Relato de parto na ótica da acompanhante: Mãe solo

Nem sempre as mulheres têm ao seu lado o parceiro ou uma grande rede de apoio. Há muitas mulheres que são mãe solo e enfrentam a jornada da gestação sozinhas, sem um parceiro.

A gestação é um dos momentos mais importantes e difíceis da vida de uma mulher, apesar de toda a emoção e amor envolvido pelo filho, as gestantes precisam de uma rede de apoio para passar pelos desafios da gravidez. 

Quando a gestante tem a possibilidade de passar por toda a situação com o apoio do parceiro, ela tem ao seu lado um “porto seguro” para enfrentar os desafios e receber o cuidado que necessita. 

Com uma rede de apoio, a gestante consegue passar pelas consultas, ter alguém com quem contar nos dias mais difíceis, dividir a alegria de estar gerando uma nova vida, preparar-se para o parto e receber o acompanhamento necessário. 

Mesmo sem um parceiro ao seu lado, é essencial que as mães possam contar com a ajuda de familiares e/ou amigos, pois ter alguém que se importa por perto – mesmo que não o pai da criança – é fundamental para a saúde psicológica da gestante.

Dificuldades de uma gestação solo

É comum que as pessoas ao redor fiquem ansiosas com a chegada do bebê, mas é preciso se preocupar também em como a mãe está se sentindo durante a gestação, principalmente, quando a mãe está passando pela gravidez sozinha sem a companhia do parceiro. 

Minha irmã é mãe solo, passou a gestação inteira sem ajuda alguma do genitor, foram dias com momentos muito difíceis, pois além de estar solitária, a gestação dela não foi nada fácil. 

Ela tinha dificuldades para se alimentar, enjoava e vomitava do começo da gestação até o dia do parto, quase nada parava em seu estômago. A bebê não atingia o peso recomendado de acordo com as fases da gestação, a preocupação era imensa. 

Os médicos a encaminharam para o tratamento especializado em gestação de risco, em que consultas e tratamentos eram realizados entre 2 a 3 vezes por semana. 

A minha irmã, marcava as folgas do trabalho nos dias de consultas com medo de passar por situações ruins no emprego, mesmo sabendo de seus direitos trabalhistas. Ela estava exausta!

A responsabilidade do trabalho, aluguel da casa, contas a pagar, comprar os itens do enxoval da nenê sozinha; as crises emocionais e o cansaço da gestação. 

Apesar de amar a sua filha e saber que precisava ser forte para lutar e conseguir passar bem por essa fase, não foi nada fácil.

Graças a flexibilidade do meu trabalho, consegui acompanhar a gestação dela de perto e oferecer o suporte que precisava, ou pelo menos parte dele. 

Acompanhei ela em diversas consultas, pois ela sempre passava mal e era arriscado ir sozinha. Assisti ao menos 1 ultrassom por semana durante 4 meses, pois como era acompanhamento de risco, os exames e consultas eram mais frequentes. 

Conversava sempre com ela sobre as dificuldades e o que poderíamos fazer para que ela conseguisse se alimentar melhor, tanto para a sua saúde quanto para a da bebê. 

Quando ela não estava bem, eu a convidava para vir dormir e passar uns dias na minha casa, para que ela se sentisse menos sozinha e entendesse que tinha pessoas que a apoiavam e iriam estar presente nessa fase dando força para ela.

Numa visão ideal, passar pela gestação com o parceiro, escolher as roupinhas, montar o enxoval, comprar móveis, ir as consultas, se emocionar ao descobrir o sexo do bebê, fazer o chá de fraldas e as demais tradições que envolvem esse momento, é um sonho. 

Na visão real, muitas mulheres sofrem com o abandono e sem apoio durante a gestação. E a questão não é somente “criar um filho sem parceiro”, mas todo o processo doloroso, difícil e custoso que é a gestação. 

Sabemos que as mulheres devem amar aos seus filhos e se esforçarem por eles, mas é muito difícil que as pessoas entendam que a mulher não é apenas a mãe, mas também é uma pessoa que precisa de cuidados e apoio para enfrentar os desafios e momentos difíceis. 

Eu senti as dores da minha irmã de perto, vi quando ela estava sozinha e se sentindo mal psicologicamente e fisicamente, ajudei ela a fazer a lista dos itens essenciais para os primeiros meses de vida da bebê, quando estava emocionada e precisava compartilhar as novidades da gestação com alguém. 

