Tempo de pai: Gestão do empreendedor e pai Rafael Polónia

“Cumpro os meus deveres enquanto empresário, pagando às pessoas com quem trabalho, empreendendo o meu tempo, desenhando novas aventuras e idealizando novos caminhos, mas eu sou pai antes de ser empresário.” – Rafael Polónia, fundador da Landescape e pai de dois filhos.

De pai para pai: Rafael conta-nos como distribui o seu tempo profissional, para a sua agência de viagens e o pessoal, como pai de dois filhos, para a sua família. 

Desafios de Ser Empreendedor e Pai ao Mesmo Tempo

1. Como Rafael consegue equilibrar o seu trabalho como empreendedor e a paternidade?

De forma bastante natural…neste momento. 

As ideias surgem, queremos que aconteçam, os projetos transformam-se, deixam de ser projetos para serem realidade e uns encaixam-se nos outros. Seja na agência de viagens, seja noutros campos onde nos vamos metendo agora, as ideias em áreas que não percebemos e que queremos investir o nosso tempo e dinheiro. 

É assim o risco. 

A Família é, também, este projeto: ideias, construção, concretização, realização, empenho. 

Neste momento, porque o início é um tempo meio vago, meio sem linhas definidas, meio que abstrato, onde andamos em busca de tempo para fazer tudo e percebemos – felizmente – que não temos de ter tempo para fazer tudo. 

É maravilhoso conseguir ter tempo para fazer “nada” e somente observar ou estar presente

O empreendedorismo nunca foi prioridade desde que ambas as crias nasceram e por essa razão, parece-me simples a gestão. Isto porque a minha filha e o meu filho, vão estar sempre antes de tudo. Depois, o resto.

2. Quais são as maiores dificuldades de ser pai e empresário?

Não há dificuldade. Como disse, as crias sempre em primeiro lugar. 

Cumpro os meus deveres enquanto empresário, pagando às pessoas com quem trabalho, empreendendo o meu tempo, desenhando novas aventuras e idealizando novos caminhos, mas eu sou pai antes de ser empresário

Tento que as crias entendam o que faço, porque o faço e jamais pensem que o faço por obrigação, por uma questão de dinheiro. 

Explico-lhes vezes sem conta que o faço para fazer as pessoas felizes, porque é na verdade esta a razão de eu ser empresário. 

Não há dificuldade alguma: há partilha.

Estratégias para Gerir o Tempo Entre Família e Negócios

3. Como o Rafael organiza a sua agenda para dedicar tempo como pai e empresário?

Tenho um horário muito flexível. Dito o meu próprio tempo. Felizmente. 

Tenho a responsabilidade na empresa de reunir, estar presente, decidir, tomar medidas, mas somente no tempo que eu defino para isso

Nunca deixei de fazer nada com ele e com ela – a não ser as viagens fora do país que tenho – para dedicar esse tempo ao trabalho. O trabalho é que tem que se encaixar no tempo que eu quero passar com estas pequenas pessoas. Se dá, dá. Se não dá…o trabalho espera.

 

4. O que faz para manter a produtividade sem abrir mão do tempo com os filhos?

Tenho uma equipa que me acompanha na Landescape. Uma equipa de confiança que quando necessito de mais tempo, está aqui. Nunca me questionam sobre nada – como eu tento não questionar também, porque são pessoas que se comprometem e cumprem – e isso deixa-me livre para esses momentos. 

A produtividade é feita de um coletivo. Quando sou incapaz de “o fazer”, alguém dá a mão ou o braço. Isso deixa-me em paz e descansado.  

 

Gerindo o tempo de pai: Delegar e Criar Rotinas Eficientes

 

5. Como o Rafael lida com a delegação de tarefas no trabalho e em casa?

Tive alguma dificuldade em ver crescer a equipa, no sentido em que era eu que fazia tudo e de um momento para o outro, as “minhas” coisas começaram e tiveram de começar a ser feitas por outras pessoas. 

Neste momento é mais natural. Fui aprendendo, mas ainda não completamente “ensinado” acerca disso. Coisas vão surgindo e aquilo que acho que deve ser feito por mim e por mim, pode também ser feito por outra pessoa. 

É um processo.

Em casa, eu e a Carolina fluímos de uma maneira brutal. 

Fico feliz por isso, sem nunca termos discutido qual era a “função” de cada um. Somos ambos 360º. Cada pessoa faz o que lhe dá mais “prazer” fazer e é natural metermo-nos no “trabalho” do outro, mas por vezes soltamos logo o “cão de fila” que há em nós. 

Tudo flui. Ninguém delega funções a ninguém. Ninguém ajuda ninguém. É uma parceria!

 

6. Que rotinas implementou para que tudo corra bem, ao seu tempo, com pai e empresário?

Na verdade, sou mais organizado no trabalho do que na vida pessoal, que é um pequeno caos. 

Não consigo dizer que foram implementadas rotinas. Elas foram acontecendo e nós fomos percebendo que funcionavam. Mas com duas crias pequenas, as rotinas de hoje (de há 15 dias), não são iguais. 

Requer sempre flexibilidade e adaptação

E vamos percebendo e entendendo que há ritmos, que há rituais, que há momentos, birras e a rotina de hoje, pode não funcionar amanhã. Impomos limites, no entanto. As crianças só se regulam quando lhes é mostrado o Daqui – Ali. E a liberdade existe entre estes dois pontos. É importante para elas. Isso, é a rotina que “impomos”. Entre estes dois “muros”, tudo acontece.

Com o trabalho, imponho um “horário”, uma sequência de funções que tento manter, mas não sendo esta uma agência de viagens comum e clássica, que não vende “pacotes”, o mesmo destino se acontecer em Abril e depois em Outubro, já não se faz da mesma maneira… E por isso, há uma linha, mas com muitos Se’s. E assim vai fluindo. 

 

Lições de Empreendedorismo e Paternidade de Rafael Polónia

 

7. Como a experiência de ser pai o ajudou a crescer como empreendedor?

Uma amiga disse-me uma vez: a maternidade chegou para me tirar todas as certezas que tinha. 

Eu gosto de ser pai porque é um constante desafio. Penso que isso seja a maior razão. O amor, claro. Mas à parte disso, o desafio

Gosto de me meter em coisas que não percebo. Tornei-me vegetariano e não comia nenhum legume na altura. Fui estudar teatro sem nunca ter visto um espetáculo de teatro antes. Fiz duas viagens de bicicleta de 28 meses sem nunca ter pedalado mais que 20kms seguidos. Abri uma agência de viagens sem nunca ter estudado turismo ou gestão. O desafio de ser pai veio alertar-me para outras coisas que gostaria de fazer, o ser mais, o querer mais, o alcançar mais, tudo em áreas – como a paternidade – onde nunca estive

Estudei muito para ser pai e aprender mais torna-me, inevitavelmente, mais empreendedor.

 

8. Que conselhos o Rafael daria à outros pais empreendedores que estão começando agora?

Não sou alguém suficientemente “destacado” ou importante, com capacidade para dar conselhos a alguém. Acho que cada pessoa escolherá o seu caminho e como o pretende fazer. Eu nunca coloco o trabalho à frente das minhas crias e sei que às vezes posso estar a perder coisas, oportunidades, laços, mas elas são mais importantes que todos os negócios, dinheiro ou posses que possa conseguir. 

Se respeito quem põe o trabalho à frente da família? Sim. 

Se compreendo – a menos que daí venha o sustento básico que será impossível doutra forma – não. 

A carreira pode ser algo muito importante, mas… Mas como tudo, são caminhos.

Pai e fundador da agência de viagens Landescape & Líder de Viagem. @landescape_viagens

mulher com o cabelo castanho escuro com cumprimento médio, vestida de amarelo com brincos compridos amarelos, corrente dourada sob o fundo neutro (muro bege texturizado). Ela sorri, contente.

Escrito por

Mãe de cinco filhos em ensino doméstico. Apaixonada por filosofia, psicologia e educação. Estuda e escreve sobre família e desenvolvimento humano.

Músicas hipersexualizadas: Perigo para crianças – Psicóloga esclarece

Cada vez mais, músicas com cariz erótico fazem parte dos ambientes infantis. Seja em festas municipais, nas escolas de dança ou até mesmo em contexto escolar, as músicas hipersexualizadas fazem parte do ambiente das crianças.

Mas este fenómeno deve ser travado com urgência, alerta a psicóloga Doutora Beatriz Pereira.

A Doutora indica ainda, que este tema merece a atenção devida, afinal, enquanto sociedade, devemos proteger a integridade dos mais pequenos. Isto porque a “exposição das crianças a este tipo de música tem um impacto negativo no desenvolvimento infantil”.

Respondendo às nossas questões, a psicóloga nos elucida sobre as repercussões futuras que as nossas crianças podem acarretar se não agirmos de forma consciente agora:

 

1. Como sei que uma música é imprópria para crianças?

Eu diria que através do bom senso é fácil identificarmos o que é uma música imprópria para crianças. 

Se pensarmos que o papel de uma criança é brincar e aprender e que, durante a infância, a criança está a explorar e absorver tudo à sua volta para criar o seu imaginário, então basta refletir sobre que imaginário queremos que seja formado

O que queremos que a criança aprenda? 

Que valores queremos transmitir à criança? 

O que queremos preservar na criança? 

A segurança, a inocência… 

Então, tudo que vá contra estas respostas, é impróprio fazer parte da letra de uma música que seja ouvida por crianças: 

  • Incentivo ao uso de drogas, 
  • Uso de palavrões, 
  • Incentivo ao ódio, 
  • Conteúdo sexual… 

Mesmo que através de expressões “disfarçadas” como “senta no pai, vai no cavalinho…”. 

