10 Perguntas mais Frequentes sobre Sintomas de Ovulação

O sonho de gerar um filho pode exigir planejamento e monitoramento do ciclo menstrual e dos sintomas de ovulação nos casos em que a gravidez não acontece no tempo esperado.

Aquelas que precisam de acompanhamento de especialistas nas áreas de ginecologia, obstetrícia e de reprodução humana aprendem durante o tratamento a interpretar os sinais de cada fase do seu corpo.

Ao se cuidarem com regularidade, é possível entender mais sobre o aparelho reprodutor feminino e todas as fases da menstruação. 

A ovulação é o período do ciclo menstrual mais monitorado por aquelas que desejam gestar, pois é nesse período do ciclo que o corpo libera o óvulo, o que torna a mulher mais fértil e propensa a engravidar. 

A professora da UERJ Dra. Alessandra Evangelista, especialista em Reprodução Humana, traz as respostas para as perguntas mais frequentes sobre a ovulação e os sintomas que a mulher costuma sentir nessa fase do ciclo menstrual.

 

Quais são os sintomas de ovulação mais comuns?

Quando a mulher está na fase da ovulação em seu ciclo menstrual, o corpo costuma apresentar os seguintes sinais:

  • aumento do muco cervical, que se torna mais claro e elástico;
  • dor leve na região pélvica;
  • aumento da temperatura basal; 
  • maior desejo sexual;
  • algumas mulheres também relatam maior sensibilidade nas mamas devido aumento da progesterona.

A dor na região pélvica durante a ovulação é normal?

É normal sentir um pouco de dor na região pélvica, é a chamada Mittelschmerz, que significa dor do meio. Essa dor ocorre quando o ovário libera o óvulo.

Geralmente, trata-se de uma dor leve e costuma durar poucas horas, mas pode variar em intensidade. O processo pode liberar substâncias inflamatórias e com isso levar a fisgadas, pontadas ou dor continua.

É importante ressaltar que se a dor for intensa ou persistente, é recomendável procurar um médico para descartar outras condições.

 

Como posso saber exatamente quando estou ovulando?

A maneira mais concreta de saber se a mulher está ovulando é quando ela consegue engravidar. Contudo, para fins de acompanhamento que podem ajudar a identificar a ovulação, recomenda-se:

  • o monitoramento da temperatura basal; 
  • a observação do muco cervical;
  • o uso de testes de ovulação.

Normalmente, os ginecologistas passam três tipos de exame de ovulação: 

Exame de farmácia: kit caseiro para previsão da ovulação realizado por meio da coleta da urina em vários dias consecutivo. Assim, o teste detecta o aumento do hormônio luteinizante na urina de 24 a 36 horas antes da ovulação.

Exame laboratorial: exame feito por meio da análise do sangue ou da urina da paciente. Se for coletado sangue, o hormônio avaliado será a concentração de progesterona no sangue. No caso da urina, o item avaliado é a concentração de um dos produtos de decomposição da progesterona.

Exame de imagem: exame considerado como o mais eficaz para monitorar o ciclo menstrual, a fim de confirmar o acompanhamento de um folículo que rompe, o que sugere ovulação. Consiste na ultrassonografia transvaginal comumente realizada 3 vezes ao longo do mesmo mês para acompanhar cada fase do ciclo.

 

Posso engravidar logo após a ovulação ou o período fértil é antes disso?

O período fértil compreende os dias que antecedem a ovulação, engloba o dia da ovulação e perdura por mais 2 dias

Como os espermatozoides podem sobreviver no trato reprodutivo por até 3 dias, a fertilização ocorre se houver espermatozoides viáveis no momento em que o óvulo é liberado.

A maioria dos estudos diz que os casais engravidam mais, tendo relação antes da ovulação.

 

É possível ovular sem sentir nenhum sintoma?

Sim, muitas mulheres ovulam sem sintomas perceptíveis. A ausência de sinais não significa ausência de ovulação. Testes de ovulação ou exames médicos podem auxiliar a resolver as dúvidas.

Mulher branca com camiseta branca e calça jeans clara sentada sob a cama segurando um teste de gravidez vermelho e branco
Image by Freepik

Como a temperatura basal do corpo pode me ajudar a identificar a ovulação?

A temperatura basal aumenta ligeiramente (cerca de 0,3 a 0,5°C) após a ovulação devido ao aumento da progesterona.

Medir a temperatura diariamente ao acordar pode ajudar a identificar esse padrão e estimar o período fértil.

Mas esse aumento pode ocorrer devido a outros eventos, então é necessária uma aferição muito precisa, sem a mulher ter feito nenhuma atividade.

 

O muco cervical muda durante a ovulação? Como identificar esse sinal?

Sim, o muco cervical se torna mais claro, elástico e semelhante à clara de ovo no período ovulatório. Após a ovulação, ele fica mais espesso e menos abundante, mais gelatinoso.

É possível identificar esse sinal analisando o muco através da apreensão entre dois dedos.

 

A ovulação sempre acontece no meio do ciclo menstrual?

Não é correto afirmar que a menstruação tem um dia fixo para acontecer, pois o corpo pode sofrer alguma alteração entre o ciclo menstrual e outro.

Contudo, é comum que ela ocorra 14 dias antes da ovulação. Então, como a maioria dos ciclos é de 28 dias, as mulheres entendem que é no meio do ciclo.

 

Quais fatores podem afetar o meu ciclo e os sintomas de ovulação?

Diversos fatores podem afetar o ciclo de ovulação, podemos destacar:

  • estresse;
  • alterações hormonais;
  • peso corporal;
  • síndrome dos ovários policísticos (SOP);
  • distúrbios da tireoide;
  • uso de certos medicamentos;
  • mudanças na rotina.

Se não estou sentindo sintomas de ovulação, isso é algo com o que eu deva me preocupar?

Não necessariamente, pois muitas mulheres ovulam sem sintomas perceptíveis. No entanto, se há dificuldade para engravidar ou suspeita de anovulação (ausência de ovulação), é recomendado investigar possíveis causas e indicar exames ou tratamentos.

 

Para ler mais sobre os tratamentos para engravidar, acesse nosso artigo Reprodução assistida: um guia completo sobre Inseminação artificial e fique mais informada.

 

Mulher loira de cabelos longos e blusa preta com um cordão de pingente grande e com o rosto sorrindo, com uma parede amadeirada ao fundo e um quadro pequeno branco

Ginecologista

Dra Alessandra Evangelista

Especialista em Reprodução Humana, professora da UERJ, encantada pela magia da vida e apaixonada em compartilhar conhecimento. Para maiores informações sobre meu trabalho, acesse meu perfil @alessandra.evangelista

Mulher negra sorrindo com cabelos cacheados e blusa com detalhes branco e amarelo

Escrito por

Gabriela Sucupira

Redatora bilíngue, bacharel em Letras pela UFRJ e Especialista em Marketing pela USP/Esalq. Carioca, mãe da Rebeca e consultora textual para o Linkedin.