A importância de um acompanhante é oferecer suporte para a gestante, mostrar a ela que não está sozinha, que pode contar com alguém e dividir os momentos felizes, afinal, a gestação tem momentos lindos e que precisam ser compartilhados. 

É essencial que o acompanhante na hora do parto seja o mesmo que foi presente durante a gestação, se possível é claro, pois ajuda a deixar a gestante mais segura e confortável. 

Pé de criança recém-nascida com pulseira rosa da maternidade.
Banco de imagem.

O Papel da Acompanhante: Confiança e Apoio Emocional

Sabemos que a gestação não é fácil e que o parto é muito preocupante, pois todos sabem que será um momento doloroso, com um longo período de contrações, medo, dúvidas, entre outros. 

Quando comecei a acompanhar a gestação da minha irmã, pesquisei vídeos e conteúdos em blogs sobre maternidade na internet. Li e assisti a muitos conteúdos sobre gravidez, parto normal e parto cesárea, cuidados com bebês, e muito mais.

Um conselho que posso dar: É importante que a pessoa que vá assistir ao parto, vá ao menos a uma ou mais consultas com a gestante, pesquise sobre parto, e analise se realmente será a pessoa que irá assistir ao parto. 

O parto é um momento delicado demais, a mãe passa por muita dor, cansaço e emoções a flor da pele, então é importante que o acompanhante seja uma pessoa que dê suporte e não que cause preocupação na gestante ou que passe mal. 

Há muitos casos de pessoas que não conseguem assistir ao parto, seja por não conseguir ver sangue e/ou presenciar a dor da gestante. Portanto, se você for ser acompanhante na sala de parto, esteja preparado. 

Por isso, é importante que o acompanhante tenha acompanhado a gestante antes do parto, a fim de saber quais as condições médicas e dar o apoio necessário.

Além disso, o acompanhante deve estar atento a todos os procedimentos realizados pelos profissionais, sempre questionando e presente no momento da realização dos mesmos. Garantindo que não haverá violência obstétrica.  

É fundamental que o acompanhante do parto e a gestante estejam cientes dos seus direitos desde a internação da mulher até a hora do parto. 

O acompanhante deve ter em mente que o seu papel na hora do parto é oferecer suporte emocional e psicológico para a parturiente. 

Expectativas e preparativos para o parto

De acordo com opiniões de especialistas, o esperado é que a mulher entre em trabalho de parto a partir de 37 semanas até 40 semanas. 

No caso da minha irmã, como a bebê estava com dificuldade para ganhar peso e era muito pequena (gestação de risco), optaram por induzir o parto assim que completou 37 semanas. 

A indução de parto é realizada a partir da administração de medicamentos a cada 4 horas, sendo administrados no máximo 6 comprimidos. 

Foram administrados apenas 2 comprimidos na minha irmã, ela entrou logo em trabalho de parto. Eu acompanhei tudo de pertinho, perguntei detalhadamente aos médicos como seria o processo e fiquei bem atenta. 

Nós já esperávamos que o parto dela poderia acontecer a qualquer momento assim que completou as 36 semanas, pois o médico do pré-natal havia informado a ela. 

Assim que ele a orientou, minha mãe preparou a bolsa da bebê e da minha irmã. É essencial saber quais itens a gestante e a criança irão precisar após o parto.

Nossa expectativa é que fosse um parto normal, rápido e sem intercorrências, afinal, é o que todos desejam. 

Temos outros relatos de parto no nosso site, conheça a experiência de uma mãe de parto humanizado e não humanizado.

Vivenciando o parto: Sensações e desafios

Assim que se iniciou o trabalho de parto, comecei a sentir um mix de emoções, fiquei ansiosa, com medo pela minha irmã, e preocupada. No entanto, tentei manter a calma e me atentei às necessidades dela. 

Ajudava ela a ir ao banheiro, procurava o médico quando se iniciava as contrações para que nos orientasse, perguntava se queria água, e ajudava com os exercícios pré-parto.

Quando as contrações iniciaram, me senti aflita e preocupada, pois a dor que minha irmã expressava sentir era grande. Ela começava a se tremer, sentia cãibras que demoravam a passar, sentia muita vontade de ir ao banheiro. 