Porque já sabemos que agregado a estas músicas vem outras coisas relacionadas com um estilo de vida que é promovido e que as crianças vão querer imitar: as expressões, as danças, as roupas… 

 

2. Existe algum impacto no desenvolvimento infantil quando a criança é exposta a músicas hipersexualizadas?

Com toda a certeza. Na verdade, quando expomos uma criança a músicas com conteúdo hipersexualizado, podemos estar a contribuir para que esta criança salte etapas do seu desenvolvimento

Por exemplo, a criança pode:

  • Ter um interesse prematuro pela exploração da sexualidade quando ainda não tem maturidade cognitiva e emocional para compreender estas questões; como consequência pode perder o interesse por atividades e “coisas” típicas da sua idade, como a substituição da brincadeira por dancinhas sensuais, ou a substituição do interesse em roupas de desenhos animados por roupas que exponham o corpo; 
  • Desenvolver uma imagem corporal distorcida pelos padrões de imagem que são promovidos neste tipo de músicas, o que vai afetar a auto-estima da criança; 
  • Pode normalizar comportamentos mencionados nestas músicas e até replicar em contextos que não são adequados, como na escola; e como consequência afetar a relações interpessoais que esta criança vai ter no futuro: a forma como vê o conceito de namoro, por exemplo. 

 

3. O que pode acontecer à criança, futuramente, se consumir este tipo de músicas com certa frequência durante a infância?

Tudo aquilo que vem como consequência do que mencionei anteriormente. 

Termos adolescentes e adultos com:

  • Uma imagem corporal distorcida e baixa auto-estima, 
  • Um maior foco na aparência do que noutras qualidades a serem desenvolvidas, 
  • Comportamentos sexuais de risco e premiscuidade, 
  • Dificuldade em manter relações interpessoais e íntimas saudáveis, 
  • Maior vulnerabilidade para desenvolver perturbações de ansiedade e depressão derivadas de todos os fatores que já foram abordados. 

Na verdade, nem têm de ser consequências para um futuro longínquo, podemos ver consequências na própria infância: sabemos que por normalizarem os comportamentos que são promovidos por este tipo de música, as crianças estão mais expostas a situações de abuso, por exemplo. 

4. Se o meu filho ouvir músicas com conteúdo erótico só durante um evento, pode impactar o seu desenvolvimento?

À partida o impacto será menor do que ouvir repetidamente, mas ainda assim pode ter impacto. Vai depender de todo o contexto envolvente da criança. 

Vamos imaginar que a criança fica com curiosidade: Tem acesso livre ao telemóvel/tablet para ir pesquisar as músicas novamente? Se questionar os pais, como é que estes vão responder? Poderá a criança ir partilhar com colegas da escola e gerar-se aí novas oportunidades de ouvir as mesmas músicas? 

Depois claro, temos aqui a questão do evento em si ter gerado desconforto à criança porque ela própria percebeu que algo de inadequado estava a acontecer. Aqui vai ser igualmente importante a postura dos pais ou adultos que estiveram com a criança no evento. 

 

5. O problema está na letra da música ou existem outros aspectos que fazem da música imprópria para crianças?

O problema está na letra da música e em tudo o que vem associado a essa letra: os gestos, as danças, as poses, as roupas…

 

6. Se a criança ainda não compreende o significado das letras, pode ouvir e dançar músicas hipersexualizadas sem repercussões negativas para o seu desenvolvimento?

Primeiro, existe aqui uma questão importante: como é que definimos o limite que separa o momento em que a criança passa de não compreender o significado das letras para a compreensão das mesmas? 

Vamos imaginar que temos uma criança de 1 ano a ouvir este tipo de música e que vemos claramente que ela não compreende o seu conteúdo: Esta criança vai fazer 2 anos, 3 anos e vai atingir o momento em que começa a compreender qualquer coisa.

O que fazemos então? Retiramos o acesso a estas músicas nesse momento? Depois da criança já estar super familiarizada com as músicas, já saber cantar, dançar, e pedir repetidamente para as colocar? 

Depois, temos ainda outra questão importante: conseguimos controlar inteiramente quem está a assistir os nossos filhos a dançarem esse tipo de músicas? 

Vamos imaginar que estamos num espetáculo de uma academia de dança, em que crianças de 6 anos estão num palco, num local público, a “abanar a raba” como essas músicas dizem: controlamos que tipo de pessoas estão a observar os nossos filhos? De que forma os estamos a expor? 

E depois claro, continuamos a ter os impactos no desenvolvimento de que já falei, mesmo sem a compreensão da criança, por questões de imitação: a criança vai pedir para dançar essas músicas em vez de brincar, vai pedir camisolas com barriga à mostra e calções curtos em vez de roupa de criança, e isso tudo vai ter um impacto a longo prazo no seu desenvolvimento.  

 

7. Qual é a medida que devo tomar se estiver numa festa com este tipo de músicas?

Falar com o anfitrião e pedir para trocar as músicas, ou no limite ausentar da festa. E estar atento à curiosidade que as músicas despertaram nas crianças para se poder conversar sobre o assunto caso seja necessário. 

 

8. O meu filho gosta deste tipo de músicas, o que devo fazer?

É importante não fazer de conta ou tornar o assunto tabu! 

Portanto, diria que as soluções passam por conversar abertamente sobre o assunto, explicando porque é que essas músicas são inadequadas. 

Oferecer alternativas de músicas e atividades mais adequadas. Reforçar os valores que queremos transmitir aos nossos filhos. 

Basicamente, passa por nos fazermos presentes e exemplo daquilo que queremos transmitir aos nossos filhos. 

Agora, o que posso fazer?

“A proteção das crianças deve ser uma prioridade de toda a sociedade” defende a Doutora Beatriz Pereira.

Por isto, como resposta aos múltiplos relatos de situações onde denigrem a integridade das crianças expondo-as a músicas hipersexualizadas, a psicóloga criou esta petição que ainda aberta a assinaturas:

Esta pretende solicitar à Assembleia da República, ao Ministério da Educação e ao Ministério da Cultura que sejam criadas e implementadas diretrizes claras que proíbam o uso de músicas com conteúdos hipersexualizados em contextos e eventos direcionados a crianças. Estas diretrizes devem ser acompanhadas de:

  • Definição de critérios claros sobre o que constitui conteúdo inadequado para crianças.
  • Fiscalização e sensibilização junto de instituições, organizadores de eventos e educadores.
  • Promoção de alternativas culturais e artísticas que respeitem os direitos das crianças e configurem conteúdo educativo.

 

Por isso, se você deseja dar a sua importante contribuição para esta causa em prol dos pequenos, assine esta petição (confirmando a assinatura por e-mail, para ser válida).

Sou mãe de 3, tenho doutoramento em psicologia aplicada, e exerço como psicóloga da criança e do adolescente (recentemente a frequentar uma especialização também em saúde mental perinatal) na Ridomed clínica e também online. @psibeatrizpereira

mulher com o cabelo castanho escuro com cumprimento médio, vestida de amarelo com brincos compridos amarelos, corrente dourada sob o fundo neutro (muro bege texturizado). Ela sorri, contente.

Escrito por

Mariana Ribeiro

Mãe de cinco filhos em ensino doméstico. Apaixonada por filosofia, psicologia e educação. Estuda e escreve sobre família e desenvolvimento humano. @Marianaparaizoribeiro

Como escovar os dentes: Higiene oral na infância

Escovar os dentes é fundamental para manter uma boa higiene oral na infância, mas não é tudo.

Em Portugal, cerca de 49% das crianças com 6 anos apresentam pelo menos um dente cariado. Este dado nos revela que a informação ou o cuidado dos pais na gestão da saúde oral dos seus filhos, precisa de mais atenção.

Neste sentido, entrevistamos a profissional mais adequada para responder a todas as dúvidas mais pertinentes dos pais sobre como, quando, e todos os detalhes essenciais para a saúde oral na infância.

Cynthia Mascarenhas graduou-se pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) com especialização em Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares. Possui ainda pós-graduação em Saúde Pública com ênfase em Saúde da Família e formação em Harmonização Orofacial. Desta forma, sabemos que estamos bem entregues!

Neste artigo, então, você vai entender de forma sucinta e elucidativa como cuidar bem da higiene oral do seu filho na prática. Com o propósito de prevenir cáries, fomentar bons hábitos de higiêne oral ao seu filho, proporcionando dentes saudáveis e, claro, um sorriso feliz.

As dúvidas mais comuns dos pais sobre os primeiros dentes das crianças

 

Cuidados iniciais com a saúde oral infantil

 

1. Com que idade devo levar o meu filho ao dentista pela 1ª vez?

A primeira visita ao dentista deve acontecer até os 12 meses de idade. Esta consulta é fundamental para avaliar o desenvolvimentos dos dentes e da arcada dentária.

Também, é neste primeiro contacto com o dentista que o profissional orienta os pais sobre a higiene bucal adequada para bebês

 

2. Quando começam a nascer os primeiros dentinhos? É normal causar tanto desconforto?

Os primeiros dentinhos costumam nascer entre os 6 e 10 meses de idade.

Contudo, esta idade pode variar de criança para criança, sendo perfeitamente normal que alguns bebês comecem antes ou depois desse período.

O desconforto durante a erupção dos dentes ocorre porque os dentinhos precisam romper a gengiva para sair, o que pode causar:

  • Pressão,
  • Inchaço,
  • Inflamação no local. 

Esse processo é completamente natural e sensível.

Posto isto, para aliviar o incômodo os pais podem:

  • Oferecer mordedores próprios para a idade,
  • Manter a gengiva limpa,
  • Fazer compressas frias. 

 

3. Como devo escovar os dentes do meu filho e com que frequência?

Para escovar adequadamente os dentes do seu filho, utilize uma escova infantil de cerdas macias e cabeça pequena.

Depois, aplique a pasta na quantidade correta: o equivalente a um grão de arrozaté os 3 anos  e do tamanho de uma ervilhaapós essa idade.

Em relaçao à frequência, escove 3 vezes ao dia (manhã, tarde e antes de dormir) com movimentos suaves e circulares.

Ainda, é importante que os pais façam ou supervisionem a escovação até por volta dos 6 a 8 anos, quando a criança já tem coordenação para escovar sozinha de forma eficaz.

4. Que pasta dos dentes devo usar? Pode conter flúor?

A pasta de dente infantil deve conter flúor.

O flúor é fundamental na prevenção de cáries, pois fortalece o esmalte dos dentes e combate a ação das bactérias.

