomas emocionais, diferenciando-os da desatenção do TDAH.
Transtorno de depressão: O desinteresse e a desmotivação da criança deprimida podem ser confundidos com desatenção. A irritabilidade e a tristeza também são comuns na depressão e podem ser confundidos com impulsividade.
O psicólogo investiga o histórico de sintomas depressivos, como tristeza profunda e perda de interesse em atividades, diferenciando-os do TDAH.
Transtorno Desafiador Opositor (TDO): A impulsividade, a irritabilidade e a dificuldade em seguir regras são comuns ao TDO e ao TDAH. No entanto, no TDO há um componente maior de desrespeito e desafio à autoridade, com desobediência e comportamentos agressivos mais intensos do que no TDAH.
A princípio, o psicólogo analisa os padrões de comportamento, diferenciando a impulsividade do TDAH da intenção de desafiar e violar regras no TDO.
Como o psicólogo pode ajudar a diferenciar dos casos de Transtorno de Aprendizagem?
Transtorno de aprendizagem: A criança com transtorno de aprendizagem pode parecer desatenta por ter dificuldade em processar informações.
A avaliação neuropsicológica é crucial nesse caso, por exemplo, com testes específicos para avaliar habilidades cognitivas como leitura, raciocínio lógico e outras características.
Além disso, a observação do desempenho acadêmico da criança também auxilia na diferenciação, já que a criança com transtorno de aprendizagem apresentará maiores dificuldades nesse âmbito do que a criança com TDAH.
Quais são os métodos de avaliação utilizados?
O psicólogo utiliza diversos métodos para diferenciar o TDAH de outros transtornos:
Entrevistas clínicas: conversas detalhadas com pais, professores e pessoas próximas à criança.
Escalas de avaliação padronizadas: questionários que avaliam comportamentos e sintomas específicos.
Observação direta: análise do comportamento da criança em situações específicas.
Avaliação neuropsicológica: avaliação detalhada das habilidades cognitivas da criança, como memória, atenção e resolução de problemas.
Análise do histórico familiar e médico: investigação de possíveis eventos traumáticos, antecedentes familiares e outros contextos relevantes.
Finalmente, através de uma avaliação completa e detalhada, o psicólogo consegue diferenciar o TDAH de outros transtornos, garantindo um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado para a criança.
Como posso ajudar a criança com TDAH a melhorar o foco e o autocontrole em casa e na escola com o auxílio profissional?
Com o apoio de um profissional, é possível implementar estratégias eficazes para melhorar o foco e o autocontrole do seu filho em casa e na escola.
Em casa:
Crie uma rotina estruturada e previsível, com horários definidos;
Utilize o reforço positivo, oferecendo recompensas e elogios quando a criança realizar as tarefas e apresentar comportamentos desejáveis;
Incentive a prática de atividades físicas regulares, como esportes ou brincadeiras ao ar livre.
Monte um ambiente livre de distrações, com o mínimo de estímulos visuais e sonoros.
Na escola:
Converse com os professores para tentarem a adaptação do ambiente escolar e das atividades, dividindo as tarefas em etapas menores e oferecendo intervalos regulares.
Incentive a criança a esperar a vez de falar e levantar a mão antes de responder em sala de aula, para praticar o autocontrole.
O papel do psicólogo:
Ajuda a criança a entender a importância da rotina e a encontrar formas de implementá-la de forma eficaz.
Orienta os pais e professores sobre como utilizar o reforço positivo de forma adequada.
Ensina técnicas de autocontrole, como jogos e brincadeiras que envolvem esperar a vez.
Utiliza a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) para ajudar a criança a reconhecer e controlar seus impulsos.
Lembrando que o foco e o autocontrole são habilidades que se desenvolvem com o tempo e a prática. Com o apoio adequado, seu filho pode aprender a lidar com os desafios do TDAH e alcançar seu pleno potencial.
O TDAH pode influenciar a autoestima da criança? Como essa questão é trabalhada no tratamento?
O TDAH afeta a autoestima da criança devido às dificuldades em diversas áreas da vida, como escola, interações sociais e atividades cotidianas. Essas dificuldades podem levar a sentimentos de frustração, inadequação, falta de pertencimento e baixa autoconfiança.
Com isso, o apoio psicológico é fundamental para ajudar a criança a entender suas dificuldades, valorizar suas qualidades e desenvolver habilidades de enfrentamento. O profissional trabalha para melhorar as habilidades sociais da criança, ensinando-a a esperar sua vez, fazer amigos e lidar com conflitos de forma saudável.
Da mesma forma, o envolvimento dos pais no processo terapêutico é crucial. O psicólogo orienta os pais a utilizarem técnicas de reforço positivo e a criarem um ambiente compreensivo e acolhedor em casa.
Recomenda-se ainda que os pais evitem críticas excessivas e ofereçam feedbacks positivos, quando a criança se esforçar para melhorar, celebrando suas pequenas vitórias diárias.