Era uma energia de dor e sofrimento pairando no ar, mas eu tentava acalmá-la e lembrá-la das orientações médicas: 

  • Quando senti dor, não grite, tente respirar fundo; 
  • Faça força apenas quando as contrações se iniciarem; 
  • Aproveite quando as contrações forem embora para descansar;
  • Se sentir vontade de evacuar, não vá ao banheiro, pois quando o bebê está para nascer a sensação é semelhante;
  • Beba água em pequenas quantidades. 
  • Caminhar um pouco, fazer exercício na bola, etc., para ajudar com a dilatação. 

Um dos maiores desafios não é nem ver o sangramento ou secreção, mas sim se manter calmo e conseguir oferecer o apoio emocional que a gestante precisa, pois na hora da dor elas esquecem de tudo e, se precisar xingar, xingam qualquer um. 

A mulher sente muita dor, é indescritível conseguir explicar a sensação, me senti aflita e não pude fazer nada, a não ser dar apoio, segurar em sua mão e falar que já ia acabar, que em breve sua pequena estaria em seus braços. 

O trabalho de parto da minha irmã durou em média 9 horas, foi bem difícil, a bolsa teve que ser rompida pelos médicos, ela achava que não ia aguentar (em suas palavras: Eu não aguento, sinto que vou morrer!), passou muito mal e vomitou muito. 

Mas, depois de muita dor e sofrimento, minha sobrinha nasceu. A parte mais emocionante foi ver a cabeça dela saindo, o seu primeiro choro, quando peguei ela no colo pela primeira vez. 

Sinceramente, não tem sensação melhor no mundo. Sei que minha irmã é a mãe, mas como acompanhante foi transformador e mágico presenciar esse momento milagroso que é a vida!

Ajuda do acompanhante durante o parto 

Além do apoio emocional e preparo, o acompanhante pode ajudar no momento do parto, caso seja parto normal. 

Mas como assim ajudar? Os médicos orientam que a mulher deve fazer força quando a contração iniciar e que é importante que ela não grite, pois gritar a faz perder o fôlego para conseguir empurrar quando a criança estiver vindo.

Eu fui para perto da minha irmã e segurei em sua mão, mas quando vi que ela estava cansada, me posicionei ao lado da maca, fui atrás da minha irmã e passei os meus braços por baixo dos seus, apoiando as costas dela em meu peitoral. 

Desse modo, ela conseguiu segurar, fazer mais força e se apoiar de maneira confortável.

Como mencionei anteriormente, é importante o acompanhante se preparar para este momento. 

Conheça o papel da doula durante a gestação e o parto, e como ela pode ajudar durante o parto.

O valor da empatia e do apoio à gestante

Como podemos observar, do início da gestação até o momento do parto, a mulher vivencia muitas experiências, dificuldades, desafios e emoções. 

Ter uma rede de apoio é fundamental para que ela possa enfrentar esse novo desafio com mais tranquilidade e segurança. 

Quando falo sobre rede de apoio, não significa ter muitas pessoas ali ao redor – seria ótimo se tivesse? sim, mas ter ao menos um acompanhante para ajudá-la em momentos necessários durante a gestação e que também a acompanhe e ofereça suporte durante o parto. 

A empatia de se colocar no lugar do outro e oferecer apoio em momentos difíceis é uma das melhores coisas que o ser humano pode fazer, ou seja, demonstrar preocupação, apoio e amor ao próximo, principalmente, para um amigo ou familiar. 

Estar ao lado da minha irmã durante a gestação e o parto, não foi benéfico somente para ela, pois foi gratificante para mim que vivenciei uma ótima experiência, senti uma emoção que nunca havia sentido e, com certeza, me abriu os olhos para a vida. 

Apoiar o outro nos transforma também, mostra a real essência do ser humano e do que significa amar ao próximo. É gratificante demais saber que presenciei um dos momentos mais importantes da vida de alguém e que fiz a diferença para ela. 

Edição geral de Rondy Cavulla e escrito pela equipe


MyBabyCare

Mas Afinal, o que é Parto Humanizado? Entrevista com enfermeira obstétrica.

Entrevista com Luana Melo – enfermeira obstétrica 

 

Existe muita polêmica em torno do que significa de fato o conceito de “parto humanizado”. Com a violência obstétrica sendo vista cada vez mais como natural e com o protagonismo feminino também sendo deixado de lado para que tenham intervenções médicas desnecessárias, o nome humanizado gera muitas dúvidas.