Escolha uma pasta com flúor entre 1000 e 1100ppm (partes por milhão) – basta verificar essa informação na embalagem.

 

5. O meu filho chupa a chupeta (ou o dedo). Isso pode afectar os dentes?

O ideal é que a criança abandone o hábito de chupar a chupeta ou o dedo até os 2 anos de idade.

A partir dessa idade, o hábito pode interferir no desenvolvimento da arcada dentária. Há diversas causas que podem advir do abandono tardio deste hábito, tais como: Dentes projetados para frente, alterações na posição da língua, dificuldade na fala, problemas na mastigação e respiração bucal. 

 

6. É normal o meu filho ranger os dentes durante a noite?

Sim, em muitos casos é normal que crianças ranjam os dentes à noite, especialmente entre os 3 e 6 anos de idade.

Esse hábito é chamado de bruxismo infantil e, na maioria das vezes, é temporário e não causa danos. As possíveis causas incluem:

  • Resposta natural ao nascimento ou troca dos dentes durante fase de desenvolvimento da musculatura e da arcada dentária;
  • Estímulos do sistema nervoso durante o sono.

O bruxismo desaparece naturalmente com o crescimento da criança. 

 

7. Como posso prevenir as cáries nos dentes de leite?
  • Escove com escova infantil e creme dental com flúor (na quantidade adequada);
  • Evite o consumo excessivo de açúcar;
  • Cuidado com a mamadeira noturna – evite deixar a criança dormir mamando leite ou suco sem escovar os dentes depois, isso pode causar cárie de mamadeira;
  • Alimentação equilibrada – frutas, vegetais e alimentos ricos em cálcio contribuem para dentes mais fortes. 

Para uma maior elucidação, a cirugiã dentista recomendou este pequeno vídeo demonstrativo de como escovar bem os dentes. Isto porque escovar dentes da forma adequada é essencial para uma boa higiene oral:

Cirurgiã Dentista

Cirurgiã Dentista graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), com especialização em Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares. Possui ainda pós-graduação em Saúde Pública com ênfase em Saúde da Família e formação em Harmonização Orofacial.

www.dracynthia.com / @dracynthiamascarenhas

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Mãe de cinco filhos em ensino doméstico. Apaixonada por filosofia, psicologia e educação. Estuda e escreve sobre família e desenvolvimento humano.

Desenhos animados NÃO recomendados: O que os pais precisam saber

Nem todos os desenhos animados, criado para entreter crianças, são benéficos e adequados para as crianças.

Por isso, resigna nos pais a dúvida: “Quais são os desenhos animados seguros para o meu filho?

Qualquer pai responsável carrega esta preocupação de oferecer opções que sejam positivas para as suas crianças.

Porque, infelizmente, muitos desenhos animados foram criados com o intuito de entreter, pura e simplesmente. Com este foco, por vezes a faturação fala mais alto e o conteúdo do programa, o design e até mesmo as músicas, têm o propósito de inebriar a atenção da criança, retendo-na nas telas, custe o que custar.

Por isso, é natural que os pais se preocupem. Afinal, nenhum pai ou mãe quer que o seu filho seja vítima do consumismo desenfreado, e que pague com um desenvolvimento ferido ou com  repercussões difíceis de remediar

 

Mas, como saber se um desenho animado é impróprio para crianças?

Para identificar desenhos animados nocivos para o desenvolvimento do seu filho, apresentamos os pontos fulcrais que deve ter em atenção. Tais são:

 

Má conduta comportamental

Maus exemplos nos desenhos animados é comum, aliás, qualquer criança tende a “portar-se mal”. De certa forma, os criadores procuram este realismo para que a criança se espelhe na personagem. Os psicólogos, entretanto, alertam para o perigo de não haver correção.

Para entender melhor, vamos olhar para alguns pontos.

Sabemos que o espectador tende a espelhar-se na personagem principal. Ora, se ela tem uma má conduta (como é o caso da “A Porquinha Pig”, “A Masha e o Urso”, “Shin Shan”, “Pingu”, “Sponge Bob”), a criança vai, naturalmente, replicar estes comportamentos. Ainda mais, quando não há nenhuma consequência adequada às atitudes negativas destas personagens. 

Violência excessiva, bullying, manipulação e imagens gráficas, são alguns dos problemas que estes desenhos apresentam.

Já o “Pequeno Urso”, por exemplo, ou ainda a “Bluey”, contém personagens que não são impecáveis na sua conduta (ainda bem, pois neste aspeto são realistas). Contudo, os pais dos mesmos, são presentes e corrigem com amor, resolvendo a situação adequadamente.

É, então, desta forma que as crianças conseguem entender com clareza os valores morais fulcrais para desenvolverem-se saudavelmente, e a consequência natural dos mesmos, de forma a escolher livremente as ações que toma.

 

Ritmo acelerado

O ritmo acelerado nos desenhos animados são igualmente nocivos, indicam os psicólogos.

Isto porque, são assim desenhados para manter a atenção da criança em constante loop.

Deste modo, utilizando a estratégia de poucos segundos por cena, é possível fixar a atenção do espectador por muito tempo.

No entanto, isto vem com um custo (do desenvolvimento da criança exposta à este ritmo artificial): o cérebro vicia em estímulos de curta duração (dopamina suja), danificando a capacidade de atenção e foco da criança, no dia-a-dia.

Por isto, qualquer desenho que tenha o ritmo acelerado, não é recomendado.

Procure antes por programas infantis com um tempo mais realista, com poucos estímulos artificiais como o “Babar” ou ainda filmes de animação antigos como “O Rei Leão”.

Interface do controlo parental Kaspersky Safe Kids no celular mostrando opções de pesquisa segura, enquanto uma criança nas telas assiste a desenhos animados com fones de ouvido, sob supervisão digital.

Estímulo excessivo

Os especialistas apontam para o perigo dos desenhos animados que possuem um estímulo excessivo, quer nas cores, quer nas músicas ou até mesmo nos diálogos (em alto volume e com uma velocidade artificial).

Este excesso de estímulo, leva a dificuldade na concentração, ao desinteresse por estímulos naturais (de cores amenas e da velocidade real).

Infelizemnte, estas consequências, por sua vez, podem desencadear uma série de dificuldades cognitivas e psicológicas, possibilitando um atraso significativo no desenvolvimento infantil

Ou seja, os especialistas recomendam aos pais, expôrem os seus filhos apenasdesenhos animados cujos estímulos sejam, na medida do possível, naturais, próximos à vida real.

Desta forma, é possível manter a noção de realidade em concordância com a mesma e possibilitando, assim, que a criança se desenvolva saudavelmente. 

O YouTube Kids é seguro de verdade?

Uma pesquisa da BBC revelou que a aplicação Youtube Kids afinal, não é assim tão segura quanto parece.

Infelizmente, não é seguro disponibilizar o Youtube Kids para os seus filhos com a segurança de que não se irão deparar com conteúdos impróprios para a sua idade.

Isto porque, este estudo revelou que há uma gama de vídeos com conteúdos violentos e controversos que driblam os filtros da aplicação, classificados erroneamentes como adequados para crianças.

Infelizmente, há uma grande quantidade de vídeos que imitam os populares programas infantis (como a “Peppa Pig”, “Frozen”, “Homem Aranha”), passando como seguros para crianças no aplicativo do Youtube.

No entanto, estes vídeos (muitos deles com grande volume de visualizações) contém conteúdos gráficos chocantes, totalmente inadequados para crianças.

O problema reside no filtro automático que o algaritmo realiza, prescindindo de um ser humano para julgar a moralidade real do conteúdo

Por este motivo, é essencial que os pais monitorizem o conteúdo ao que os seus filhos estão expostos. Porque, na verdade, o Youtube Kids não é seguro.

Desenhos animados seguros e recomendados

Um bom desenho animado para miúdos deve incentivar a criatividade, a empatia e a resolução de problemas”, refere o pediatra João Rio Martins.

O pediatra refere ainda que os pais devem procurar por desenhos animados cujo ritmo seja lento e cuja animação não seja excessivamente estimulante.

Para termos exemplos concretos, o doutor nos indica alguns nomes dentro das opções mais recentes e disponíveis nos canais televisivos.

Em primeiro lugar, está a série da “Bluey”, por valorizar a empatia, a criatividade ainda a afetividade familiar.

Por outro lado, o especialista recomenda ainda alguns programas infantis que contém exemplos positivos de socialização e resolução de conflitos. Tais como: “Daniel Tigre”, “Simão”, “Patrulha Pata” (com moderação, porque pode ser repetitivo).

Como monitorar o meu filho?

Para monitorar o seu filho, garantindo que a criança não se depare com conteúdos impróprios, considere aderir ao controlo parental Kaspersky Safe Kids.

O Kaspersky Safe Kids bloqueia qualquer conteúdo impróprio, limitando o tempo de utilização de qualquer aplicação que você pré-progame. Ainda, tem a possibilidade de programa-lo de forma a notificar o seu filho, lembrando que o tempo está prestes à terminar.

Também disponibiliza relatórios do que o seu filho assistiu, mantendo, assim, o controle saudável e desejável à criança, garantindo a sua segurança

Por estes motivos, considere aderirir ao Kaspersky Safe Kids.

👉 Utilize o Kaspersky Safe Kids para garantir que seus filhos só assistam conteúdos realmente seguros!
mulher com o cabelo castanho escuro com cumprimento médio, vestida de amarelo com brincos compridos amarelos, corrente dourada sob o fundo neutro (muro bege texturizado). Ela sorri, contente.

Escrito por

Mariana Ribeiro

Mãe de cinco filhos em ensino doméstico. Apaixonada por filosofia, psicologia e educação. Estuda e escreve sobre família e desenvolvimento humano. @Marianaparaizoribeiro

Como Assistir Bluey com os Filhos – Dicas Práticas

Se ainda não conhece a série mais recomendada para crianças (por pais e profissionais), está na hora de conhecer esta família canina australiana que nos encanta e nos faz crescer!