O desempenho acadêmico pode ser uma grande fonte de estresse e impacto na autoestima da criança com TDAH, por exemplo. Nesse contexto, o psicólogo pode trabalhar em conjunto com a escola para garantir que a criança tenha o apoio necessário, como métodos de ensino adequados e estratégias para lidar com distrações e dificuldades.
O tratamento psicológico pode ajudar meu filho a lidar com o TDAH na vida adulta ou precisará de outros tipos de apoio com o passar do tempo?
O tratamento psicológico é fundamental para crianças com TDAH, auxiliando-as a desenvolver estratégias para lidar com os desafios do transtorno ao longo da vida, inclusive na fase adulta.
É possível que o TDAH persista na vida adulta, contudo com sintomas se manifestando de maneira diferente. Os adultos:
– Costumam ter dificuldade em organizar e planejar atividades do dia a dia, principalmente em determinar o que é prioridade;
– Estressam-se muito ao assumir diversos compromissos e não saber por qual começar.
– Deixam trabalhos incompletos ou interrompem o que estão fazendo e começam outra atividade, esquecendo-se de voltar ao que começaram anteriormente.
– Sentem grande dificuldade para realizar suas tarefas sozinhos e precisam ser lembrados pelos outros.
Qual a importância do acompanhamento psicológico na vida das pessoas com TDAH?
O acompanhamento psicológico contínuo é essencial para ajudar a pessoa com TDAH a desenvolver habilidades de enfrentamento e alcançar uma boa qualidade de vida. O psicólogo prepara a criança para enfrentar as demandas de cada fase da vida de forma eficaz, ensinando-a a lidar com a pressão e a frustração.
Nesse contexto, o apoio social e emocional, como grupos de apoio ou terapia de grupo, pode ajudar adultos com TDAH a compartilhar experiências e aprender com outros.
Por sua vez, o tratamento psicológico se adapta às necessidades de cada fase da vida. À medida que a criança cresce, as demandas mudam, e o psicólogo pode orientá-la a adaptar estratégias que funcionaram na infância para lidar com novos desafios na vida adulta, como organização no trabalho ou sobrecarga de estudos na faculdade.
Em resumo, o acompanhamento psicológico é fundamental em todas as fases da vida da pessoa com TDAH, mas o apoio das outras áreas também é importante para garantir o bem-estar e o desenvolvimento do indivíduo.
Psicólogo especialista em Análise do Comportamento Aplicada (ABA), que atua em um Núcleo de Terapias Integradas de um hospital junto à equipe multidisciplinar composta por psicopedagogos, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e Aplicador ABA. @psico_osmael_santos
Escrito por
Gabriela Sucupira
Redatora bilíngue, bacharel em Letras pela UFRJ e Especialista em Marketing pela USP/Esalq. Carioca, mãe da Rebeca e consultora textual para o Linkedin.
Receber o diagnóstico de que filho tem o Transtorno do Espectro Autista (TEA) requer uma atenção especial e um cuidado multiprofissional. Dentre os tratamentos necessários, conheça a relação da criança com autismo e a Fonoaudiologia.
As crianças com o diagnóstico de autismo (TEA) costumam apresentar dificuldades de se comunicar e de interagir socialmente, além de terem padrões de comportamento repetitivos.
Relativo à comunicação, a criança com esse diagnóstico pode apresentar desde a dificuldade de se expressar verbalmente, até a pouco ou nenhuma fluência de conversação.
Pensando em ajudar nessas questões, convidamos a fonoaudióloga Vanessa do Lago Guimarães, formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)e especialista em Audiologia Clínica para nos explicar como o acompanhamento fonoaudiológico é fundamental no tratamento da criança com autismo.
Quais são os primeiros sinais de dificuldades na comunicação que posso observar em uma criança com autismo?
Em primeiro lugar, é recomendado observar alguns sinais em alguns pacientes com autismo logo quando bebê
O bebê com autismo costuma:
não gostar muito de ficar no colo, lugares com sons altos ou muito luminosos os deixam incomodados;
tem dificuldade em manter o contato visual;
não atender quando chamado;
ter hiperfoco em algum brinquedo ou objeto;
fazer movimentos de repetição como empilhar/ enfileirar / agrupar por cores e formas;
não apontar;
ter atraso no balbucio e fala;
não olhar para o outro ao querer algo, apenas o puxando como instrumento;
começar a falar algumas palavras e parou de falar.
Contudo, vale ressaltar que cada criança precisa de avaliação e observaçãopersonalizada.
Como o fonoaudiólogo pode ajudar no desenvolvimento da fala e da linguagem de uma criança com autismo?
Os fonoaudiólogos têm um papel importante no desenvolvimento da linguagem. Com isso, nosso maior objetivo é que essa criança consiga ser compreendida e se comunique, e não necessariamente pela linguagem oral., ajudando amelhorar a comunicação dessas crianças com autismo seguindo as dicas e exercícios de fonoaudiologia.
Há muitos autistas que não utilizam da linguagem oral para se comunicar, porém usam de comunicação alternativa como PECS (Sistema de comunicação por troca de figuras) e pela CAA (Comunicação Alternativa Aumentativa).