Gravidez saudável: A importância da alimentação adequada

Comer de forma saudável durante a gestação contribui para o bom desenvolvimento fetal, a saúde e o bem-estar da gestante.   

A alimentação saudável é importante em todas as fases da vida. Ao longo da gravidez, a mulher, além de nutrir seu próprio corpo, também está alimentando uma nova vida que se desenvolve.  

A alimentação é um dos principais fatores de risco para a maior parte das complicações de doenças metabólicas. Durante a gravidez, não é diferente.  

Isso não só promove o desenvolvimento saudável do bebê, mas também garante que a mãe possua nutrientes importantes para o pós-parto, beneficiando a amamentação e o fortalecimento do sistema imunológico do bebê. 

Durante a gestação, as mudanças físicas exigem adaptações na rotina alimentar, e as gestantes têm necessidades nutricionais específicas.   

É essencial que a dieta da gestante seja equilibrada e supervisionada por nutricionistas e obstetras, garantindo escolhas alimentares adequadas e atendendo suas necessidades nutricionais. 

5 alimentos essenciais para uma gestação saudável 

1. Proteína

Este nutriente contribui para a formação de suas estruturas corporais do seu bebê. Por isso, as gestantes precisam aumentar a ingestão de proteínas em sua alimentação.   

Alimentos ricos em proteína como: peixes, carnes, ovos, frango, feijões (como soja, grão-de-bico, lentilha e ervilha) e laticínios, como leite, queijo e iogurte.   

2. Fibras: 

Durante a gestação, muitas mulheres podem enfrentar problemas de intestino lento, o que torna a ingestão de fibras fundamental.   

As fibras ajudam a regular o funcionamento intestinal e a prevenir a constipação. Para garantir uma boa ingestão de fibras, é recomendado incluir na alimentação cereais integrais, aveia, frutas, vegetais e folhas em saladas.   

Legumes como cenoura, beterraba, chuchu e abobrinha também são ricas em fibra, auxiliando na saúde do sistema digestivo da mulher grávida. 

3. Carboidrato

Os carboidratos fornecem a principal fonte de energia necessária para o desenvolvimento do bebê. É importante consumir esses alimentos de forma controlada. 

Boas opções de carboidratos incluem: milho, batata, mandioca, inhame, cará, pães integrais, bolos caseiros, aveia, além de frutas e legumes como cenoura e beterraba.  

4. Ácido fólico 

É um nutriente crucial durante a gestação, especialmente para a formação do sistema nervoso central do bebê, sendo mais importante nos primeiros meses de gravidez.  

Para garantir uma ingestão desse nutriente, é recomendado consumir leguminosas como: feijão, ervilha, lentilha e grão-de-bico, além de ovos e vísceras como fígado.  

A ingestão suficiente de ácido fólico ajuda a prevenir malformações e promove um desenvolvimento saudável do bebê. 

5. Cálcio

O cálcio é importante para a formação dos ossos e dentes do bebê, além de ajudar na coagulação do sangue e na função muscular.  

Fontes de cálcio incluem laticínios como: leite, queijo e iogurte, além de vegetais folhosos verdes, tofu e sardinha.  

Outros alimentos que também contêm cálcio incluem: vegetais verdes escuros, como brócolis, rúcula e chicória.  

O gergelim também é uma boa fonte de cálcio; por exemplo, ao adicionar gergelim a uma salada de folhas escuras, como brócolis ou couve.  

Preparamos uma lista de alimentos que você deve evitar no pós-parto 

  1. Açúcar e doces em excesso 
  2. Bebidas alcoólicas 
  3. Refrigerantes em geral 
  4. Café 
  5. Chás com cafeína 
  6. Diuréticos ou termogênicos 
  7. Alimentos processados 
  8. Alimentos picantes e condimentos em excesso 
  9. Alimentos com alto teor de gordura 
  10. Alimentos crus 
  11. Frituras e fast-food   

Alimentos para melhorar a amamentação 

Imagem no colo para cima de mulher branca de cabelos cacheados, segurando uma metade de laranja em cada mao na altura dos olhos.

  • Água: A hidratação é essencial para a produção de leite.  
  • Cálcio; 
  • Ferro; 
  • Vitamina C: Tem um papel crucial na absorção de ferro, além de reforçar o sistema imunológico. Frutas cítricas como laranjas e limões, juntamente com folhas verdes escuras, constituem uma rica fonte dessa vitamina. 
  • Vitaminas do Complexo B: Essas vitaminas são essenciais para a energia e o bem-estar. Peixes como salmão e atum, além de grãos integrais como arroz integral e quinoa, são ótimas opções para garantir a ingestão correta dessas vitaminas. 

A influência da alimentação materna 

Pesquisas indicam que uma alimentação variada durante a gestação e a lactação pode impactar os gostos dos bebês, uma vez que os sabores dos alimentos consumidos pela mãe passam para o líquido amniótico e o leite materno.   

Isso pode facilitar a aceitação de novos alimentos durante a introdução alimentar, tornando os bebês mais receptivos a frutas, vegetais e especiarias.  

Uma dieta balanceada, além de influenciar as escolhas alimentares também garante que o leite materno seja nutritivo, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê.  

Assim, as escolhas alimentares da mãe não apenas beneficiam sua saúde, como também estabelecem as bases para hábitos alimentares saudáveis no futuro.   

Essa conexão é fundamental para promover uma relação positiva com a alimentação desde os primeiros anos de vida. 

Como a nutrição pode impactar na saúde mental da mãe? 

A alimentação da mãe após o nascimento do bebê desempenha um papel crucial na recuperação física e emocional após a gravidez e o parto.   

Uma dieta equilibrada não só auxilia na regeneração do corpo, mas também contribui significativamente para o bem-estar geral da mãe.   

Além disso, uma nutrição correta pode diminuir o risco de transtornos mentais, como a depressão pós-parto, proporcionando suporte emocional durante essa fase desafiadora. 

A importância da alimentação saudável no pós-parto 

Para garantir uma recuperação saudável, é essencial buscar orientação profissional. Consulte médicos e nutricionistas para fazer escolhas informadas sobre sua alimentação após o parto, considerando as particularidades de cada mãe.  

Priorize a hidratação. Beber bastante água é crucial para o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê, e essa necessidade não deve ser subestimada.  

Manter-se bem hidratada, previne constipação conforme entrevista com o Dr Frederico Coloproctologista,  também ajuda na recuperação e na produção de leite, contribuindo para uma experiência mais saudável durante esse período tão especial. 

Edição geral de Rondy Cavulla e escrito pela equipe


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Como saber se estou Grávida? Sintomas de Início de Gravidez.

Você pode ter se perguntado como saber se estou grávida. Será que só os sintomas bastam? Dúvidas frequentes serão abordadas abaixo. 