Para entendermos um pouco mais sobre o conceito: parto humanizado, conversamos com Luana Melo, enfermeira especializada em ginecologia e obstetrícia, sócia da Clínica Vitta e enfermeira do grupo Nascido em Casa (equipe de parto domiciliar planejado), ambos no Estado de Sergipe, Brasil. 

Neste post você vai ver

  • Parto humanizado x parto não humanizado;
  • Humanizaçao na cesárea;
  • Protagonismo feminino;
  • Plano de parto;
  • Enfermeira obstétrica e doula no parto humanizado

 

Parto humanizado x parto não humanizado

O termo humanização não se refere à via de parto (vaginal ou cesárea), mas ao tipo de assistência e respeito que a mulher recebe.

A diferença do parto humanizado para o não humanizado é que no humanizado poderão acontecer intercorrências que podem ser resolvidas de maneira positiva”, esclarece Luana. 

“As pessoas acham que parto humanizado é aquele parto que é em casa, mas não, nem sempre. A mulher pode ter um parto em casa, mas que seja cheio de violência obstétrica, como também pode ter um parto em um hospital, mas que de fato ela seja a protagonista daquele momento, onde as escolhas dela sejam respeitadas. O protagonismo do parto da mulher traz isso, que as escolhas dela sejam informadas no plano de parto e, principalmente, respeitadas. Nem sempre um parto na banheira foi um parto humanizado“, explica. 

Ainda de acordo com Luana, algumas medidas não farmacológicas para alívio da dor são feitas, como: penumbra, água morna, musicoterapia, aromaterapia, movimentação no trabalho de parto e sugestão das melhores posições, massagens relaxantes, uso do rebozo (que é um xale utilizado para promover relaxamento e conforto da gestante). 

Além disso, fazemos a ausculta fetal e, através do comportamento da gestante vamos acompanhando o passar das fases desse trabalho de parto”, conclui Luana. 

Humanizaçao na cesárea

A principal humanização, conforme explica Luana, é o respeito pela escolha de cada mulher. No entanto, se ela optar pelo parto normal e houver alguma intercorrência no caminho, ela deve ser avisada de que os planos podem mudar para um parto cesáreo, para preservar a segurança da mãe e do bebê. “De fato, algumas mulheres quando precisam de uma cesárea intraparto, se sentem realmente frustradas, neste caso, cabe ao acompanhante e a equipe acalentar e explicar que às vezes se faz necessário a cirurgia. E, quando bem indicada, salva vidas” complementa Luana.

Alguns exemplos de atitudes humanizadas numa cesárea, podem ser: garantir o acompanhante na sala de parto, preservar o ambiente e o momento do nascimento, evitando ruídos altos, conversas paralelas, permitir o contato do bebê com a mãe assim que ele nasce para que, ao sair da vida uterina, ele possa sentir na pele que está com sua mãe e sentir esse vínculo. Caso ela deseje, possibilitar a entrada da doula também na cesárea, garantir que aconteça a Golden Hour e a amamentação na primeira meia hora de vida” conclui Luana. 

A humanização, portanto, estará na garantia do protagonismo da mulher, numa indicação real de cesárea baseada em evidências científicas e no olhar integrativo e respeitoso para o parto, independentemente da via.

Protagonismo feminino 

No parto humanizado, o foco é o protagonismo dessa mulher e desse bebê que está a caminho. Essa é a ideia do parto humanizado: respeitar e dar condições seguras para mãe e bebê no momento do parto. “E para isso acontecer, essa mulher precisa estar munida de informações, essas informações são necessárias para que o processo seja mais leve, mais bem construído” disse Luana. 

“A mulher escolhe o jeito que ela quer parir, a forma que ela quer estar em cada fase do parto. Se quer um banho quente, se quer ficar de cócoras, se prefere uma massagem e, caso escolha uma anestesia, o tipo de anestesia”, concluiu. 

Plano de parto 

 

O Plano de Parto, é um documento elaborado pela gestante, juntamente com seu parceiro ou parceira e revisado pelo obstetra responsável pelo pré-natal. Ele é um guia para o trabalho de parto, com descrição dos desejos e das expectativas da gestante.

“No plano de parto vai constar as preferências daquela família em relação ao trabalho de parto, parto, pós-parto e cuidados com esse bebê naquele momento. Informações importantes que norteiam o trabalho da equipe. O plano de parto inclusive tem um poder jurídico. Então, ele deve ser seguido certinho e quando não puder ser seguido, essa família deverá ser comunicada e precisam autorizar qualquer procedimento.” explica Luana.  