Quando o paciente chega para nós no consultório, é crucial que seja feita uma avaliação das habilidades de linguagem e de comunicação desse paciente.
Após essa avaliação desenvolve-se um plano de intervenção individualizado com base nas demandas específicas de cada paciente, que será modificado à medida que o paciente evoluir e apresentar ganhos de linguagem e comportamento.
E através de brinquedos, jogos, atividades lúdicas e recursos visuais vamos estimulando a linguagem e fala da criança com autismo com a Fonoaudiologia.
A criança com autismo sempre terá dificuldades com a fala ou isso pode ser superado com a intervenção adequada?
Sempre e Nunca são palavras bem complicadas de serem usadas dentro do universo cognitivo comportamental do desenvolvimento do indivíduo. Nosso maior objetivo, enquanto fonoaudiólogos, é promover a comunicação.
Vale ressaltar que não é uma regra que todos apresentarão dificuldades na fala, mas muitas enfrentam desafios importantes no desenvolvimento da linguagem.
A dificuldade de comunicação e a gravidade varia de uma criança para a outra, muitas respondem de forma positiva à intervenção, melhorando suas habilidades de comunicação verbal e não-verbal e desenvolvendo maneiras de se expressar.
Como o autismo afeta a comunicação não verbal e como posso trabalhar isso com meu filho?
Muitas crianças com autismo apresentam dificuldades em compreender, interpretar e utilizar pistas não verbais, como expressões faciais (tristeza, felicidade, raiva, dor, etc), gestos, manifestações através do corpo, tom de voz (rude, chamando a atenção, irônico etc.).
Essas habilidades fazem parte da comunicação e das conexões sociais.
Dentro do ambiente domiciliar, é de extrema importância que a família colabore, pois são essas pessoas que passam a maior parte do tempo com a criança.
Dessa forma, utilizar modelagens que ajudem a desenvolver tais habilidades é de grande valia como:
Usar gestos e expressões faciais claras para se comunicar, reforçando a comunicação verbal com elementos não verbais
Exemplo: ao chamar a atenção da criança, mudar o tom da voz, a intensidade, e utilizar de expressões faciais como franzir a testa, por exemplo.
É válido até cruzar os braços para mostrar a criança que você está chamando a atenção e não está gostando do que está sendo feito.
Igualmente importante é trabalhar a previsibilidade, pois deixa as crianças mais seguras e facilita a compreensão de sinais não verbais associados as atividades. Podendo usar pictogramas, recursos visuais, figuras, CAA.
Exemplo: pode confeccionar um quadro de rotinas, isso ajuda a criança em organizar e compreender a sua rotina do dia, as suas demandas sensoriais tendem a diminuir e facilita a comunicação dentro da atividade proposta ali exposta.
Lembrando que é importante o suporte de um fonoaudiólogo para auxiliar a desenvolver as estratégias mais pertinentes a demanda e a compreensão do seu filho.
Meu filho tem dificuldade em manter uma conversa. Existem técnicas específicas para ajudá-lo a melhorar essa habilidade?
É importante levar em conta alguns pontos importantes antes de definir e utilizar quaisquer técnicas, como entender a compreensão do seu filho sobre o tema proposto.
Primeiramente, ao tentar entender a compreensão e atenção dele diante de uma conversa, o fonoaudiólogo pode ajudar a identificar as melhores estratégias especificas para seu filho, mas há algumas relacionadas ao estabelecimento de rotinas previsíveis e claras para as conversações, tais como:
Iniciar a conversa com saudação e fazendo uma pergunta, responder a pergunta do interlocutor;
Ensinar a criança a prestar atenção no que o outro está dizendo, fazendo contato visual, acenando com a cabeça e demonstrando interesse através de gestos e expressões faciais.
Incentivar a fazer perguntas,a sugestão é usar modelagem, prática guiada e reforço positivo.
Durante uma conversa sobre algum assunto, utilizar-se de recursos visuais para ajudar e facilitar a criança a entender sobre o tema, a organizar suas ideais e compreender a estrutura da conversa e os turnos de fala.
Utilizar de reforço positivo e modelagem, elogiando e recompensando quando a criança conseguir utilizar as habilidades desejadas de forma adequada.
Ensinar habilidades de turn-taking: ajude a criança a entender a importância de esperar a sua vez de falar e a identificar os momentos adequados de interação na conversa. Pratique a alternância entre falar e ouvir para promover uma troca eficaz.
O uso de tecnologias, como aplicativos de comunicação, pode ser benéfico para crianças com TEA?
Sim, o uso de tecnologias como tablets, celulares ajudam muito a comunicação, os estudos na área de tecnologia assistiva têm mostrado que essas ferramentas podem auxiliar no desenvolvimento da comunicação e linguagem de indivíduos com TEA, oferecendo uma forma alternativa e complementar de se expressar e comunicar.
Contudo, os aplicativos de comunicação são personalizados de acordo com a necessidade e habilidade de cada criança.
Conhecidos também como Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) podem ser personalizados estruturalmente: a voz, os tipos de textos e de figuras, o visual, tudo de acordo com a demanda especifica de cada criança, a fim de ajudar a comunicação de forma eficaz, trazendo maior autonomia e independência para a criança, facilitando a interação social.