Neste post você vai ver:

  • Sintomas
  • Testes
  • Próximos passos

Primeiros sintomas de gravidez 

De cinco a sete dias depois da ovulação, você começará a sentir os primeiros sintomas. O óvulo leva cinco dias para chegar à cavidade uterina.   

Após isso, você pode começar a sentir pequenas cólicas e ter um pouco de sangramento, pois pode ter rompido algum vasinho. No entanto, não confunda com menstruação, fique atenta. 

Nem todas as mulheres apresentam esse sangramento, apenas 30% das gestantes sangram durante a nidação.  

É normal sentir um pouco de enjoo ou mal-estar porque logo começam a produzir o hormônio da gravidez, o HCG, em sua corrente sanguínea. 

A sensibilidade a esse hormônio varia de mulher para mulher. Se você for muito sensível a esse hormônio, pode sentir esse enjoo frequentemente. 

A quantidade e a concentração do HCG aumentam com o tempo. E com isso, os sintomas começam a aumentar, tornando a mulher cada vez mais sensível. 

Algumas mulheres não conseguem deitar-se de bruços para dormir. O sutiã também pode se tornar um incômodo ao ponto de causar dores, principalmente no bico. 

É comum que as mulheres sintam sono nas primeiras semanas de gestação. Embora você possa apresentar todos esses sintomas, o atraso é a principal consideração para a gravidez. 

O sintoma mais forte de uma gravidez é o atraso menstrual.  É possível que o sangramento da menstruação e a nidação sejam confundidos.  

Por isso, você tem que ficar muito esperta. Observe como está o fluxo, se ele está intenso ou não, e quanto tempo durou. A nidação vai durar de dois a três dias.  

O sangramento da nidação se diferencia principalmente na quantidade, ele não vai encher o absorvente. Já a menstruação tem o fluxo e a duração maior. Fique atenta para não se confundir.  

O sangramento da nidação difere principalmente na quantidade, pois não vai encher o absorvente. Já a menstruação tem o fluxo mais forte e dura mais tempo. Fique atenta para não se confundir. 

Testes de gravidez 

Existem testes que são super acessíveis, que vão conseguir detectar para você logo nos primeiros dias de atraso. Mas a grande maioria pede de 10 a 15 dias de atraso menstrual.  

Se você não quiser gastar dinheiro, com 10 dias de atraso, você pode ir a um posto de saúde, onde realizam gratuitamente o teste de urina, para poder ver se é reagente à gravidez ou não. 

Teste caseiro funciona? 

Não, nenhum teste caseiro reage ao hormônio de gravidez. Ou seja, eles só avaliarão sua alimentação e a quantidade de água que você bebeu.  

Eles não têm qualquer comprovação científica, então não perca seu tempo se você quiser fazer algo sério.  

É o mesmo que por um garfo e uma colher na almofada para saber se é menino ou menina. Você nunca sabe se acertou ou não, porque é apenas uma brincadeira inventada.  

Quanto tempo após a relação consigo saber se estou grávida?  

É recomendado esperar cerca de 15 dias. Durante esse período, você pode fazer um exame de sangue conhecido como Beta-HCG qualitativo, e você não precisa de um pedido para realizá-lo. 

No entanto, é importante que um médico interprete os resultados, pois cada laboratório pode ter medidas diferentes. 

O teste de farmácia também é uma opção, mas escolha um que seja sensível ao HCG. Converse com o farmacêutico e peça indicação para garantir que você está comprando um teste adequado. 

Esperar 15 dias é necessário porque a fecundação leva tempo e o HCG precisa ser detectado no seu corpo. 

Após a relação, a ovulação pode ocorrer entre três a cinco dias e a implantação do óvulo pode levar de cinco a sete dias.  

Portanto, você precisará de mais 5 dias para que o HCG aumente a um nível que possa ser detectado.  

É possível realizar o teste em 13 dias se você estiver recebendo tratamento de fertilidade e houver implantação.  

Lembre-se de que fazer o teste muito cedo pode dar um falso negativo, onde o teste indica que você não está grávida, embora possa realmente estar. 

Estou grávida, quais os próximos passos? 

Consulte um obstetra ou ginecologista. Essa consulta é essencial para avaliar a saúde da gestante e a probabilidade de ter um filho.  

Para garantir a saúde da mãe e do bebê, é fundamental fazer todos os tipos de exames, incluindo tipagem sanguínea, HIV, toxoplasmose e rubéola. 

Você já deve estar tomando ácido fólico se estiver tentando engravidar. Se não, comece o mais rápido possível. 

Pois é fundamental para a formação do tubo neural do bebê e para a prevenção de problemas futuros. 

Compartilhe sobre a novidade  

É importante que o pai do bebê seja informado da gravidez. Mesmo no início, é uma ocasião única e especial que precisa ser compartilhada.  

Devido ao risco maior de perda gestacional durante esse período, outras pessoas preferem esperar até doze semanas. 

Você pode, no entanto, contar para aqueles que você considera confiáveis. Isso ajuda a evitar carregar essas informações sozinhas, especialmente quando não são previstas. 

Cuide da saúde  

Após saber que está grávida, é fundamental cuidar de si mesma. Isso inclui evitar o consumo de álcool e tabaco, pois essas substâncias podem causar danos à saúde do bebê. 

Embora o vício do cigarro seja um obstáculo para aqueles que o praticam, existem profissionais que podem oferecer assistência no processo. 

A saúde da gestante e do bebê deve ser o foco principal, garantindo um ambiente seguro e saudável desde o início da gestação. 

Fique atenta 

Lembre-se de que, apesar dos sintomas, a única maneira de confirmar a gravidez é fazendo um teste apropriado. 

Se você está numa situação de incerteza, buscar orientação médica pode ser uma ótima opção para esclarecer suas dúvidas e obter suporte. 

Edição geral de Rondy Cavulla e escrito pela equipe


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Mas Afinal, o que é Parto Humanizado? Entrevista com enfermeira obstétrica.

Entrevista com Luana Melo – enfermeira obstétrica 

 

Existe muita polêmica em torno do que significa de fato o conceito de “parto humanizado”. Com a violência obstétrica sendo vista cada vez mais como natural e com o protagonismo feminino também sendo deixado de lado para que tenham intervenções médicas desnecessárias, o nome humanizado gera muitas dúvidas.

Para entendermos um pouco mais sobre o conceito: parto humanizado, conversamos com Luana Melo, enfermeira especializada em ginecologia e obstetrícia, sócia da Clínica Vitta e enfermeira do grupo Nascido em Casa (equipe de parto domiciliar planejado), ambos no Estado de Sergipe, Brasil. 

Neste post você vai ver

  • Parto humanizado x parto não humanizado;
  • Humanizaçao na cesárea;
  • Protagonismo feminino;
  • Plano de parto;
  • Enfermeira obstétrica e doula no parto humanizado

 

Parto humanizado x parto não humanizado

O termo humanização não se refere à via de parto (vaginal ou cesárea), mas ao tipo de assistência e respeito que a mulher recebe.