Trata-se da série de desenhos animados Bluey que conta com mais de 100 episódios, chegando a mais de 60 países. É um programa infantil mas que toda família ganha ao assisti-lo.

E melhor ainda, é assistir a cadelinha azul junto com os filhos. Vamos explicar o porquê e como você pode fazê-lo, coletando o maior proveito para todos em casa.

 

Por Que Assistir Junto Faz Diferença?

A verdade seja dita: muitos de nós, pais, recorremos às telas justamente para que as crianças estejam seguras, sentadas, felizes e nos dê alguns momentos de paz necessária.

No entanto, acabamos por perder muitas oportunidades de enriquecer o desenvolvimento dos pequenos.

Por esta razão, a mediação parental faz toda a diferença.

Deve-se ao facto dos pais serem o espelho da realidade para os filhos. Então, mediar, quer seja a ver um programa de tv, quer seja durante um passeio ou até mesmo na observação de simples detalhes cotidianos, serve de alavanca para a criança apreender o que foi adquirido de forma substancial. 

Posto isto, como os episódios da Bluey facilitam estas conversas refletivas, acabam por ser uma excelente ferramenta para: fortalecer os laços afetivos, construir valores, desenvolver a capacidade discursiva, o pensamento, a atenção, a gestão emocional, a interpretação, entre muitas outras vantagens. 

Estes momentos em conjunto com conversa pelo meio, podem ainda abrir espaço para conversas mais delicadas, mais emocionais, fundamental para o desenvolvimento saudável da criança.

 

Dicas Práticas para Aproveitar os Episódios Bluey com os Filhos

Escolher os temas

Para começar, pode-se escolher os episódios com temas que considere relevantes para a criança, tendo em consideração o seu estágio de desenvolvimento e interesses recentes.

Por exemplo, se sabe que a criança está a ter dificuldades e desafios nas confraternizações da escola, opte por temas como a amizade ou as diferenças de personalidade.

Outra opção é assistir os episódios de forma aleatória, aproveitando os temas que vão surgindo. Sim, porque em cada episódio da Bluey vai encontrar, com toda a certeza, temas relevantes que despoletam conversas muito interessantes.

Pausas refletivas 

Faça pausas para conversar durante o episódio. Quando ver que existe ali a oportunidade de algum aprofundamento, de uma reflexão, ou até mesmo para ouvir a opinião espontânea da criança. Nestes casos, pause o desenho

Durante a conversa, procure ouvir mais que lecionar ou pregar.

Isto para que a criança torne a informação dela, da sua posse. Se a criança tiver interesse e questionar ou precisar de alguma direção, intervenha de forma natural e deixe a conversa fluir

Ainda, tente relacionar as situações da série com o dia-a-dia da criança, fazendo mais perguntas do que explicando.

Atividades Inspiradas em Bluey

Brincadeiras

Você sabia que o programa de TV Bluey foi desenhado com o auxílio de psicólogos especialistas?

O autor, Jo Brumm, assim o fez porque o objetivo era direcionar o desenho somente para um público adulto: os pais. Com o intuito de guia-los na difícil tarefa de educar os filhos.

Só mais para frente, no trabalho paralelo com a editora, decidiram então envergar para uma audiência pré-escolar.

Por este motivo, pode confiar no conteúdo desta série infantil que está repleto de referências aprovadas por profissionais.

Repleto também, quer seja  de novas ferramentas para lidar com emoções, frustrações e adversidades variadas, quer seja para inspirar brincadeiras novas e simples. 

O autor fez questão que o desenho fosse uma ferramenta poderosa e multifacetada para as famílias.

Obrigada Brum!

Agora, pode aproveitar toda informação que puder absorver desta série, que nos foi presenteada.

Ainda, a maioria das brincadeiras das cadelinhas australianas, são fáceis de replicar, originais e super divertidas

Desenhando personagens da Bluey

O design utilizado na série Bluey é simples e muito agradável. 

Por este motivo, a sua réplica é fácil e pode ser uma atividade interessante para as crianças. Seja para desenvolverem a sua motricidade fina, para fortalecerem os laços afetivos, para aprimorarem as noções de proporção ou ainda para aproximar-se da personagem Bluey, há inúmeras vantagens nesta atividade lúdica.

Experimente desenhar os personagens com as crianças e colorir.

A aproximação com a personagem é fortificada e esta acaba por ser uma forma de solidificar esta relação, enraizando-se no carácter da criança.

Criar histórias novas

Porque não criar novos episódios da Bluey?

Conhecendo o universo da família Heeler, fica mais fácil para a criança utiliza-lo como base, criando novas histórias.

Desta forma, a criança explora a sua capacidade criativa, ao passo que desenvolve também outras habilidades de comunicação, pensamento lógico, memória e ainda, autonomia.

Conclusão

Em resumo, quer seja a assistir Bluey com os filhos ou mesmo assistindo outros programas como um documentário animal, jogo de ténis, notícias, esta intervenção parental tem um forte impacto nas crianças.

Ainda mais quando sabemos que o tempo em família, hoje em dia, é escasso e a individualidade tem dominado as famílias, transformando-se numa problemática preocupante dos nossos tempos.

Por estes motivos, saber aproveitar os momentos de descanso para reforçar os laços familiares e potencializar o desenvolvimento dos nossos filhos é essencial. 

São simples conversas que fazem toda a diferença.

Experimente acrescentar estes momentos na rotina familiar, vai conseguir colher os frutos deste pequeno esforço em poucos dias.

Gostou deste artigo? Confira mais dicas aqui.

mulher com o cabelo castanho escuro com cumprimento médio, vestida de amarelo com brincos compridos amarelos, corrente dourada sob o fundo neutro (muro bege texturizado). Ela sorri, contente.

Escrito por

Mãe de cinco filhos em ensino doméstico. Apaixonada por filosofia, psicologia e educação. Estuda e escreve sobre família e desenvolvimento humano.

Os 5 Sabores do Homeschooling

Tradicional, Clássico, Unschooling, Unit Studies e Charlotte Mason. Quais dos 5 sabores do homeschooling vai escolher?

 

Ao adotarmos este formato alternativo de educação – o ensino doméstico (ou domiciliar) – abre-se um leque de possibilidades. 

Afinal, esta autonomia de ensino, de origem milenar, é de fato empolgante mas deixa aquele frio na barriga e a pergunta: Como começo? Por que caminho sigo?

Foi a pensar na família homeschooler, cresente em número e entusiasmo, que escrevemos este artigo para facilitar a sua escolha.

O artigo basea-se no texto de Sonya Shafer, co-fundadora de Simply Charlotte Manson e homeschooler há mais de 25 anos, que vos apresentamos as 5 metodologias de ensino doméstico mais populares.

E para entender melhor, Sonya nomeia os métodos de uma forma abrangente, sem entrar nas variações. O que simplifica muito a nossa escolha.

Neste sentido, assim como nos estilos culinários, onde utilizamos o termo “comida mexicana” que logo nos remete ao picante, legumes exóticos que nos enche o palato numa mistura de texturas frescas e calientes. E ainda, por exemplo, a cozinha italiana que nos traz a memória as massas, o molho de tomate, conforto, comida da avó, família…

Desta mesma forma, podemos olhar para os métodos do homeschooling como sabores. Possibilitando-nos optar por aquilo que mais se adeque à nossa família, aos nossos propósitos ou a cada filho.

No meu caso particular, utilizo uma combinação deles. Uns como base e de outros sirvo-me de algumas técnicas metodológicas. Vou adaptando, conforme considero adequado aos nossos propósitos.

Agora é a sua vez de olhar para este menu como um convite para iniciar a sua pesquisa:

 

Tradicional

O homeschooling tradicional é provavelmente aquele com o qual você está mais familiarizado, por ter com ele crescido na sala de aula.

Normalmente utilizam-se livros e cadernos, separados por disciplinas escolares e divididos por capítulos de aprendizado.

Na prática, lê-se o conteúdo do livro, respondendo às questões no caderno. Aqui o foco está sobretudo na memorização, com grande ênfase nas provas como forma de avaliação.

Apesar deste estilo ser o mais utilizado no ensino tradicional, não é o único disponível.

Entretanto, no homeschooling, este estilo é automaticamente a opção mais recorrente pelos pais iniciantes, até que encontrem o estilo que mais condiga com a sua família ou com o estudante em si.

É comum, ainda, encontrar este método no seio de muitas famílias portuguesas. Isto deve-se ao fato da obrigatoriedade do aluno homeschooler estar ao nível do Perfil dos Alunos, seguindo a métrica de ensino nacional. Por este motivo, muitos pais recorrem à este estilo tradiconal como base, para seguir o manual nacional que contém o conteúdo escolar obrigatório.

No entanto, existem ainda outros estilos que talvez você nunca tenha ouvido.

 

Clássico

O homeschooling clássico tem como base o ensino em três estágios, denominado Trivium.

Este estilo remonta à antiguidade clássica, com o qual formaram-se grandes pensadores da humanidade. Na verdade, a ênfase deste estilo é mesmo este: o pensamento lógico.

 

O Trivium contém 3 fases de aprendizagem por faixas etárias com propósitos distintos: 

 

O estágio gramatical

(Para crianças dos 6 aos 10 anos de idade)

Durante este estágio trabalha-se a absorção da informação basilar e a memorização da mesma. Aprende-se as regras de fonética, escrita, gramática, língua estrangeira, história, ciência, matemática, etc. 

 

O estágio dialético

(Para jovens dos 10 aos 12 anos de idade)

O propósito desta fase é trabalhar as discussões lógicas. Aqui pretende-se desenvolver o raciocínio: questionar, debater, desenhar e projetar conclusões corretas, aprofundando ainda a álgebra e a escrita de tésis. Sobretudo pretende-se delinear o “porquê” por detrás das informações.

Em suma, este estágio pretende-se que a criança busque o conhecimento através do pensamento lógico e intuitivo.

 

O estágio retórico

(Para jovens dos 13 aos 18 anos de idade)

Durante esta fase dá-se continuidade, procurando desenvolver sobretudo uma clara e persuasiva utilização da linguagem.