Lembrando que a escolha da melhor ferramenta de comunicação e implementação deve ser feita com orientação de um fonoaudiólogo.
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Como o fonoaudiólogo lida com os problemas de sensibilidade auditiva que muitas crianças com autismo apresentam?
Devemos realizar uma avaliação detalhada da criança com autismo para identificar suas dificuldades e necessidades específicas em relação à audição.
A partir dessa avaliação, é elaborado um plano de intervenção individualizado que inclui estratégias e atividades para ajudar a criança a desenvolver uma maior tolerância e adaptação aos estímulos sonoros.
Algumas dessas estratégias incluem:
Trabalhar a percepção auditiva para melhorar a sua discriminação, identificação e compreensão dos sons;
Orientar a família e a escola para a criação de ambientes auditivos mais adaptados às necessidades especificas, podendo incluir o abafador de ruído;
Em conjunto com terapeuta ocupacional, implementar estratégias para regulação das suas respostas sensoriais.
Lembrando que as questões auditivas são trabalhadas junto com equipe multidisciplinar envolvendo otorrinolaringologista, psicólogo, terapia ocupacional e fonoaudiólogo.
A terapia fonoaudiológica pode ajudar meu filho a melhorar suas habilidades sociais, como fazer amigos ou compreender expressões faciais?
Sim, a terapia fonoaudiológica pode ser muito benéfica para desenvolver e melhorar as habilidades sociais, incluindo a capacidade de fazer amigos e compreender expressões faciais dos outros.
É crucial observar os sinais como mudança de tom de voz, expressões corporais, gestos que são fundamentais para a interações sociais.
Também é possível incluir o desenvolvimento de habilidades de conversação, turn-taking e compreensão de regras sociais, que são essenciais para a boa convivência e interações sociais.
Qual é a relação entre a comunicação e o comportamento em crianças com TEA? Como um fonoaudiólogo pode ajudar a reduzir comportamentos desafiadores?
Particularmente é um tema que eu gosto muito, pois a comunicação desempenha um papel fundamental no comportamento de crianças com autismo. Uma vez que possuem dificuldades de se comunicar, levando à frustração e aos comportamentos desafiadores.
Ajudamos as crianças desenvolvendo as habilidades de comunicação, sejam na forma oral ou não oral (CAA), para que consigam expressar suas necessidades e sentimentos de forma clara e sejam compreendidas.
Ao desenvolvermos essas habilidades no paciente, ele reduz os comportamentos inadequados e desafiadores. Dessa forma, sentindo-se mais capaz de se expressar e ter suas necessidades atendidas, não precisando usar de comportamentos inapropriados.
Nesse momento, precisamos muito do apoio da família, pois a casa é nosso maior desafio. Uma vez que é o local onde a criança passa maior parte do tempo e já aprendeu a conquistar coisas com o seu comportamento e não com linguagem.
Mas junto com uma equipe multidisciplinar com fonoaudiólogo, psicólogo, agente terapêutico, entre outros, conseguimos alcançar os objetivos.
Com que frequência a criança precisa de acompanhamento fonoaudiológico para alcançar melhorias significativas na comunicação?
Depende das necessidades de cada paciente. Geralmente, as sessões acontecem de 1 a 3 vezes na semana, dependendo da gravidade e da necessidade de cada criança e sua evolução.
Para maiores informações sobre como consultar especialistas pode ajudar no desenvolvimento cognitivo de seus filhos, recomendamos o Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Além disso, aqui no My babe Care é possível acessar os artigos sobre saúde mental, como as entrevistas com o psicólogo sobre TDAH e com a psicóloga sobre a importância do sono para a saúde mental dos bebês.
Fonoaudióloga
Vanessa do Lago Guimarães
Fonoaudióloga formada pela UFRJ e especialista em Audiologia Clínica, que atende em seu consultório no Rio de Janeiro e realiza atendimentos on-line. Saiba mais acessando o perfil no Instagram @centroreabvanessalago.
Escrito por
Gabriela Sucupira
Redatora bilíngue, bacharel em Letras pela UFRJ e Especialista em Marketing pela USP/Esalq. Carioca, mãe da Rebeca e consultora textual para o Linkedin.
Entre todos os cuidados com os filhos, a alimentação é um tema de destaque, pois dependendo dos hábitos alimentares, as crianças serão mais dispostas, atentas e saudáveis ou poderão apresentar problemas de saúde relacionados ao excesso de peso ou à desnutrição, por exemplo.
Convidamos a Nutricionista Andreia Sant’anna, especialista em Nutrição Clínica e Saúde da Mulher para explicar como é possível identificar se as crianças estão recebendo todos os nutrientes necessários de acordo com a faixa etária.
A especialista também fala sobre as consequências da ingestão dos alimentos processados na saúde e a importância de controlar o consumo de açúcar.
Confira o texto na íntegra e coloque as dicas em prática!
Como posso saber se meu filho está recebendo todos os nutrientes que ele precisa?