A diferença do parto humanizado para o não humanizado é que no humanizado poderão acontecer intercorrências que podem ser resolvidas de maneira positiva”, esclarece Luana. 

“As pessoas acham que parto humanizado é aquele parto que é em casa, mas não, nem sempre. A mulher pode ter um parto em casa, mas que seja cheio de violência obstétrica, como também pode ter um parto em um hospital, mas que de fato ela seja a protagonista daquele momento, onde as escolhas dela sejam respeitadas. O protagonismo do parto da mulher traz isso, que as escolhas dela sejam informadas no plano de parto e, principalmente, respeitadas. Nem sempre um parto na banheira foi um parto humanizado“, explica. 

Ainda de acordo com Luana, algumas medidas não farmacológicas para alívio da dor são feitas, como: penumbra, água morna, musicoterapia, aromaterapia, movimentação no trabalho de parto e sugestão das melhores posições, massagens relaxantes, uso do rebozo (que é um xale utilizado para promover relaxamento e conforto da gestante). 

Além disso, fazemos a ausculta fetal e, através do comportamento da gestante vamos acompanhando o passar das fases desse trabalho de parto”, conclui Luana. 

Humanizaçao na cesárea

A principal humanização, conforme explica Luana, é o respeito pela escolha de cada mulher. No entanto, se ela optar pelo parto normal e houver alguma intercorrência no caminho, ela deve ser avisada de que os planos podem mudar para um parto cesáreo, para preservar a segurança da mãe e do bebê. “De fato, algumas mulheres quando precisam de uma cesárea intraparto, se sentem realmente frustradas, neste caso, cabe ao acompanhante e a equipe acalentar e explicar que às vezes se faz necessário a cirurgia. E, quando bem indicada, salva vidas” complementa Luana.

Alguns exemplos de atitudes humanizadas numa cesárea, podem ser: garantir o acompanhante na sala de parto, preservar o ambiente e o momento do nascimento, evitando ruídos altos, conversas paralelas, permitir o contato do bebê com a mãe assim que ele nasce para que, ao sair da vida uterina, ele possa sentir na pele que está com sua mãe e sentir esse vínculo. Caso ela deseje, possibilitar a entrada da doula também na cesárea, garantir que aconteça a Golden Hour e a amamentação na primeira meia hora de vida” conclui Luana. 

A humanização, portanto, estará na garantia do protagonismo da mulher, numa indicação real de cesárea baseada em evidências científicas e no olhar integrativo e respeitoso para o parto, independentemente da via.

Protagonismo feminino 

No parto humanizado, o foco é o protagonismo dessa mulher e desse bebê que está a caminho. Essa é a ideia do parto humanizado: respeitar e dar condições seguras para mãe e bebê no momento do parto. “E para isso acontecer, essa mulher precisa estar munida de informações, essas informações são necessárias para que o processo seja mais leve, mais bem construído” disse Luana. 

“A mulher escolhe o jeito que ela quer parir, a forma que ela quer estar em cada fase do parto. Se quer um banho quente, se quer ficar de cócoras, se prefere uma massagem e, caso escolha uma anestesia, o tipo de anestesia”, concluiu. 

Plano de parto 

 

O Plano de Parto, é um documento elaborado pela gestante, juntamente com seu parceiro ou parceira e revisado pelo obstetra responsável pelo pré-natal. Ele é um guia para o trabalho de parto, com descrição dos desejos e das expectativas da gestante.

“No plano de parto vai constar as preferências daquela família em relação ao trabalho de parto, parto, pós-parto e cuidados com esse bebê naquele momento. Informações importantes que norteiam o trabalho da equipe. O plano de parto inclusive tem um poder jurídico. Então, ele deve ser seguido certinho e quando não puder ser seguido, essa família deverá ser comunicada e precisam autorizar qualquer procedimento.” explica Luana.  

*modelo de plano de parto 

Apesar de não ser um documento obrigatório, o plano de parto é uma forma de planejar melhor este momento e, aos poucos, ir se preparando para a hora do parto. A ferramenta, inclusive, é recomendada pelo Ministério da Saúde e pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

 

Foto de Luma Pimentel na Unsplash
#PraCegoVer Um bebe deitado coberto porém lençol branco, visto pelo seu pé.

OMS e o Parto Humanizado 

 

O parto é um processo fisiológico e natural que pode ser vivenciado sem complicações pela maioria das mulheres e bebês. E tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto o Ministério da Saúde, no Brasil, recomendam que o parto seja humanizado. 

“É aconselhado pela OMS também, que a enfermeira obstétrica esteja atuante nas casas de parto, nos centros de parto natural, nas maternidades, mesmo nas intra hospitalares por que a gente tem a habilidade técnica para conduzir o parto.” diz Luana.

“A mulher pode estar no processo de um parto humanizado, não usando soro, por exemplo, quando é feito um exame de toque e rompe a bolsa da mulher sem a mulher consentir, neste momento já deixou de ser um parto humanizado. O foco do parto humanizado é o protagonismo da mulher e as escolhas da mulher baseadas nas evidências científicas que temos.” conclui. 

Enfermeira obstétrica e doula no parto humanizado

 

Uma das características do parto humanizado é o trabalho multidisciplinar com o protagonismo da mulher. Ou seja, o conhecimento da enfermeira obstetra, doula e do médico obstetra se complementam. 

“A doula não é necessariamente uma enfermeira obstétrica. A doula dá apoio emocional e sugere técnicas não medicamentosas ou exercícios para alívio da dor. A enfermeira acompanha a evolução do trabalho de parto, com avaliação dos sinais vitais maternos, dinâmica uterina, ausculta fetal.” explica Luana.

Ainda de acordo com Luana, as estatísticas mostram que sim, o acompanhamento por enfermeiras e doulas diminuem de fato o número de cesáreas e diminuem intervenções durante o trabalho de parto, como episiotomia, grandes lacerações, o tempo do trabalho de parto e do uso de ocitocina sintética. 

“Durante o trabalho de parto, a doula permanece ao lado da mulher. Atuando com massagens, auxiliando na movimentação, sugerindo posições, enfim, encorajando a mãe naquele momento tão singular. Além disso, ajuda o acompanhante a se envolver e participar ativamente do momento. Também explica sobre todos os procedimentos técnicos, sendo uma “ponte” entre os futuros pais e a equipe médica. Depois do nascimento, a profissional continua apoiando a família, principalmente nos cuidados com o bebê e a amamentação.

O parto humanizado possui inúmeras vantagens!

“Os bebês nascem mais tranquilos e nascem em um ambiente de harmonia e respeito também é essencial para promover um vínculo saudável com a mãe nesse começo de vida. E a mulher, tendo todo conforto e apoio emocional neste momento, acaba tendo uma percepção totalmente positiva do parto. Sem o uso desnecessário de intervenções médicas, a parturiente tende a ter também uma recuperação muito mais rápida e sem complicações. Pois “um parto que decorre naturalmente sem precisar de intercorrências da equipe é um parto mais tranquilo.” confirma Luana. 