*modelo de plano de parto 

Apesar de não ser um documento obrigatório, o plano de parto é uma forma de planejar melhor este momento e, aos poucos, ir se preparando para a hora do parto. A ferramenta, inclusive, é recomendada pelo Ministério da Saúde e pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

 

Foto de Luma Pimentel na Unsplash
#PraCegoVer Um bebe deitado coberto porém lençol branco, visto pelo seu pé.

OMS e o Parto Humanizado 

 

O parto é um processo fisiológico e natural que pode ser vivenciado sem complicações pela maioria das mulheres e bebês. E tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto o Ministério da Saúde, no Brasil, recomendam que o parto seja humanizado. 

“É aconselhado pela OMS também, que a enfermeira obstétrica esteja atuante nas casas de parto, nos centros de parto natural, nas maternidades, mesmo nas intra hospitalares por que a gente tem a habilidade técnica para conduzir o parto.” diz Luana.

“A mulher pode estar no processo de um parto humanizado, não usando soro, por exemplo, quando é feito um exame de toque e rompe a bolsa da mulher sem a mulher consentir, neste momento já deixou de ser um parto humanizado. O foco do parto humanizado é o protagonismo da mulher e as escolhas da mulher baseadas nas evidências científicas que temos.” conclui. 

Enfermeira obstétrica e doula no parto humanizado

 

Uma das características do parto humanizado é o trabalho multidisciplinar com o protagonismo da mulher. Ou seja, o conhecimento da enfermeira obstetra, doula e do médico obstetra se complementam. 

“A doula não é necessariamente uma enfermeira obstétrica. A doula dá apoio emocional e sugere técnicas não medicamentosas ou exercícios para alívio da dor. A enfermeira acompanha a evolução do trabalho de parto, com avaliação dos sinais vitais maternos, dinâmica uterina, ausculta fetal.” explica Luana.

Ainda de acordo com Luana, as estatísticas mostram que sim, o acompanhamento por enfermeiras e doulas diminuem de fato o número de cesáreas e diminuem intervenções durante o trabalho de parto, como episiotomia, grandes lacerações, o tempo do trabalho de parto e do uso de ocitocina sintética. 

“Durante o trabalho de parto, a doula permanece ao lado da mulher. Atuando com massagens, auxiliando na movimentação, sugerindo posições, enfim, encorajando a mãe naquele momento tão singular. Além disso, ajuda o acompanhante a se envolver e participar ativamente do momento. Também explica sobre todos os procedimentos técnicos, sendo uma “ponte” entre os futuros pais e a equipe médica. Depois do nascimento, a profissional continua apoiando a família, principalmente nos cuidados com o bebê e a amamentação.

O parto humanizado possui inúmeras vantagens!

“Os bebês nascem mais tranquilos e nascem em um ambiente de harmonia e respeito também é essencial para promover um vínculo saudável com a mãe nesse começo de vida. E a mulher, tendo todo conforto e apoio emocional neste momento, acaba tendo uma percepção totalmente positiva do parto. Sem o uso desnecessário de intervenções médicas, a parturiente tende a ter também uma recuperação muito mais rápida e sem complicações. Pois “um parto que decorre naturalmente sem precisar de intercorrências da equipe é um parto mais tranquilo.” confirma Luana. 

Propiciar a experiência do parto humanizado a uma mulher, é garantir o respeito aos seus diversos aspectos culturais, individuais, psíquicos e emocionais. É acreditar na fisiologia da gestação e do parto, devolvendo o protagonismo e poder a mulher. 

Enfermeira Obstetra

Luana Melo é enfermeira especialista em Ginecologia e Obstetrícia, capacitada em inserção de Diu e Implante subdérmico. Concursada no PSF de Indiaroba-SE. Empreendedora Sócia da Clínica Vitta. Enfermeira do Grupo Nascido em Casa (equipe de parto domiciliar em Sergipe). Nas redes sociais você pode acompanhar Luana em @enfaluanamelo. 

Artigo escrito por

Flavia Oliveira

Jornalista e Relações Públicas, formada em Mediadora de Conflitos, pelo Instituto Federal de Brasília, através da Tertúlia Literária Dialógica. Mãe de dois: Mia e Andrea, vivendo em Malta e sempre com uma passagem para o próximo destino a ser descoberto.