Observe o crescimento, o peso e a altura que são indicadores importantes de uma boa nutrição. Se ele estiver crescendo conforme as curvas de crescimento da idade, é um bom sinal.
Note os sinais físicos. Alguns sinais podem indicar deficiências nutricionais, como:
Cansaço excessivo: pode indicar falta de ferro.
Pele seca ou queda de cabelo: possível deficiência de vitamina A, zinco ou ácidos graxos.
Baixa imunidade: falta de vitaminas C, D ou zinco.
Meu filho tem sobrepeso ou abaixo do peso, o que devo fazer?
Consulte um pediatra ou nutricionista para confirmar o diagnóstico. Muitas vezes, os pais podem subestimar ou superestimar o peso da criança. O médico ou nutricionista irá avaliar:
Peso, altura e IMC (Índice de Massa Corporal) apropriados para a idade.
Curvas de crescimento (comparando o desenvolvimento ao longo do tempo).
Fatores genéticos, hábitos alimentares e rotina de atividade física.
Osuporte de profissionais e o monitoramento do crescimento são essenciais para garantir que as estratégias estejam funcionando.
Quais são os impactos dos alimentos processados na saúde das crianças?
Alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, biscoitos recheados e refrigerantes, são ricos em calorias vazias (alto teor de açúcar, gordura e sal), o que pode levar ao ganho de peso.
Esses alimentos muitas vezes têm baixo teor de fibras e proteínas, o que dificulta a saciedade e incentiva o consumo excessivo.
O excesso de açúcar adicionado pode aumentar os níveis de glicose no sangue e leva à resistência à insulina. Altos teores de sódio em snacks, molhos prontos e fast food podem elevar a pressão arterial desde cedo.
Os hábitos alimentares adquiridos na infância tendem a se estender para a vida adulta. O consumo exagerado de processados na infância está ligado a maiores riscos de doenças cardíacas, câncer e outras condições crônicas na vida adulta.
Agende seu atendimento 100% on-line por WhatsApp (21) 96428-0605.
Devo preocupar-me com o consumo de açúcar pelo meu filho?
Sim, é importante estar atento ao consumo de açúcar, pois o excesso pode trazer vários impactos negativos para a saúde, tanto a curto quanto a longo prazo.
Embora o açúcar natural presente em frutas e laticínios seja parte de uma alimentação saudável, o problema está no açúcar adicionado em alimentos e bebidas processados.
Risco de obesidade infantil. O excesso de açúcar contribui para o aumento de peso, especialmente porque está presente em alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, sucos industrializados, biscoitos e doces. Esses alimentos são altamente calóricos e pobres em nutrientes, o que dificulta o controle do apetite.
Açúcares refinados causam picos rápidos de energia seguidos de quedas bruscas, o que pode deixar a criança irritada, cansada ou até com dificuldades de concentração.
O consumo excessivo de açúcar pode levar à resistência à insulina, aumentando o risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.
Meu filho tem intestino preso. O que posso fazer para melhorar o trânsito intestinal dele?
Algumas recomendações são:
Aumentar o consumo de fibras que ajudam a formar o bolo fecal e a estimular os movimentos do intestino;
Oferecer bastante água para o intestino funcionar adequadamente.
Como a alimentação pode influenciar o comportamento e o desempenho escolar do meu filho?
A alimentação tem um impacto direto no comportamento, aprendizado e desempenho escolar das crianças. O cérebro infantil está em desenvolvimento e precisa de nutrientes adequados para funcionar bem.
Esse órgão depende da glicose como principal fonte de energia. Alimentos ricos em carboidratos complexos (como pães integrais, arroz integral e aveia) liberam glicose de forma gradual, fornecendo energia constante ao longo do dia.
Já alimentos ricos em açúcar refinado, como doces e refrigerantes, causam picos rápidos de energia seguidos de quedas, levando ao cansaço e à dificuldade de concentração.
Dietas ricas em ultraprocessados, com excesso de açúcar, gorduras trans e aditivos, podem estar associadas a alterações no humor, como irritabilidade e ansiedade.
Alimentos ricos em triptofano, como banana, ovos e abacate, ajudam na produção de serotonina, um neurotransmissor que melhora o humor e promove bem-estar.
Sabe-se que a alimentação da família influencia os hábitos das crianças, como fazer para que todos tenham uma alimentação equilibrada?
As crianças aprendem pelo que veem. Se os adultos da casa comem frutas, legumes e evitam alimentos ultraprocessados, elas tendem a seguir esse padrão naturalmente. Sugiro algumas dicas práticas para uma alimentação equilibrada em família:
Troque sucos industrializados por suco natural ou água saborizada;
Use farinhas mais nutritivas (como aveia) em receitas;
Substitua frituras por preparações assadas ou grelhadas;
Tenha frutas lavadas e cortadas na geladeira para facilitar o consumo;
Deixe castanhas, iogurte natural, frutas e outros snacks saudáveis ao alcance das crianças;
Deixe que elas participem das compras e escolham frutas e verduras;
Mantenha horários regulares para as refeições;
Incentive refeições à mesa, sem distrações como TV ou celular.
reduza a oferta de ultraprocessados, proibir certos alimentos, podem gerar ainda mais desejo.