O propósito da educação clássica não é fazer da criança um especialista mas desenvolver as faculdades básicas do domínio da interpretação de textos e da expressão linguística, sem o qual nada mais é possível.

Unschooling

Este estilo pode ser denominado de diversas formas, sendo Unschooling o mais popular.

Consiste basicamente em deixar fluir o conhecimento de acordo com o interesse da criança.

Aqui, o currículo é inexistente.

Se a criança tem interesse por borboletas, por exemplo, você pesquisa e aborda os variados aspectos da temática, avançando até encontrar a satisfação do interesse da criança. Se o interesse altera-se, o ensino adapta-se ao gosto do aprendiz. 

Unit Studies (estudo por temas)

Unit Studies abraça um único tema e incorpora nele todas as disciplinas educativas (português, história, ciência, música, arte, etc.). Tudo em um único tópico. 

Por exemplo, quando se estuda o Egito Antigo (história), faz-se um mapa do Egipto (geografia), calcula-se a altura da pirâmide (matemática), explora-se como os egípcios irrigam as suas terras próximas ao Nilo (ciência), lê-se uma história fictícia de um livro do Antigo Egito (literatura), cria-se pirâmides de origami (arte), aprende-se algumas palavras egípcias (língua estrangeira), e assim por diante.

 

Charlotte Mason

Este estilo de homeschooling tem o nome de um educador britânico, Charlotte Mason, que viveu no séc.XVIII.

A sua abordagem utiliza uma literatura “viva”, ou seja, literatura de qualidade, cativante, onde o estudante é chamado à narrar o que foi apreendido.

Para tal, este estilo utiliza métodos baseados na forma como as crianças naturalmente aprendem, com o propósito de enfatizar bons hábitos que perduram uma vida inteira. 

Aqui, troca-se as escolhas múltiplas por métodos que enraizam a aprendizagem ao ponto de fixarem-se na memória a longo prazo das crianças.

Também disponibiliza uma grande variedade de assuntos semanais em curtas (mas focadas) lições, tais como arte, música, estudo do meio, atividades artesanais, para além das disciplinas tradicionais.

 

Escolhendo o estilo homeschool da sua família

Agora que você conhece os 5 estilos de homeschooling, qual deles vai escolher?

Pode optar por apenas um e aprofunda-lo, como também pode optar um estilo basilar e misturar com algumas técnicas dos outros estilos, implementas esporadicamente.

Seja qual for o seu sabor ou sabores, agora pode tirar um maior proveito desta liberdade de escolha na educação dos seus filhos.

Lembramos a relevância de se informar das legalidades para iniciar o homeschool em Portugal. De qualquer forma, pode conferir nossos outros artigos relacionados com o tema, nomeadamente 5 Dicas para Começar o Homeschooling com Sucesso. E ainda, nosso artigo completo Homeschooling: Benefícios e Desafios para Pais e Filhos

mulher com o cabelo castanho escuro com cumprimento médio, vestida de amarelo com brincos compridos amarelos, corrente dourada sob o fundo neutro (muro bege texturizado). Ela sorri, contente.

Escrito por

Mãe de cinco filhos em ensino doméstico. Apaixonada por filosofia, psicologia e educação. Estuda e escreve sobre família e desenvolvimento humano.

Crianças nas telas: 7 razões para usar Kaspersky Safe Kids

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Crianças nas telas: 7 razões para usar Kaspersky Safe Kids

Publicado por

Mariana Ribeiro

Neste post você vai ver

Mãe e filha oham para o computador e para mais um dispositivo que têm à mão. Estão em cima de uma cama branca com uns fones pretos pousados. A mãe gere o tempo de tela da criança

Como limitar o tempo das crianças nas telas? Preciso monitorar o que o meu filho vê nas telas, mas como? Quero segurança online para o meu filho, mas como? 

Estas questões estão quase sempre presentes em pais responsáveis que entendem os perigos aos quais os nossos filhos estão expostos através das telas.

Em poucos anos de evolução digital, já conseguimos entender as possíveis repercussões do mal uso das tecnologias. 

Por este motivo, muitos pais preocupam-se seja com a gestão do tempo que os filhos passam em frente das telas, seja com o conteúdo com que eles interagem. 

Então, como solução para estes problemas, o Kaspersky Safe Kids foi criado especialmente para pais que desejam proteger os seus filhos contra conteúdos impróprios na internet. Assim, conseguem limitar o uso de dispositivos e ainda acompanhar a atividade digital das crianças.

Saiba como este controlo parental funciona e quais são as 7 razões que vão levar você a aderir ao Kaspersky Safe Kids para a proteção tecnológica do seu filho.

Contudo, antes de mergulharmos nas características mais importantes deste controlo parental, é importante entender os critérios que garantem uma escolha segura e vantajosa:

  1. Reputação 
  2. Segurança
  3. Durabilidade (qualidade)
  4. Preço
  5. Custo-Benefício

👶7 Principais Funcionalidades para Controle Parental: Crianças nas telas seguras.

1. Bloqueio de Sites Inadequados

 

O perigo dos conteúdos inadequados

Esclarescendo: Conteúdo inadequado é tudo o que os seus filhos encontram online e que possam ser perturbador ou que ainda eles não estejam preparados psicologicamente para recebê-los.

Seja uma única imagem, um vídeo ou um texto, qualquer informação inadequada pode ter uma repercussão indesejável para a criança ou o adolescente.

A.exposição, entretanto, pode acontecer tanto de forma acidental como deliberada. Dentre os exemplos nocivos para as crianças, podemos encontrar: material sexualmente explícito; violência explícita; aliciamento de ideias extremistas, terroristas e violentas; entre outras.

Infelizmente, o fenómeno tem aumentado: Só na Australia, 57% das crianças entre os 12 e os 17 anos, foram expostas à conteúdos expropriados, quase 50% das crianças entre 9 a 16 anos vêem imagens sexuais com regularidade e 33% viram imagens ou vídeos que promovem o terrorismo.

 

A solução de Kapersky Safe Kids

Com o Kaspersky Safe Kids é possível filtrar automaticamente as categorias indesejadas. Ou seja, os pais optam por bloquear certas categorias que considerem nocivas para os seus filhos.

Desta forma, instantâneamente e permanentemente (podendo sempre alterar quando desejar) os assuntos com violência, conteúdo adulto, apostas, entre outras, ficam indisponíveis nos dispositivos dos pequenos.

Ainda, contém a possibilidade de personalizar a lista de sites permitidos ou proibidos. Você pode, assim, optar por disponibilizar apenas os sites que confia pessoalmente, e/ou ainda, bloquear aqueles sites específicos que considere perigoso para o seu filho.

2. Gerenciamento do Tempo de Tela às crianças

De forma a evitar discussões, birras e negociações intermináveis, nada melhor que estipular previamente o tempo saudável de exposição à tela.

Como sabemos, todo o conteúdo virtual é desenhado com o intuito de cativar e prender o usuário, tornando-se, este, em um dos maiores problemas do desenvolvimento infantil: o desinteresse das crianças e jovens pela vida real, fora das telas. 

Como explica o cientista Dr. Huberman, o tempo nas telas pode ser altamente nocivo, não só pelo tempo de realidade que nos rouba como, também, pela facilidade de viciar o nosso cérebro.

Por isso, a ciência é clara neste tema e, evidentemente, os pais responsáveis e conscientes têm todo o interessem em limitar o tempo de tela às suas crianças. Afinal, é da nossa responsabilidade vigiar e guiá-los para uma utilização tecnológica consciente.

Como solução, com o Kaspersky Safe Kids é possível: 

  • Definir limites diários de uso por aplicativo ou por tempo total no dispositivo;
  • Emitir alertas quando o tempo limite está próximo.

Assim, automatizamos a utilização e gerimos previamente, evitando as indesejadas discussões.

Isto pode ser elaborado em conjunto com a criança ou adolescente e tornar-se numa oportunidade para promover a responsabilidade e a autonomia

3. Monitoramento de Atividades Online

Esta é uma das dúvidas mais relevantes dos pais: Como monitorar as atividades do meu filho online? Afinal, é impossível mantermos os olhos em cima deles o tempo todo.

Com o Kaspersky Safe Kids, os pais têm a possibilidade de ver quais sites e apps a crianças está acessando. Isto é possível através de relatórios gerados pelo controlador parental sobre os conteúdos visualizados.

Consultando estes relátórios, os pais têm a oportunidade de guiar as crianças,  iniciando, também, conversas com os filhos sobre os seus interesses. Desta forma, além de garantir a segurança dos seus filhos, pode aproveitar também para fortalecer os laços relacionais.

4. Localização das crianças por GPS

Agora, esta é uma das razões porque Kaspersky Safe Kids está conquistando tantos pais: O localizador por GPS. Isto significa que os pais podem rastrear a localizão da criança em tempo real.

Principalmente em locais movimentados, perder um filho de vista, nem que seja por alguns minutos, pode ser devastador. Com o localizador por GPS da Kaspersky Safe Kids, é possível identificar o local do seu filho de imediato. 

Posteriormente, pode definir as zonas seguras como a casa ou a escola que frequenta. Assim, os pais recebem uma notificação quando a criança entrou ou saiu de uma destas zonas, apaziguando a preocupação em relação à segurança dos pequenos.

 

5. Controle de Aplicativos

Se contém algum aplicativo no dispositivo da criança, e não pretende que ela tenha acesso durante a semana ou durante algum período de tempo, a Kaspersky Safe Kids tem a solução.

Esta solução consiste em permitir aos pais aprovar ou bloquear aplicações já instalados, dando maior flexibilidade no controlo parental. 

Outra excelente opção disponível, é a restrição ao acesso às redes sociais e mais. Momentâneamente ou por um período de tempo, você pode bloquear o acesso tanto das redes sociais, como de jogos específicos ou ainda apps de mensagens, dependendo da idade do seu filho.

Por exemplo, não quer que o filho fique nas redes sociais quando está na escola? Pode bloquear estas aplicações das 8 às 18 horas.

 

6. Alertas em Tempo Real

Mas, e se a criança tentou aceder aos conteúdos proibidos ou aplicações que foram bloqueadas?