Propiciar a experiência do parto humanizado a uma mulher, é garantir o respeito aos seus diversos aspectos culturais, individuais, psíquicos e emocionais. É acreditar na fisiologia da gestação e do parto, devolvendo o protagonismo e poder a mulher. 

Enfermeira Obstetra

Luana Melo é enfermeira especialista em Ginecologia e Obstetrícia, capacitada em inserção de Diu e Implante subdérmico. Concursada no PSF de Indiaroba-SE. Empreendedora Sócia da Clínica Vitta. Enfermeira do Grupo Nascido em Casa (equipe de parto domiciliar em Sergipe). Nas redes sociais você pode acompanhar Luana em @enfaluanamelo. 

Artigo escrito por

Flavia Oliveira

Jornalista e Relações Públicas, formada em Mediadora de Conflitos, pelo Instituto Federal de Brasília, através da Tertúlia Literária Dialógica. Mãe de dois: Mia e Andrea, vivendo em Malta e sempre com uma passagem para o próximo destino a ser descoberto.

Minha dupla experiência de parto: não humanizado e humanizado

Descubra como o parto humanizado pode transformar a experiência de dar à luz. Acompanhe a minha jornada pessoal de dois partos naturais, um humanizado e outro não, e entenda a importância de respeitar a vontade da mãe e criar um ambiente acolhedor. Uma história de empoderamento e mudança pessoal.

 

Neste post você vai ver

  • Parto não humanizado
  • Parto humanizado

    “Para mudar o mundo, é preciso primeiro mudar a forma de nascer”, foi com essa frase do médico francês Michel Odent  que eu iniciei minha preparação para os dois dias mais importantes da minha vida: o nascimento dos meus filhos. E que até hoje eu acredito piamente que o que pode mudar o mundo é como os novos seres chegam nele. E não, eu não tenho intenção de mudar todo o mundo, mas sim o meu mundo.

    Antes que eu possa relatar a minha vivencia, é necessário informar que o nome humanizado não pode ser entendido como um tipo de parto, mas sim como o processo que os dois tipos de parto acontecem, ou seja, a cesariana também pode ser humanizada. O que torna as vias de parto humanizada ou não humanizada é o fato de levar em consideração a opinião da mãe e o que ela informou no seu plano de parto, fazendo com que a vontade dela seja respeitada e que ela se sinta acolhida e ouvida. 

    Eu, particularmente, vivenciei os dois tipos de parto naturais: o não humanizado e o humanizado.

    Parto não humanizado

    No nascimento do meu caçula, Andrea, eu achava que, após ter passado por um parto natural três anos antes, eu saberia lidar e teria força para impedir qualquer tipo de violência obstétrica, mesmo estando em outro país. Mas não. No nascimento dele eu não era a protagonista, mas sim a midwife, ou enfermeira obstétrica, como se chama no Brasil. 

    No dia 24 de julho de 2023, por volta das 19h, quando eu estava colocando minha filha para dormir, senti um pouco de líquido quente saindo, ainda cheguei a imaginar que era xixi que eu não estava conseguindo controlar. Depois percebi que era a bolsa que tinha rompido, assim que me acalmei, informei ao meu marido que estava trabalhando no Senegal e à midwife, que pediu para eu aguardar e esperar as contrações começarem e, se não tivessem iniciado, ir à maternidade na manhã do dia seguinte. Assim fiz, cheguei à maternidade por volta das 9h, do dia 25 de julho de 2023, com duas amigas. E, pela primeira vez em minha vida, fiz o exame de toque. 

    Como eu lembro do meu primeiro trabalho de parto: exame de toque não é necessário ser feito, as alterações podem ser identificadas de outra forma. Como também não é recomendado fazer exame de toque com a bolsa rompida, já que o toque expõe a mulher e o bebê a um maior risco de infecção. Mas permiti que fosse feito em mim ou até não permiti, mas fiquei passiva diante da situação. 

    Eu estava sem dilatação nenhuma, como também ela não conseguiu perceber a quantidade do líquido amniótico, imaginou que a bolsa tinha sido rompida na parte de cima da barriga. Pela minha experiência, creio que minha bolsa estourou por conta de uma infecção urinária que me acompanhou do meio pro fim da gestação e que não foi levada a sério pelo meu obstetra. 

    Subi para o quarto do hospital (que curiosamente em uma das minhas visitas ao obstetra eu conheci e mandei uma foto para meu marido mostrando o quanto era legal, com banheira, bola e vários aparatos para um trabalho de parto). E logo a midwife colocou o cardiotocógrafo, mais conhecido como monitor fetal, para monitorar a frequência cardíaca, o movimento de Andrea e as contrações uterinas de forma não invasiva. Neste momento, ela também induziu o parto com ocitocina na veia. Mais uma vez eu sendo passiva diante da situação. 

    E foi neste momento que meu marido me ligou informando que não conseguiu chegar a tempo no aeroporto para voltar para Malta devido às fortes chuvas em Dakar. Eu não tinha escolha, continuava sendo forte, sentindo a presença de Deus e acreditando que o melhor sempre acontece. 

    Meu marido estava trabalhando no Senegal e na noite anterior, Dakar, capital do Senegal, estava embaixo de muita chuva o que fez ele perder os dois voos que o trariam para Malta. Em Dakar existem apenas voos noturnos em direção a Europa o que o fez viajar apenas na noite do dia 25 de julho, quando Andrea já tinha nascido. 

    Lembro de descer para almoçar na maternidade mesmo e, por volta das 11h30 começarem as contrações. Quando voltei para o quarto, às 13h já estava com 6cm de dilatação. E todo o trabalho de parto evoluiu muito rápido. Foi neste momento que minha amiga perguntou se eu queria que colocasse alguma playlist e eu disse que não, disse que não queria chorar. A partir do segundo filho é mais comum um parto mais rápido e fácil, porque os músculos e toda estrutura interna do nosso corpo já foi distendido durante o primeiro parto. O que também me faz pensar que possivelmente eu não precisasse de ocitocina. 

    Eu não escolhi a forma como queria parir, nem a posição que me dava mais conforto e nem a forma de alívio que eu gostaria de ter. Pari deitada e presa a um aparelho, sentindo bastante dor. E ainda no momento expulsivo, fui violentada, como uma forma de acelerar o nascimento. As posições de cócoras, sentada ou de joelhos são melhores para facilitar a saída do bebê. O canal de parto fica mais curto e a abertura da vagina fica maior, o bebê não aperta a barriga e a circulação de oxigênio para ele é melhor. A midwife também solicitou que eu fizesse força quando Andrea estava prestes a nascer, o que também é considerado um tipo de violência obstétrica. Ainda pediu para eu parar de gritar, mas sempre lembro que o grito ou o choro no parto não são necessariamente de sofrimento. Muitas vezes são uma exteriorização de energia corporal, uma forma de aliviar a tensão e ganhar mais forças.