Precisa de ajuda para transformar sua saúde de forma prática personalizada? Agende seu atendimento 100% on-line por WhatsApp (21) 96428-0605.
Nutricionista
Andreia Sant'Anna
Nutricionista com pós-graduação em Nutrição Clínica e Saúde da Mulher. Atua com foco em emagrecimento saudável, menopausa e lipedema.
Escrito por
Gabi Sucupira
Redatora bilíngue, bacharel em Letras pela UFRJ e Especialista em Marketing pela USP/Esalq. Carioca, mãe da Rebeca e consultora textual para o Linkedin.
Confira a Parte II da entrevista com a arquiteta portuguesa Marta Calvinho, que mora em Lisboa há 4 anos, formada na Universidade Lusíada de Lisboa e no Art Institute of Chicago, que é dona do seu próprio negócio desde 2021.
Sempre que pensamos em planejamento familiar, é necessário listar todos os recursos disponíveis e tudo que precisa de alguma modificação para deixar a chegada da criança mais tranquila e organizada, especialmente, sobre os cômodos da casa.
Dentre as coisas que precisam estar bem definidas, estão as adaptações e pequenos consertos na casa a fim de deixar sua infraestrutura e áreas de circulação mais seguras e transitáveis.
A casa precisa de melhorias na rede elétrica para suportar novos aparelhos, como aquecedores ou babás eletrônicas?
Apartamento antigo: no nosso apartamento antigo, tínhamos uma instalação elétrica obsoleta que não aguentava vários aquecedores ligados simultaneamente.
Para quem vive em edifícios antigos, é essencial verificar o quadro elétrico e a cablagem antes de adquirir novos equipamentos (babás eletrónicas, esterilizadores, aquecedores de água para biberões etc.).
Nós até chegamos a queimar o nosso sistema, porque foi muito sobrecarregado. Em um caso assim, é necessário um eletricista reforçar o quadro ou trocar cabos para evitar sobrecargas.
Apartamento moderno: agora já não temos grandes preocupações, pois a construção é recente e o sistema elétrico está dimensionado para suportar mais aparelhos.
Mesmo assim, nunca é demais confirmar se há tomadas e disjuntores suficientes, sobretudo para equipamentos de alto consumo energético.
O sistema hidráulico atual é suficiente para suportar o aumento de demanda com o bebê (ex.: aquecedores de água, banheiras)?
Apartamento antigo: nossa canalização era antiga e tinham pouca pressão. A sugestão é instalar uma caldeira maior ou um termoacumulador para banhos mais frequentes, convém contudo verificar se a canalização aguenta o a pressão extra.
Apartamento moderno: normalmente, as construções mais recentes já estão preparadas para maior fluxo de água e uso simultâneo de duches ou banheiras.
Se planeja instalar algo específico (por exemplo, banheira de bebé com água aquecida ou até um esquentador mais potente), é bom confirmar com um canalizador se a instalação é compatível.
Há possibilidade de incluir um espaço coberto próximo à entrada da casa para proteger o carrinho do bebê ou outros itens?
Apartamento antigo: não tínhamos elevador nem hall de entrada amplo, pelo que deixávamos o carrinho no rés-do-chão (quando possível) ou no carro. Muitos prédios antigos não dispõem de uma área comum grande e as regras de condomínio podem não permitir estacionar carrinhos nos corredores.
Apartamento moderno: em prédios mais recentes, costuma haver arrecadações ou boxes na garagem onde se pode guardar o carrinho. Se for uma moradia ou um duplex com entrada direta, ter um pequeno alpendre ou área coberta facilita muito o dia a dia, evitando levar sempre o carrinho para dentro.
Como adaptar as janelas da casa para garantir a segurança do bebê, sem comprometer a ventilação e a iluminação?
Soluções gerais:
Limitadores de abertura: para que a janela só abra parcialmente.
Rede ou grade de proteção: importante se o parapeito for baixo ou se houver risco de queda.
Afastar móveis: evitar que o bebé suba a cadeiras ou cómodas encostadas à janela.
A casa está preparada para um crescimento futuro da família, ou seria necessário planejar uma expansão agora?
Apartamento antigo: tinha poucas divisões, sem grande margem para criar um quarto extra. Antes da minha filha nascer, o quarto dela era um escritório que foi adaptado para berçário, mas era um pouco pequeno. Se quiséssemos aumentar a família, seria complicado permanecer naquele espaço.
Apartamento moderno: com mais espaço é mais fácil considerar a possibilidade de transformar um escritório, uma sala extra, ou um espaço desaproveitado, em mais um quarto, se for preciso.
Caso se planeje ter filhos, é sempre bom analisar o espaço e começar a pensar em adaptar já algum compartimento, ou verificar se há espaço suficiente para futuras alterações.
Quais adaptações podem ser feitas para melhorar a eficiência energética da casa com a chegada do bebê (ex.: painéis solares, janelas eficientes)?