Não será apenas impossível aceder, como os pais recebem, ainda, a notificação de que esta tentativa ocorreu.

Deste modo, os pais conseguem entender com clareza as ações do seu filho de modo a agir de forma coerente e adequada para guia-lo da melhor forma.

Os pais recebem, também, notificações sempre que a criança excedeu o tempo de tela estipulado, ultrapassando o limite de uso da tela. Em suma, os pais obtém as informações completas, de forma a poder guiar a sua criança para uma gestão tecnológica mais saudável.

 

7. Acessibilidade 

Para aderir ao controlo parental Kaspersky Safe Kids, basta seguir simples passos online e o investimento é super acessível.

Além disso, está disponível para Android, iOS, Windows e MacOS. Funcionando, ainda, tanto em smartphones quanto em computadores.

 

Conclusão

Os passos são simples, a acessibilidade é para todos e isto para ganhar: a proteção que desejamos às nossas crianças na utilização das telas, garantindo que não vão encontrar conteúdos inadequados, promovendo hábitos digitais saudáveis e obtendo transparência e segurança, sem invadir sua a privacidade em demasia. 

 

Para conquistar maior segurança digital aos seus filhos, confira o controlo parental Kaspersky Safe Kids e dê o equilíbrio saudável que a sua criança precisa na utilização das telas!

 

Com orientação e tecnologia, seus filhos podem explorar o mundo online com segurança. Conheça o Kaspersky Safe Kids.

Jogos de tabuleiro: Desconecte e fortaleça a conexão familiar

Os jogos de tabuleiro solucionam a problemática de muitos pais: Encontrar uma alternativa à tela eficaz, que faça bem e ainda, que fortaleça a conexão familiar.

Parece que os jogos de tabuleiro respondem à todas estas exigências e mais!

Os tradicionais jogos, seja em cartão, madeira ou plástico, mostram as suas vantagens incontestáveis em relação aos entretenimentos virtuais.

E quem o diz são os cientistas: Mostraremos o resultado de importantes estudos neste artigo.

Estes estudos provam que, para além de exercitar a concentração e o foco, os jogos de tabuleiro também impulsionam sobretudo o raciocínio lógico e a interação social dos pequenos.

Ainda, dependendo de cada jogo, pode ainda trazer benefícios em outros campos, como por exemplo: o exercício da paciência, da empatia e da argumentação; do respeito e da gestão de emoções.

Estas, são algumas das habilidades de um vasto leque de competências que os jogos de tabuleiro podem capacitar.

Ficou interessado em saber como esta alternativa pode enriquecer a vida dos seus familiares?

Aqui, esclareceremos como isto se dá no campo do desenvolvimento cognitivo, na conexão familiar, como alternativa para reduzir o tempo das telas, na cooperação e, ainda, na socialização. E o melhor: Toda esta riqueza é produzida de forma divertida para todos.

Vamos observar cada ponto pragmaticamente:

🧠 1. Desenvolvimento Cognitivo

Como os jogos de tabuleiro auxiliam o raciocínio lógico e a concentração das crianças?

Os jogos de tabuleiros são grandes aliados da aprendizagem. Isto porque são capazes de, de uma forma lúdica, estimular o eficazmente o raciocínio

Para comprovar, foram feitos dois experimentos com algumas crianças do ensino pré-escolar. Neste experimento, um grupo executou cálculos matemáticos intercalados com um jogo lúdico de tabuleiro, que por sua vez trabalhava os números e sequências. Enquanto as crianças do grupo de controle (que não jogaram os jogos de tabuleiro) não obtiveram nenhuma melhora, aquelas que jogaram o jogo de tabuleiro numérico demonstraram habilidades matemáticas superiores.

Ainda, outro estudo feito com crianças que tinham dificuldades de aprendizagem, teve como resultado um significativo melhoramento nas habilidades de matemática, com aulas frequentes de xadrez.

Portanto, aquilo que é exercitado de forma divertida num jogo de tabuleiro, traduz-se em habilidades académicas. Esta eficácia dos jogos nas capacidades cognitivas da crianças, explica-se pelo fato de ser divertido.

Isto porque quando estamos felizes e descontraídos, baixamos os níveis de ansiedade e medo, o que por sua vez dá espaço ao nosso pensamento para fluir, obtendo resultados com maior velocidade.

Além disso, constam os estudos, que é justamente através da brincadeira que construímos o nosso cérebro. Por esta razão, a alegria e o divertimento não podem ficar de fora, se falamos de um saudável desenvolvimento infantil.

Outras habilidades que os jogos de tabuleiro exigem da criança e que potencializam a eficácia do pensamento são: O foco e autocontrole. Estas duas capacidades são importantes, também, para desenvolvimento da socialização da criança.

 
Propósito pedagógico

No entanto, é importante ressaltar que simplesmente jogar não é suficiente.

Isto porque as crianças precisam entender que o raciocínio não se trata de um dom inato, mas de uma habilidade que pode melhorar. Por isso, através da prática e com vontade, os pequenos vão aprendendo com os erros e aprimorando cada vez mais.

Posto isto, o acompanhamento de um adulto nos jogos acaba por ser fundamental: são preciosas oportunidades com um propósito pedagógico eficaz.  

Contudo, é claro que muitas as crianças podem fazer estas descobertas por si mesmas, por isso, cabe ao responsável avaliar se a sua intervenção vai, ou não, ser benéfica. 

Sabemos, então, que os jogos de tabuleiro podem desenvolvem habilidades cognitivas tais como: o pensamento lógico, o pensamento crítico, a memória, a concentração, a criatividade, a imaginação, entre muitas outras. 

 

👨‍👩‍👧‍👦 2. Conexão Familiar

Quais jogos de tabuleiro são ideais para fortalecer os laços familiares longe das telas?

A dinâmica corrida das famílias actuais torna-se um obstáculo, quando queremos fortificar os laços familiares.

Com o cansaço e a correria, acabamos por recorrer às telas muito mais do que desejamos. O resultado, port anto, é visível e indesejável: tornamo-nos cada vez mais individualistas e a conexão entre cada mebro torna-se cada vez mais distante

Por isto, para combater esta problemática, tão predominante nos dias de hoje, temos a boa notícia: Os jogos de tabuleiro são uma opção eficaz e bem sucedida. Afinal, para além de proporcionar momentos memoráveis em família, promove também a comunicação, a gestão de emoções, a negociação, e tudo de uma forma lúdica e descontraída.

E o melhor é que, seguindo estas dicas, pode dar como garantida a diversão e o sucesso na conexão familiar. Isto é conseguido quando você transforma o momento do jogo em uma experiência inesquecível com diversão garantida. Experimente estas dicas infalíveis:

Regras Claras:

Explique as regras do jogo de forma clara e simples, certificando o entendimento de todos. Com exemplos práticos e ligeiros, se necessário. 

Competição:

Não receie a competição saudável. Contudo, estimule a cooperação e o trabalho colaborativo. Desta forma, você aumenta a interação e o entusiasmo durante o jogo, além de promover o espírito unitivo.

Ritmo Agradável:

Ajuste o ritmo do jogo de acordo, tendo em conta as idades e a capacidade de atenção de cada membro. Se a partida estiver muito rápida, faça pausas para que todos possam acompanhar e se divertirem. Por outro lado, se o jogo está muito lento e você está a perder a atenção dos pequenos, tente simplificar e agilizar.

Humor e Descontração:

Mantenha um clima de humor e descontração,  incentivando o diálogo e, claro, muito riso. Não leve o jogo tão a sério e lembre-se do objetivo: descontrair e fortalecer os laços familiares (o aprendizado, aqui, é um plus)

Adapte:

Não tenha receio de criar regras próprias para o jogo, tornando-o ainda mais divertido e personalizado. Essa atividade estimula a criatividade, o senso de humor e a capacidade de adaptação de todos.

Com estas dicas, o que seria um tempo de tela, torna-se em um momento memorável para toda a família.

⏳ 3. Redução de Tempo de Tela

 

Como os jogos de tabuleiro podem trazer maior benefício que os jogos nas telas?

Hoje em dia o mundo digital está dominando e transformando o nosso dia-a-dia. E por isso, é natural questionarmos até que ponto esta virada pode ser nociva, principalmente para as gerações mais novas.

O que vemos nos resultados dos recentes estudos, é evidente: aprendemos melhor no mundo real do que no mundo virtual. 

Como afirma Dr. Christopher Willard, psicólogo clínico, autor e professor da Harvard Medical School, vemos as escolas de elite voltar ao papel e caneta, eliminando o uso de aparelhos digitais nas salas de aula. Ainda, como consta o estudo da Universidade de Valência, existe uma “inferioridade virtual” no que se refere à aprendizagem.

Para entendermos melhor, os jogos virtuais utilizam estratégias de retenção similares aos jogos do casino: saturação de estímulos, recompensas rápidas, interação social e âncoras de retição de modo a manter o jogador interessado por mais tempo.

Estas estratégias acabam por deter o jogador que vai interessar-se cada vez mais pelo virtual do que pela realidade.

Por outro lado, se a criança não se expõe demasiadamente ao mundo virtual, acaba por engajar em atividades que exigem maior esforço de concentração, resiliência e raciocínio com maior facilidade se comparada a uma criança que passa muito tempo nas telas

Desta forma, quando se prioriza o jogo de tabuleiro sobre os jogos virtuais, colhe, assim, benefícios muito superiores no campo cognitivo, psicológico e social da criança.

 

De que forma os jogos de tabuleiro podem substituir o tempo excessivo em frente a celulares e tablets?

Toda criança pequena deseja interagir com os pais, e os jogos de tabuleiro proporcionam estes momentos familiares inesquecíveis.

Esta relação, direta e rica (contrária a interação virtual) enriquece várias esferas da criança: a afetiva, o bem-estar psicológico e a harmonia familiar. 

Por outro lado, como é comum nesta fase de desenvolvimento, os adolescentes naturalmente valorizam mais a relação com os amigos. Nestes casos, nada que um evento amigável com jogos de tabuleiro, comes e bebes, para fortalecer estes laços de amizade.