    Quando eu peguei Andrea em meus braços, só conseguia pedir desculpas para ele. Desculpas por não ter dado um nascimento dos sonhos a Andrea, como foi o de Mia, minha primogênita. Mas mesmo assim ainda fui presenteada com um bebê empelicado, que é quando um bebê, ao nascer, ainda está envolvido pelo saco amniótico, que permaneceu intacto. Isso mesmo, aqueles casos que possuem a incidência de ocorrer uma vez a cada 80 mil, e ainda dizem que os bebês que nascem empelicados dão sorte. 

    #PraCegoVer A mãe com seu filho no colo falando por video chamada no celular com o pai.

    Andrea nasceu e só foi retirado de mim para pesar e medir. Depois do nascimento, o meu lado leoa não permitiu que mais ninguém da maternidade tirasse ele de mim. Realmente tivemos uma golden hour. Ele mamou na primeira meia hora de vida dele e não nos desgrudamos mais. 

     

    Parto Humanizado

    Já a chegada de Mia foi uma chegada dos sonhos. Depois de muita pesquisa, estudo (sim, a maternidade é um momento de muito estudo e busca de informação), comecei a ter muita segurança e a acreditar que eu poderia parir, então decidi parir em casa, porque queria que minha filha nascesse com o coquetel dos “hormônios do amor”, liberados apenas em condições específicas de trabalho de parto e com toda a nossa diversidade de micróbios familiares. 

    Era sexta, 31 de janeiro de 2020, estávamos de mudança para a nova sede do Explicaê (empresa que eu trabalhava no Brasil) e enquanto eu arrumava as minhas coisas, tímidas lágrimas escorriam pelo meu rosto – no fundo eu já sentia que não voltaria a trabalhar nem tão cedo.

    No sábado, eu completei 40 semanas de gestação. Eu e meu marido, que naquela época também trabalhava no Senegal (e tinha chegado uma semana antes) fomos para a casa da minha sogra dormir lá e de noite comecei a sentir muitas contrações, então comecei a cronometrar, mas como eu consegui dormir percebi que ainda não era a hora.

    No domingo, apesar da ansiedade (estava doida para que ela nascesse dia 02/02/2020), fomos à praia e vivemos uma vida normal.

    Eis que 1h20 da madrugada, da segunda-feira, do dia 3 de fevereiro, fui acordada devido às fortes contrações. Tentei dormir e percebi que as contrações estavam ritmadas e vinham cada vez mais fortes. Acordei meu marido. E assim passamos a madrugada inteira e iniciando a manhã. Sim, tinha chegado a hora. Ela escolheu o dia dela para nascer. Avisamos as enfermeiras do grupo Nascido em Casa (um grupo de enfermeiras obstétricas de parto domiciliar em Aracaju/ Sergipe). Tomei uns quatro banhos e urrava de dor a cada contração que vinha mais e mais forte.

    Tentava me concentrar nos exercícios, na respiração, procurar as posições mais confortáveis, mas comecei a entrar na partolândia e seguir apenas os meus instintos sem pensar muito. Luana (veja aqui uma entrevista com Luana) e Hilca, as enfermeiras, iam me indicando o que fazer. Lembro que meu marido colocou a playlist que eu passei quase 9 meses fazendo. E nesse momento lembro que chorei compulsivamente. Cheguei a desistir, a pensar o quão eu era louca em decidir um parto natural, como tudo seria mais fácil com apenas uma cesária. Mas quando decidi meu parto eu falei pra meu marido: “se eu pensar em desistir, me lembre que eu não vou desistir. Que eu escolhi e vou até o fim!”.

    Sabe quantos exames de toque eu fiz?! NENHUM! E minha bolsa estourou dentro da piscina, pq ninguém viu o momento. E assim foi. Ela escolheu a hora dela, nascendo 10h50. 

    #PraCegoVer Momento do parto na piscina, com a mãe, seu bebe recém-nascido, a doula, uma enfermeira obstétrica e um pai emocionado.

     

    Artigo escrito por

    Flavia Oliveira

    Jornalista e Relações Públicas, formada em Mediadora de Conflitos, pelo Instituto Federal de Brasília, através da Tertúlia Literária Dialógica. Mãe de dois: Mia e Andrea, vivendo em Malta e sempre com uma passagem para o próximo destino a ser descoberto.

    Hemorroida na gravidez e no pós-parto. Como prevenir ou tratar?

    Um problema que atinge cerca de 15% das gestantes, a hemorroida pode causar um desconforto a mais durante o período da gestação. Sendo assim, é importante entender melhor os motivos do surgimento e o que deve ser feito para amenizar o desconforto. Por este motivo, hoje trouxemos aqui uma entrevista completa sobre o assunto com o médico proctologista Dr. Paulo Frederico. 

    O Dr. Paulo é médico proctologista formado pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, especialista em Coloproctologia, Videolaparoscopia e Colonoscopia, atualmente trabalha dos melhores e maiores hospitais de Salvador, Bahia, Brasil: Hospital Agenor Paiva, Hospital de Endoscopia Ramiro Mascarenhas, Hospital Português e Hospital Aeroporto, além de ser Membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia. 

    Neste post você vai ver

       

        • O que são hemorroidas?
        • Sintomas e como tratar?
        • Constipação na gravidez pos-parto?
        • Quais são os cuidados durante a gravidez?
        •  Incontinência fecal após o parto.
        • Cuidados com o períneo.
        • Quais medidas para prevenir complicações proctológicas após uma cesariana?

      O que são hemorroidas durante e após a gravidez?

      Hemorroidas são vasos dilatados da região anal que geralmente acontecem por vários fatores, entre eles: aumento da pressão dentro do abdomem e a gravidez é um fator de risco pelo aumento do útero. Pacientes que passam muito tempo sentados, que usam roupas apertadas, excesso de peso em membros inferiores, alimentação inadequada, pobre em fibras, excesso de gorduras e frituras também são fatores que podem causar as hemorroidas. Os sintomas principais são coceiras, carroço na região anal, sangramento. 

      A forma de tratamento pode ser medicamentosa, usando pomadas e medicação oral. A mudança de hábito de vida também é uma forma de tratamento: fazendo incrementação de liquidos, de fibras e higienização da região anal. Pode também consistir em tratamentos menos invasivos como ligadura elástica, infrared (utilização de raios infravermelhos aplicados nas hemorroidas, ajudando na sua diminuição),  crioterapia (embora seja pouco utilizada, é uma técnica que provoca uma pequena lesão na pele), e também pode ser cirúrgica, da forma tradicional e também de forma menos agressiva, como a técnica de desarterialização hemorroidária que é uma opção moderna e minimamente agressiva, já que não possui corte e a técnica de PPH que é a técnica de grampeamento.

      Foto de Bich Ngoc Le na Unsplash #PraCegoVer Fotografia, fundo verde na natureza e uma gestante com as duas mãos, fazendo um coração na barriga segurando a foto de uma ultrassonografia.