Apartamento antigo: painéis solares podem não ser viáveis num prédio antigo (falta de espaço no telhado, regulamentos do condomínio). Investir em pequenas melhorias já faz diferença no consumo de energia, como:
vedar frestas de janelas;
instalar lâmpadas LED;
usar tomadas inteligentes.
Apartamento moderno: nosso novo apartamento tem painéis solares fotovoltaicos e sistemas de aquecimento de água por energia solar. Além disso, janelas com corte térmico e vidros duplos/triplos que aumentam bastante o conforto e reduzem a conta de eletricidade.
Com um bebé, há mais lavagens de roupa, mais necessidade de aquecer ou arrefecer o espaço, por isso qualquer otimização energética é bem-vinda.
Projeto Calvinho & Partners.
É necessário revisar ou reforçar a estrutura do telhado, ou do forro, especialmente em áreas onde o bebê passará mais tempo?
Apartamento antigo: nós vivíamos no último andar, o que piorava a situação (existiam muitas infiltrações, problemas na cobertura com humidade e mofo.
Tivemos também que pedir para isolar melhor o sótão, porque o calor escapava todo. Surpresas! Em geral, apartamentos no último andar tem sempre problemas e é melhor evitar.
Apartamento moderno: no nosso novo apartamento, estámos no primeiro andar e não tivemos problemas nenhum com o telhado.
Como garantir que a casa esteja segura contra infiltrações ou mofo, que podem ser prejudiciais à saúde do bebê?
Apartamento antigo: no nosso apartamento antigo, usávamos um desumidificador 24/7r em divisões problemáticas e pintámos a parede com tintas anti-fungos para travar o aparecimento de bolor.
Apartamento moderno: apesar de geralmente ter melhor isolamento, problemas de infiltração podem ocorrer na ligação entre as janelas e as paredes ou em varandas mal impermeabilizadas.
A ventilação diária (abrir janelas para circular ar) e uma manutenção regular (reparar selagens, eventuais rachas) são fundamentais para prevenir humidade.
Conheça o estúdio de Arquitetura Calvinho & Partners. Marta estudou na Universidade Lusíada de Lisboa, na Art Institute of Chicago e trabalhou em diferente lugares do mundo. Siga para conhecer o portfólio.
Escrito por
Gabi Sucupira
Carioca apaixonada pelas Letras, mãe da Rebeca, empreendedora e especialista em Marketing.
As mães e pais de primeira viagem precisam passam por diversas mudanças com a chegada do novo membro à família. Dentre elas, as adaptações na casa e no futuro quarto do bebê.
Os especialistas explicam que é essencial fazer um planejamento estrutural e funcional da residência, priorizando a segurança e o bem-estar de todos, cuidadores e crianças, a cada troca de fralda, preparo de mamadeira, idas de um cômodo ao outro para dar banho ou colocar o bebê para dormir.
Para entender melhor a parte prática dessas mudanças, entrevistamos a arquiteta Marta Calvinho, portuguesa que retornou para Lisboa há 4 anos, formada na Universidade Lusíada de Lisboa e no Art Institute of Chicago que é dona do seu próprio negócio desde 2021.
Ela usou sua expertise profissional e a experiência prática como mãe que precisou adaptar sua casa, divididas em Partes I e II para nos explicar um pouco sobre algumas das mudanças necessárias para deixar cada tipo de imóvel, antigo ou mais novo, mais funcional nos primeiros meses depois do nascimento do bebê.
Confira as dicas valiosas nessa Parte I desse guia.
A estrutura atual da casa suporta uma reforma para criar um quarto adicional para o bebê?
No meu caso, quando vivia num apartamento antigo, não havia grandes condições para realizar obras. Edifícios antigos geralmente têm muitas paredes estruturais difíceis de remover, instalações eléctricas antigas e limitações de condomínio.
Um engenheiro ou arquitecto pode, porém, avaliar se é viável unir ou dividir divisões, desde que isso não ponha em causa a estabilidade do edifício – para isso é preciso analisar as plantas estruturais.
Agora que vivo em um apartamento moderno, poderá haver mais possibilidades de alterações, mas também menos necessidade. Mesmo assim, qualquer alteração estrutural deve ser aprovada tecnicamente.
Se for preciso criar um novo quarto, convém perceber se há paredes mestras, se a instalação eléctrica suporta mais pontos de luz ou aquecedores.
É possível ampliar algum cômodo ou construir um novo espaço sem comprometer a estabilidade da casa?
Em apartamentos antigos, costuma ser mais complicado ampliar divisões, pois não se pode mexer livremente na estrutura ou na fachada. Na minha experiência, acabámos por optimizar o espaço disponível, em vez de tentar criar novas áreas.
Em um apartamento moderno, dependendo do projecto e das regras do condomínio, por vezes é possível fechar uma varanda, tendo em conta que se for uma antiga varanda tem que ser bem isolado para garantir conforto ao bebé, ou criar um vão para integrar duas divisões.
Mesmo assim, cada situação é única e pode até ser necessário aprovação da câmara e um estudo técnico de viabilidade.
Como garantir que a ventilação e a iluminação natural do quarto do bebê sejam adequadas?