Embora os jogos virtuais apresentem uma maior facilidade e comodismo – evitando a descolação e a organização de eventos -, estes proporcionam maiores benefícios, com interações reais mais ricas em vários sentidos, como mencionamos acima.

 

🤝 4. Cooperação e Socialização

Os jogos de tabuleiro incentivam à camaradagem, aquele apoio entre amigos, intensificando os laços afetivos.

Como consequência, é um combate direto ao isolamento, problemática tão predominante entre os jovens actuais que é, também, a causa do crescente número de depressões no mundo.

Outro ponto importante e evidente: A maioria dos jogos implica ganhar ou perder. E por este motivo, inevitavelmente, os jogadores são levados a lidar com a aquisição de conquistas, e por outro lado com a derrota. Este exercício entre ganhar e perder é relevante, principalmente para a futura vida laboral

Assim, através dos jogos de tabuleiro, as crianças podem aprender a gerir as suas emoções, entendendo o sistema natural e os seus aspectos de: mérito, trabalho, esforço, sorte e circunstâncias.

Em resumo,  tudo isso é assimilado pelos pequenos de uma forma leve enquanto jogam, e com certeza que vão adquirindo habilidades que carregarão para a vida. 

 

Quais jogos cooperativos ensinam valores como trabalho em equipe e empatia?

Os principais jogos de tabuleiro que ensinam valores como o trabalho em equipa e a empatia são:

 

🎉 5. Diversão Garantida

 

Como criar uma noite de jogos inesquecível com amigos ou em família, sem precisar de tecnologia?

Seja com amigos ou em família, para criar uma noite de jogos inesquecível, basta seguir estas dicas simples:

Escolha o ambiente ideal.

Seja a sala de estar ou de jantar, o importante é que seja espaçoso suficiente para agregar os convidados. Mas mesmo que seja menor que o desejado, desde que esteja com uma decoração aconchegante e com boa dose de alegria, o sucesso fica assegurado.

Em relação aos jogos de cartas e tabuleiro, o ideal é montá-los sobre uma mesa. Posto isto, se você tem uma sala de jantar com uma mesa para agregar os seus convidados, este espaço é o vencedor.

Uma dica que vai dar o toque ao convívio, é utilizar um quadro branco (lousa) e escrever os nomes dos jogadores, registando os pontos dos jogos ao longo da noite. O vencedor poderá ganhar alguma lembrança no final, tornando a competição ainda mais divertida e animada.  

Ainda, providenciar os comes e bebes, incluindo petiscos rápidos e práticos que não incluam loiça, é ideal para manter o foco na diversão dos jogos. Como alternativa, você pode encomendar comida com entrega ao domicílio, assim cada um escolhe ao seu gosto o que quer e a logística não fica sobrecarregada ao host.
Por fim, crie uma playlist especial.

Você conhece os convidados e sabe que ambiente quer proporcionar. Ter uma playlist organizada, dá vida ao ambiente, tornando o convívio animado e propício para boas conversas e momentos memoráveis.

E claro, deixamos aqui uma seleção de jogos ideais para um convívio animado: 

mulher com o cabelo castanho escuro com cumprimento médio, vestida de amarelo com brincos compridos amarelos, corrente dourada sob o fundo neutro (muro bege texturizado). Ela sorri, contente.

Escrito por

Mariana Ribeiro

Mãe de cinco filhos em ensino doméstico. Apaixonada por filosofia, psicologia e educação. Estuda e escreve sobre família e desenvolvimento humano. @Marianaparaizoribeiro

Bluey: A Série Infantil Ideal para o Desenvolvimento das Crianças

“Quando as crianças assistem a ‘Bluey’ aproveito para me sentar e rir com elas. Aprendemos muito, eles e eu também.”  Diz o pai de cinco filhos, “É o nosso desenho televisivo favorito”.

Está na simplicidade do desenho animado Bluey, o motivo de ter conquistado crianças (e pais) do mundo inteiro.

Criado em 2018 na Austrália, este programa infantil conta já com mais de 100 episódios. Chegando ainda a mais de 60 países. 

Para quem ainda não conhece, este programa infantil retrata o dia-a-dia de uma família. Uma família de cães da raça Boiadeiro-australiano (Blue heeler).

Sim, este é um desenho australiano. O que não faltam são referências nacionais. Desde a língua, ao design da casa, às atividades e muitos outros detalhes que só os aussies (australianos) conseguem captar.

Bluey, retrata uma família constituída por um casal e as suas duas filhas pequenas, cujo o dia-a-dia se assemelha à típica família contemporânea.

Contudo, o conteúdo não é assim tão comum como parece.

Afinal, este programa infantil mereceu um Emmy internacional na categoria de crianças. Ainda, produz inúmeros produtos promocionais, foi prestigiada pela Rolling Stone e pelo Newyork Times. Por estes motivos, claramente há algo de especial neste programa infantil.

E por isso, vamos explicar o que a série Bluey tem de tão especial. E ainda, porque é um dos desenhos animados actuais mais recomendados por especialistas.

Por Que Bluey é a Série Infantil mais recomendada?

Além de possuir uma estética calma, afastada das não-recomendadas cores saturadas, o enredo de Bluey é familiar e simples.

Os temas são corriqueiros e por este motivo que são tão relevantes: toca-nos a todos!

Para entender melhor, o desenho retrata acontecimentos normais, com os quais a maioria das famílias de todo o mundo, se identificam.

 

Conhecendo a família Heeler

A personagem principal, Bluey Heeler, é uma cadela de seis anos, enérgica e sempre disposta a brincar. Assim como a sua irmã mais nova, Bingo Heeler de quatro anos. Ainda, o pai de família,  Bandit Heeler, não fica atrás: Acompanha as filhas nas brincadeiras com entusiasmo e de forma genuína.

E para contrariar o estereótipo tradicional de família, o pai passa mais tempo em casa com as filhas, do que a mãe, Chilli Heeler, que trabalha fora. 

 

Os segredos da Bluey

Apesar da simplicidade do enredo, de fácil percepção e com o qual, a maioria das famílias se identificam, o autor teve ainda a proeza de algo maior.

Jo Brum consegue realçar os significados profundos e essenciais ao ser humano, através da simplicidade do dia-a-dia familiar. E tudo de forma leve e alegre.

É aqui exatamente, onde reside toda a beleza e riqueza deste desenho animado.

E ainda não é tudo. Para além de tamanhas conquistas, estes episódios têm ainda outro encanto:

Nesta era de tantos conflitos, polaridade de opiniões e choques culturais, o autor teve a subtileza de captar o essencial do ser humano, fugindo das polémicas.

Assim, através de “meras” atividades cotidianas, aborda vários temas com o intuito de instruir os pais. Isto, contendo abordagens pedagógicas adequadas, num ambiente que transborda alegria e harmonia familiar.

 

Maus comportamentos e consequências

É através das brincadeiras que Bluey age de forma divertida, e é também, onde o realizador não se abstém de apresentar as falhas, os maus comportamentos e as más inclinações.

Mas, ao contrário do desenho animado “Peppa Pig” – onde a personagem principal age com malícia sem assistir às consequências dos seus atos (naturalmente ou apresentada pelas autoridades ao seu redor) – , a família da Bluey consegue ser assertiva com amor.

Desta forma, o espectador tem a oportunidade de se identificar com algumas inclinações da personagem principal, observando as proporções que estas desencadeiam. Aprende novas alternativas de lidar com algumas frustrações, naturais em qualquer criança. 

Você sabia que não é por acaso que a série é tão cativante para os pais?

Há uma razão para tal:

Brumm, o realizador, quando criou este programa infantil, projetou-o justamente para guiar pais na direção de uma educação assertiva e amorosa. Para atingir estes objetivos, consultou psicólogos especialistas que o auxilia nos melhores métodos pedagógicos.

Posteriormente, decidiu, juntamente com a editora australiana, direcionar o desenho para o espectador pré-escolar. O que não foi má idéia, de todo: Resultou no desenho mais popular dos dias de hoje, inspirando tanto as crianças como os pais.

 

O lado menos bom de Bluey

Apesar do furor, há um fator que os pais devem ter em conta.

É verdade, os episódios são cativantes e ainda, de curta duração: não perduram mais que 10 minutos.

Mas qual é o problema?

Como alertam os cientistas, a sensação de término de uma etapa (neste caso, de um episódio) liberta-nos uma substância de prazer chamada dopamina. Que, quando é libertada de forma mais acelerada do que deveria, pode viciar o nosso cérebro.

Para termos a noção, é com este método (de pouco esforço para o término de algo, libertando a dopamina a uma velocidade anormal) que utilizam em tantos produtos que pretendem reter a nossa atenção como as redes sociais, os jogos, as propagandas, ou seja, o entretenimento nas suas diferentes formas. 

Por este motivo, ainda que o desenho Bluey tenha excelentes benefícios, deve, como todos os outros tipos de entretenimento de ecrãs, ser assistido de forma moderada.

Benefícios Educativos da Série

 

A aproximação da natureza no trato das cores, nos tons de voz, no design alegre e realista de uma família comum, são aspectos muito benéficos para o desenvolvimento saudável da criança.

Ainda, o desenho apresenta também as partes menos boas (conflitos, desorganização, sentimentos desagradáveis) que contribuem ainda mais para a aproximação do espectador às personagens.

Isto beneficia significamente a construção da realidade no imaginário da criança, tornando-o próximo ao real. E como a perspectiva da família canina é tão leve, alegre e positiva, impulsiona a criança a observar o mundo com a mesma perspectiva. 

As brincadeiras são reproduzíveis. Hoje vemos crianças à imitar alguns jogos que viram no programa, por serem verdadeiramente divertidos e simples.

Não obstante, nas atividades familiares, tanto a Bluey como a Bingo possuem o hábito de deixarem fluir a imaginação com brincadeiras simples, e o pai das cadelinhas não fica para trás.

O pai dá o exemplo, entrando nas brincadeiras com leveza, de forma genuína e engraçada. Esta harmonia familiar proporciona um ambiente seguro e estável onde as filhas sentem-se livres para criar.