       

      A mudança de hábito de vida também é uma forma de tratamento.

      Como prevenir e tratar a constipação durante a gravidez e após o parto?

      Constipação durante a gestação é algo comum por alguns motivos: hormonal e também pelo aumento do volume uterino que comprime parte do intestino grosso responsável por armazenar e eliminar as fezes (o sigmóide) causando a constipação. Então a forma de evitar é aumentar a ingestão de líquido, o que também vai beneficiar a hidratação da pele, a produção de leite e o aumento da ingestão de fibra, evitar alimentos condimentados como pimenta, farinha de mandioca que contém muito amido. Todas essas dicas vão ajudar na formação de um bolo fecal adequado.

      Quais são os cuidados necessários para evitar fissuras anais durante a gravidez? E quais as opções de tratamento?

      Evitando a constipação, você evita as fissuras anais, então é hidratação, beber muito líquido, ingestão de fibra, diminuir a ingestão de alimentos condimentados (molho shoyo, pimenta, pimenta do reino, cominho, ketchup, mostarda) e a forma de tratamento em 90% das vezes é tratado de forma clínica, ou seja, pomadas (ou formuladas, lembrando que com nifedipino e dinitrato de isossorbida não podem ser prescritas na gestação ou pomadas que vendem em farmácia usual, como proctyl, ultraproct ldo). 

      É comum ter problemas de incontinência fecal após o parto? Como isso pode ser tratado?


      A incontinência, quando a mulher não consegue controlar a ida ao banheiro para fazer fezes, do pós-parto geralmente acontece em pacientes cujo a via de parto foi natural e com laceração do períneo, em que a gestante pode ter lesão dos esfíncteres interno e externo ou em função da episiotomia, que é o corte que o obstetra faz e que pode lesar a musculatura esfincteriana. O melhor tratamento é que seja reconhecido no parto imediatamente, que o proctologista seja acionado para que faça o reparo dessa musculatura para evitar que seja tratado num momento mais tardio já com uma fibrose, ou seja, no tecido cicatricial rígido.

      Qual a importância dos cuidados com o períneo antes e depois do parto?

      O ideal é que a gestante faça fisioterapia pélvica, que tenha um acompanhamento ginecológico durante toda a gestação, que tenha uma equipe com doula (clique aqui e entenda melhor os benefícios de ter o acompanhamento de uma doula) que, juntamente com o obstetra, vai treinar essa gestante para o parto (quando é optado pelo parto natural) para que a musculatura esteja fortalecida e que o parto seja o menos traumatizante possível para que não ocorra lesões.

      Quais são os riscos de desenvolver prolapsos retais durante a gestação e após o parto?

      O prolapso retal não é muito visto durante a gestação, o que a gente observa durante a gestação é a trombose hemorroidária que é o acúmulo do sangue, onde acaba aparecendo um caroço na borda do ânus. Já o prolapso pode acontecer depois. Com o envelhecer a mulher vai perder a tonicidade da musculatura, geralmente de forma generalizada, causando o prolapso. Também pode ocorrer depois por conta de trauma, ou seja, o trauma da passagem do feto e se essa gravidez foi múltiplas e também se houve perda ou lesão dessa musculatura e geralmente vai acontecer também em pacientes que são constipadas crônicas, porque o esforço evacuatório contínuo pode levar a uma perda de força muscular e então com o envelhecer vai ser observado um prolapso retal.

      Quais medidas podem ser tomadas para prevenir complicações proctológicas após uma cesariana?

      Basicamente é ter cuidado com o analgésico que vai ser prescrito para a paciente. Muitas vezes são prescritos analgésicos à base de codeína e essa medicação ajuda a constipar, ou seja, a segurar. Então é preciso evitar isso e é preciso se movimentar o mais breve possível após a cesárea, claro que com todo o cuidado. É preciso aumentar a ingestão de líquido e de fibra, principalmente após a cesárea, o que também estimula a produção de leite materno. 

      O Dr Paulo Frederico CRM17868 RQE12559, atende nos seguintes locais:

      • Hospital Português da Bahia;
      • Hospital de Endoscopia Ramiro Mascarenhas;
      • Hospital Aliança;
      • Hospital Aeroporto;
      • Gastrocentro Lauro de Freitas.

      Médico Proctologista

      Dr. Paulo Frederico

      O Dr. Paulo é médico proctologista formado pela Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública, especialista em Coloproctologia, Videolaparoscopia e Colonoscopia. E é  Membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia. 

      Artigo escrito por

      Flavia Oliveira

      Jornalista e Relações Públicas, formada em Mediadora de Conflitos, pelo Instituto Federal de Brasília, através da Tertúlia Literária Dialógica. Mãe de dois: Mia e Andrea, vivendo em Malta e sempre com uma passagem para o próximo destino a ser descoberto.

      Qual o papel da doula?

      Desde sempre o parto foi um momento especial para as mulheres, um momento único, marcado pela transformação da mulher e do homem em seus novos papéis. Juntamente com este momento é gerado bastante medo e ansiedade do que está por vir, já que é algo inédito. 

      Ao longo de toda história, bem antes da evolução da medicina, o trabalho de parto e o nascimento era acompanhado por parteiras e pelas mulheres mais experientes, onde elas traziam tranquilidade e transmitiam informações ao longo de todo processo.

      Neste post você vai ver:

          • Presença da doula na gestação

          • Presença da doula no parto
          • Presença da doula o pós-parto
            • A doula é da área de saúde?
            • O que diz a OMS?
            • Benefícios da doula

          Em um certo momento, com o avanço da medicina, as parteiras foram marginalizadas dando espaço para os partos acontecem em ambiente hospitalar e rodeado por especialistas como: médico obstetra, pediatra, enfermeira, cada um desempenhando tecnicamente o seu papel, mas deixando de lado o cuidado com o bem estar emocional daquela mãe, o que muitas vezes fez aumentar o medo, a ansiedade, a dor e, consequentemente, as complicações obstétricas e a necessidade de intervenções no momento do trabalho de parto, já que no parto a ocitocina é produzida apenas sob condições favoráveis. 

          Sendo então de extrema importância criar condições de parto acolhedoras num ambiente seguro e tranquilo para a mulher. É como se o parto tivesse se tornado uma espécie de cirurgia, o que não deveria ser a realidade na maioria dos casos. 

          É neste cenário, que o surgimento da doula (traduzido do grego para “mulher que serve”), em 1970, vem na busca de preencher esta lacuna, garantindo a calma, encorajando a futura mãe, procurando formas de aliviar as dores do trabalho de parto através de métodos não farmacológicos. Uma doula é uma pessoa treinada para fornecer apoio emocional, físico e informativo a uma mulher e seu parceiro antes, durante e após o parto.