Em um apartamento antigo:
Ventilação: Manter janelas fechadas quando estiver muito frio, mas abri-las durante algumas horas de sol para renovar o ar e deixar entrar calor natural. No verão, o recomendado é deixar janelas abertas durante o dia para renovar o ar e baixar a temperatura. E em caso de umidade, é necessário um desumidificador – isto também ajuda com a qualidade do ar.
Iluminação: Em caso de janelas mais pequenas, é bom usar uma decoração com cores claras nas paredes e nos móveis para melhor refletir a luz.
Em um apartamento moderno: Normalmente as janelas são maiores e bem posicionadas. Aconselho verificar a orientação solar do quarto do bebé e usar cortinas ou estores para controlar a intensidade de luz, sobretudo para as sestas.
Quais adaptações podem ser feitas para melhorar a eficiência térmica da casa, garantindo conforto para o bebê?
Em um apartamento antigo: O meu apartamento antigo tinha várias deficiências que eram más para a qualidade de vida de um bebê. Era muito frio no inverno e muito quente no verão, e não podíamos ligar vários aquecedores ao mesmo tempo, devido a falhas na instalação eléctrica.
A nossa solução foi criar um sistema inteligente que ligava e desligava os aquecedores consoante a temperatura de cada divisão. E no inverno, fechávamos os cortinados à noite para preservar calor, mas abríamos durante o dia para entrar calor e renovar o ar.
Em um apartamento moderno: Agora vivo em um apartamento moderno e tem melhor isolamento e sistemas de aquecimento/arrefecimento mais eficientes. Ainda assim, vale sempre a pena verificar se as janelas têm vedação adequada e se o sistema de climatização está bem dimensionado.
Além disso, um bom fluxo de ar natural (ventilação cruzada) ajuda a manter a temperatura agradável sem depender tanto dos aparelhos de aquecimento ou ar condicionado.
É necessário reforçar ou modificar o isolamento acústico em determinadas áreas da casa, especialmente no quarto do bebê?
Em um apartamento antigo: O principal ruído vem da rua e das partes comuns do prédio. A nossa solução foi a instalação de carpetes para absorver o som (isto também ajuda com a preservação do calor no inverno), e um white noise machine (aparelho de ruído branco, em português) para absorver sons.
Em um apartamento moderno:Geralmente, a acústica já vem mais bem resolvida. Mas se o quarto do bebé ficar exposto a barulhos intensos (trânsito, elevador, vizinhos), podemos ponderar reforçar paredes com placas de gesso cartonado e lã de rocha, ou mesmo trocar vidros normais por duplos/triplos (isto também é possível em apartamentos mais antigos).
Portifólio pessoal da Arquiteta Marta Calvinho
Como otimizar a circulação dentro da casa para facilitar o deslocamento com um carrinho de bebê ou outros equipamentos?
Em um apartamento antigo: O nosso apartamento antigo não tinha elevador, por isso optávamos por deixar o carrinho arrumado no rés-do-chão ou no carro. Em casa, reorganizámos a sala para ter espaço livre onde pudéssemos movimentar-nos com o bebé ao colo e ter um sofá que servisse também de trocador se necessário.
Nos primeiros meses, não é preciso muito espaço; basta ser funcional e seguro.
Em um apartamento moderno: Agora temos elevador e corredores mais largos, o que facilita levar o carrinho até à porta de casa. É importante remover obstáculos como móveis salientes ou tapetes escorregadios, e manter as passagens desimpedidas. O carrinho dobra-se e guarda-se dentro de casa.
Quais soluções arquitetônicas podem ser implementadas para garantir acessibilidade futura, como evitar desníveis ou escadas perigosas?
Apartamento moderno em duplex: no meu apartamento moderno, tenho uma escada interna aberta, o que é complicado com uma criança móvel e curiosa.
Foi indispensável colocar uma rede de protecção lateral para evitar que a criança caísse e instalar portões de segurança tanto na base como no topo da escada.
É fundamental adaptar as escadas enquanto o bebé é muito pequeno, pois qualquer degrau ou espaço aberto representa perigo.
Protecção de tomadas e fios: em qualquer casa, moderna ou antiga, convém colocar protecções nas tomadas e manter fios eléctricos fora do alcance do bebé.
Perspectiva de crescimento: à medida que o bebé se torna mais móvel (começa a gatinhar, andar, explorar), precisamos rever constantemente a segurança: móveis com quinas afiadas, objectos de vidro ao alcance, gavetas sem travão. A casa vai evoluindo consoante as fases do crescimento.
Conheça o estúdio de Arquitetura Calvinho & Partners. Marta estudou na Universidade Lusíada de Lisboa, na Art Institute of Chicago e trabalhou em diferente lugares do mundo. Siga para conhecer o portfólio.
Escrito por
Gabriela Sucupira
Redatora bilíngue de língua inglesa, Especialista em Marketing pela USP/Esalq e bacharel em Letras pela UFRJ. Gabriela é carioca, Mãe da Rebeca, que atua como Consultora Textual e Personal Branding para o Linkedin.