Por este motivo, como a disponibilidade afetiva do pai é constante, existe um fortalecimento natural dos laços familiares

Mas o ponto crucial é este: Em cada episódio, os conflitos e adversidades (completamente naturais de qualquer ser humano) são resolvidos com leveza e naturalidade.

Por fim, os episódios da Bluey nos ensinam a preciosa lição do que a vida necessita: a leveza e a alegria para resolver as adversidades da vida.

Conclusão

Numa época em que o entretenimento é desenhado para viciar e prender os nossos filhos às telas de forma nociva, é dífícil encontrar bons programas que possamos confiar. 

Por este motivo, a série infantil Bluey veio como um porto seguro e divertido para entreter e potencializar o desenvolvimento dos nosso filhos. Com o plus de nos instruir na parentalidade.

Se gostou deste arigo, não deixe de conferir os outros artigos sobre o tema de programas infantis como Jogos de Tabuleiro: Alternativa as telas para crianças dos 5 aos 6 anos

mulher com o cabelo castanho escuro com cumprimento médio, vestida de amarelo com brincos compridos amarelos, corrente dourada sob o fundo neutro (muro bege texturizado). Ela sorri, contente.

Escrito por

Mãe de cinco filhos em ensino doméstico. Apaixonada por filosofia, psicologia e educação. Estuda e escreve sobre família e desenvolvimento humano.

Pai e gestão entre viagens e família: Estratégias de Rafael Polónia.

Com o coração na viagem e na família: Rafael Polónia é pai de dois filhos e fundador da agência de viagens Landescape. Conheça as suas estratégias e desafios na gestão da sua vida entre cá e lá.

Porque ser pai não vem com um manual de instruções. São testemunhos como este que nos inspiram e nos ajudam a trilharmos o nosso próprio caminho.

Se procura estratégias para gerir a paixão por viagens com a vida familiar, este artigo é para si.

Nesta entrevista repleta de insights valiosos, Rafael responde como a sua experiência de viagens (profissionais e familiares) impactou a sua vida como pai e, consequentemente, de todos os membros da família. 

Os Desafios de Viajar e Ser Pai ao Mesmo Tempo

 

1. Rafael, sendo pai, como faz a gestão entre o trabalho a viajar e o tempo em família?

Esta é uma questão que pode dividir-se em 4 momentos diferentes: 

 

O momento em que estava eu e a Carolina

Só…dois adultos maduros, que têm consciência do trabalho de cada um, do tempo que isso toma, da prioridade e de sabermos onde a outra pessoa está, conscientes de que entre a partida e o regresso, o tempo não é demasiado. Há saudade, mas gerível.

 

O momento em que o nosso primeiro filho nasce, o Sebastião.

Tudo é novo. A vontade de ficar. O sentir que estamos a fazer falta e a falta que este novo ser provoca na nossa nova vida de pai. A saudade que ele ainda não sente, por não ter consciência, mas a saudade que nós sentimos e que é complicado. O adaptar constante a horários para que o pudesse ver, pelo menos, uma vez por dia.

 

O momento em que a Amélia nasceu 

E em que o Sebastião era já muito mais consciente, com quase 2 anos. Se ela, por um lado, não percebia o que era o mundo sequer, ele percebia quando lhe dizia que ia de viagem (apesar de não ter noção temporal), mas sabia que não ia ver-me, que não estaria ali para quando precisasse, sabia que o pai ia de avião para algum lado. E este contraste entre estes dois mundos – o da completa falta de consciência e um pouco dela – começou a fazer-me pensar no meu percurso enquanto líder de viagem e a decisão foi: viajar em trabalho, cada vez menos.

 

O momento em que estou neste momento

Em que ambos sabem que vou partir e que regresso (apesar de continuarem a não ter noção temporal). De me ligarem, de falarmos através do telemóvel e de eu perceber que, mais no caso dele quando nos vemos, ele começa a não querer comunicar comigo porque sente que não estou com ele e ela, que não o diz, mas que à noite chama sempre por mim, quando vai dormir. Como pai, sinto – e pode parecer estúpido – que estou a falhar…quando não estou. Porém, por outro lado, é o meu trabalho e apesar de já ter reduzido bastante as minhas datas por ano, quero continuar a fazê-lo, porque a viagem está-me no sangue. 

 

2 – Qual é a maior dificuldade que encontra para manter a rotina familiar enquanto viaja?

A maior dificuldade quando viajo para países em que o fuso horário é mais evidente, prende-se com a comunicação com as minhas crias, pois nem sempre encontramos uma hora em que consigamos falar.

A minha rotina, é a de viagem. Quando estou em casa, mudo o chip. É como se tivesse duas rotinas, apesar de meter sempre o pé na outra, tanto em viagem, como em casa. É uma questão de adaptação. Eu sou feito de estar sempre a mudar.

 

Estratégias de Rafael Polónia para Gerir a Vida Profissional e Pessoal em Viagem

 

3- Quais são as suas estratégias para manter-se produtivo, mesmo em movimento?

É um trabalho mental.

A vida como líder de viagens é muito cansativa. E se quando estou em Portugal, tenho também de gerir a empresa, quando estou em viagem, tenho de gerir empresa e liderar grupo. O nosso trabalho é 24/7 e por isso, é assumir que há dias em que chegamos ao quarto e caímos para o lado e outros dias em que temos mesmo que nos sentar e trabalhar para “o lado de cá”.

Cada pessoa tem a sua maneira de gerir as coisas, os seus truques e ferramentas. Eu sou flexível nisso. Não me imponho um horário. Funciono conforme a Necessidade vs Cansaço.

 

4 – Para garantir que a família se envolva no processo da viagem, o que costuma fazer?

A família nunca está muito envolvida na viagem.

A única coisa que tento fazer todos os dias, é deixar um vídeo antes das crias acordarem, dizendo onde estou, o que vou fazer, curiosidades que aconteceram e sempre dando uma noção de “história”, que o Sebastião – por ser um pouco Nerd – gosta sempre, como falar do Rei do local onde estou; ou do Imperador que está na estátua que mostro; ou da cidade onde estou e o que aconteceu lá; do transporte que estou a apanhar; etc., ele adora aprender e por isso, sei que retém muito do que digo e questiona depois na escola, fala disso, pesquisam sobre isso.

 

Como as Viagens Ajudam no Crescimento Familiar

 

5 – O que aprendeu como pai ao viajar com a família e o que pôde aplicar na sua vida profissional?

Aprendi três coisas:

  • a ver o mundo de forma mais calma e ao ritmo dela e dele;
  • a ler e a ver através dos seus olhos: o que comentam, no que refletem, o que chama a atenção, a importância que dão a certas coisas, o que provam e gostam – que a maior parte das vezes, são coisas que nós, enquanto adultos, já não nos prende a atenção…por acharmos que não tem interesse;
  • a ter certezas de nada. Tudo aquilo que nós “temos a certeza” que é, quando temos crias, ficamos com a consciência que, afinal, não. E isso faz-nos crescer.

6- Como as viagens podem fortalecer os laços familiares?

É também uma questão que se divide em duas respostas: Quando eu estou a viajar a nível profissional e quando viajo com a família.

Se por um lado penso que o sentir falta pode fazer com que se sinta mais vontade de estar e mais consciência de que somos “ necessários” ao bem estar familiar; por outro, o viajar em família, é a prova de fogo de uma relação e de ligação familiar, porque uma coisa é estarmos em casa, no nosso ambiente, com as nossas coisas, outra é adaptação ao mundo novo, a transportes novos, alojamentos novos, gastronomia nova e tudo isso acontece de forma saudável se mantivermos alguns ritmos e rituais que temos em casa, mas o fortalecimento maior acontece com o abraço, com a compreensão, com o ouvir, com o respeitar e em viagem isto é o mais importante.

Porque quando se viaja com filhos, somos nós que nos temos de adaptar e compreender, porque o nosso cérebro é mais maduro. Eles, só têm de viver.

 

Lições de Vida ao Viajar com a Família

 

7 – Como é que lida com as diferenças de fuso horário juntamente com os horários familiares?

Cada viagem é uma viagem.

Já aceitei para mim que se der para conversar, conversamos. Se der para nos vermos, vemo-nos. Se der para partilhar histórias, partilhamos. Se acontecer durante uns dias não o conseguirmos fazer, nada que um pequeno vídeo – como o que falei atrás – não resolva.

As crianças não têm – ao contrário do que possamos pensar – uma necessidade constante de comunicar connosco. Nós é que temos. Elas vivem o seu dia a dia e conseguem adaptar-se à falta, muito mais facilmente que os adultos, porque têm sempre outros estímulos.

 

E por fim…

 

8 – Que conselhos de gestão daria a outras famílias que querem viajar sem perder o foco profissional?

Penso que o mais importante é perceber se o trabalho que temos consegue adaptar-se ao nosso ritmo de viagem. Isto para não impôr aos outros membros da família horários que podem não estar dispostos a cumprir (ou não conseguirem mesmo fazê-lo).

É importante viajar com a consciência de que o plano que temos para trabalharmos (à distância, neste caso) pode não funcionar e se isso vai prejudicar ou não.

Uma coisa é viajarmos sozinhos…outra coisa é viajar com crianças, sobretudo, que nunca compreenderão porque parámos, porque não estamos a avançar, porque temos de fazer certas coisas naquele momento.

Cada trabalho, é um trabalho e tenho consciência de que alguns permitem, outros não. O importante é partir-se sempre com a noção de que Tudo vai correr bem e de forma relaxada…mas que tudo pode tomar o sentido contrário, sem que queiramos e, nesse caso, é aceitar.

Pai e fundador da agência de viagens Landescape & Líder de Viagem. @landescape_viagens

mulher com o cabelo castanho escuro com cumprimento médio, vestida de amarelo com brincos compridos amarelos, corrente dourada sob o fundo neutro (muro bege texturizado). Ela sorri, contente.

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Mãe de cinco filhos em ensino doméstico. Apaixonada por filosofia, psicologia e educação. Estuda e escreve sobre família e desenvolvimento humano.