          Presença da doula na gestação

          Durante a gestação, a principal tarefa da doula é fornecer informações sobre este novo mundo para a futura mãe, sugerindo leituras, filmes, esclarecendo as dúvidas, auxiliando na montagem do plano de parto, preparando a mulher para o grande momento, ensinando exercícios e posições de alívio da dor. Afinal, mulheres bem orientadas durante a gestação, têm a consciência de se tornar a protagonista do seu parto.

          Presença da doula no parto

          Já no trabalho de parto, a doula pode estar presente independente do tipo de parto. Ela inclusive pode esclarecer todas as dúvidas relacionadas a parto natural e à cesárea, ajudando a mãe a se preparar para ambos e para qualquer situação que possa ocorrer, dando apoio necessário não só a mãe, mas a toda família, oferecendo palavras de coragem, de reafirmação, apoio e carinho. Ela também pode corrigir qualquer falha que haja na comunicação entre a equipe do hospital com a gestante.

          Presença da doula no pós parto

          E se engana quem pensa que o trabalho de doulagem se encerra quando o bebê nasce. A doula pode auxiliar em todo processo de adaptação nos primeiros dias após o nascimento, dando dicas sobre amamentação, orientando sobre o sono do bebê e suas necessidades básicas. Além de ajudar a mãe com o puerpério também. As doulas estão presentes na vida das mulheres em um momento extremamente especial e delicado e este vínculo pode ser bem duradouro.

          A doula é da área de saúde?

          A doula não precisa, necessariamente, ser enfermeira ou ser da área de saúde. A maioria delas possui uma formação profissional anterior, mas a ausência de uma formação na área da saúde não impede que uma mulher exerça essa profissão com maestria. Sendo necessário apenas que tenha feito o curso específico para doulas, onde irá aprender as habilidades técnicas para se tornar uma. Lembrando que a doula não faz nenhum procedimento médico, como cortar o cordão umbilical ou verificar a frequência cardíaca fetal ou da mãe, seu papel principal é oferecer suporte emocional.

          O que diz a Organização Mundial de Saúde?

          E a doulagem também é reconhecida e altamente recomendada pelo Ministério da Saúde no Brasil, como também pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde 1996 acatando que a doula é uma prestadora de serviços que recebe um treinamento básico sobre parto e que está familiarizada com uma ampla variedade de procedimentos de assistência.

           

          Foto de Olivia Anne Snyder na Unsplash

          Benefícios da doula

           

          1- Redução do estresse e da ansiedade

          A presença de uma doula pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade durante a gravidez, parto e pós-parto, oferecendo apoio emocional e acolhimento, ajudando a mulher a se sentir mais segura, confiante, preparada e no controle, fornecendo informações precisas. Ensinando técnicas de relaxamento, como respiração profunda, meditação e massagem, para ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade.

          2- Melhoria da experiência do parto

          Uma doula também pode melhorar significativamente a experiência do parto para a mulher e seu parceiro. Alguns estudos mostram que mulheres que têm uma doula presente durante o parto tendem a ter uma maior satisfação com a experiência, pois a presença de uma doula cria um ambiente mais tranquilo e relaxado, criando uma memória positiva do parto.

          3- Redução da dor 

          A dor durante o trabalho de parto é uma experiência subjetiva e a presença da doula pode ajudar a reduzir esta dor, ensinando técnicas de relaxamento, como respiração profunda, meditação e visualização, para ajudar a reduzir a tensão e a dor, ajudando a mulher a encontrar posições confortáveis durante o parto. Ela também pode oferecer massagem suave para alívio da dor nas costas e nas pernas, pode aplicar compressas quentes ou frias que também ajudam no alívio da dor, como também ensinar a utilizar a bola de parto.

          4- Redução da taxa de cesarianas e intervenções médicas

          De acordo com os estudos, a presença de uma doula pode ajudar a reduzir em até 50% os índices de cesarianas não indicadas (aquelas que não tinham uma real necessidade de acontecer). Isso porque a doula fornece informações precisas sobre as etapas do trabalho de parto e as opções disponíveis, ajudando a mulher a tomar decisões e evitar intervenções desnecessárias.

          5- Ajuda na comunicação com a equipe médica

          Uma doula pode ajudar na comunicação com a equipe médica durante o trabalho de parto explicando termos e procedimentos de forma clara e compreensível, comunicando os desejos da mãe e do parceiro à equipe médica, incentivando a mãe e o parceiro a fazerem perguntas e esclarecerem dúvidas, evitando mal-entendidos entre a equipe médica e a mãe, reduzindo o estresse e promovendo uma atmosfera calma.

          6- Melhor recuperação pós-parto

          A presença de uma doula pode ajudar na recuperação pós-parto de várias maneiras, auxiliando a mulher a se recuperar fisicamente mais rápido, dando suporte e orientação para a amamentação, ajudando a mulher a estabelecer uma boa rotina. Também pode reduzir o risco de depressão pós-parto, oferecendo apoio emocional, acolhimento e ainda ajuda a mulher a se sentir mais autônoma e confiante em cuidar de si mesma e do seu bebê.

          7- Redução do risco de depressão pós-parto

          Estudos mostram que o apoio de uma doula pode reduzir significativamente o risco de depressão pós-parto, pois ela oferece apoio emocional durante o parto, pós-parto e nos primeiros dias após o nascimento, ajudando a mãe a se sentir mais no controle do seu processo de parto e cuidado pós-parto, oferecendo um ouvido ativo e sem julgamentos, permitindo que a mãe expresse seus sentimentos e preocupações de forma transparente.  Além de poder conectar a mãe com recursos locais de apoio, como grupos de apoio à depressão pós-parto.

          8- Apoio na amamentação

          A presença de uma doula pode aumentar as taxas de amamentação exclusiva e prolongada, pois ela orienta sobre os benefícios, posicionamento correto e técnicas de amamentação. Incentiva a iniciar a amamentação logo na golden hour, garantindo um bom posicionamento e fixação. Ajuda também a resolver problemas comuns como dor e mastite, oferece apoio emocional para superar desafios e manter a confiança na amamentação, orienta sobre como armazenar e manipular o leite materno, ajuda a mãe a planejar a amamentação após o retorno ao trabalho. E conecta a mãe com recursos adicionais, como consultores de amamentação ou grupos de apoio à amamentação.

          É importante lembrar que cada doula é única e pode oferecer um conjunto diferente de habilidades e serviços. Se você está considerando contratar uma doula, é importante pesquisar e encontrar uma que se adeque às suas necessidades e preferências. Lembrando que o que funciona para uma mulher pode não funcionar para outra. Uma doula pode trabalhar com a mulher para encontrar as técnicas que melhor funcionam para ela.

          Artigo escrito por

          Flavia Oliveira

          Jornalista e Relações Públicas, formada em Mediadora de Conflitos, pelo Instituto Federal de Brasília, através da Tertúlia Literária Dialógica. Mãe de dois: Mia e Andrea, vivendo em Malta e sempre com uma passagem para o próximo destino a ser descoberto.