Hemorroida na gravidez e no pós-parto. Como prevenir ou tratar?

Um problema que atinge cerca de 15% das gestantes, a hemorroida pode causar um desconforto a mais durante o período da gestação. Sendo assim, é importante entender melhor os motivos do surgimento e o que deve ser feito para amenizar o desconforto. Por este motivo, hoje trouxemos aqui uma entrevista completa sobre o assunto com o médico proctologista Dr. Paulo Frederico. 

O Dr. Paulo é médico proctologista formado pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, especialista em Coloproctologia, Videolaparoscopia e Colonoscopia, atualmente trabalha dos melhores e maiores hospitais de Salvador, Bahia, Brasil: Hospital Agenor Paiva, Hospital de Endoscopia Ramiro Mascarenhas, Hospital Português e Hospital Aeroporto, além de ser Membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia. 

Neste post você vai ver

     

      • O que são hemorroidas?
      • Sintomas e como tratar?
      • Constipação na gravidez pos-parto?
      • Quais são os cuidados durante a gravidez?
      •  Incontinência fecal após o parto.
      • Cuidados com o períneo.
      • Quais medidas para prevenir complicações proctológicas após uma cesariana?

    O que são hemorroidas durante e após a gravidez?

    Hemorroidas são vasos dilatados da região anal que geralmente acontecem por vários fatores, entre eles: aumento da pressão dentro do abdomem e a gravidez é um fator de risco pelo aumento do útero. Pacientes que passam muito tempo sentados, que usam roupas apertadas, excesso de peso em membros inferiores, alimentação inadequada, pobre em fibras, excesso de gorduras e frituras também são fatores que podem causar as hemorroidas. Os sintomas principais são coceiras, carroço na região anal, sangramento. 

    A forma de tratamento pode ser medicamentosa, usando pomadas e medicação oral. A mudança de hábito de vida também é uma forma de tratamento: fazendo incrementação de liquidos, de fibras e higienização da região anal. Pode também consistir em tratamentos menos invasivos como ligadura elástica, infrared (utilização de raios infravermelhos aplicados nas hemorroidas, ajudando na sua diminuição),  crioterapia (embora seja pouco utilizada, é uma técnica que provoca uma pequena lesão na pele), e também pode ser cirúrgica, da forma tradicional e também de forma menos agressiva, como a técnica de desarterialização hemorroidária que é uma opção moderna e minimamente agressiva, já que não possui corte e a técnica de PPH que é a técnica de grampeamento.

    Foto de Bich Ngoc Le na Unsplash #PraCegoVer Fotografia, fundo verde na natureza e uma gestante com as duas mãos, fazendo um coração na barriga segurando a foto de uma ultrassonografia.

     

    A mudança de hábito de vida também é uma forma de tratamento.

    Como prevenir e tratar a constipação durante a gravidez e após o parto?

    Constipação durante a gestação é algo comum por alguns motivos: hormonal e também pelo aumento do volume uterino que comprime parte do intestino grosso responsável por armazenar e eliminar as fezes (o sigmóide) causando a constipação. Então a forma de evitar é aumentar a ingestão de líquido, o que também vai beneficiar a hidratação da pele, a produção de leite e o aumento da ingestão de fibra, evitar alimentos condimentados como pimenta, farinha de mandioca que contém muito amido. Todas essas dicas vão ajudar na formação de um bolo fecal adequado.

    Quais são os cuidados necessários para evitar fissuras anais durante a gravidez? E quais as opções de tratamento?

    Evitando a constipação, você evita as fissuras anais, então é hidratação, beber muito líquido, ingestão de fibra, diminuir a ingestão de alimentos condimentados (molho shoyo, pimenta, pimenta do reino, cominho, ketchup, mostarda) e a forma de tratamento em 90% das vezes é tratado de forma clínica, ou seja, pomadas (ou formuladas, lembrando que com nifedipino e dinitrato de isossorbida não podem ser prescritas na gestação ou pomadas que vendem em farmácia usual, como proctyl, ultraproct ldo). 

    É comum ter problemas de incontinência fecal após o parto? Como isso pode ser tratado?


    A incontinência, quando a mulher não consegue controlar a ida ao banheiro para fazer fezes, do pós-parto geralmente acontece em pacientes cujo a via de parto foi natural e com laceração do períneo, em que a gestante pode ter lesão dos esfíncteres interno e externo ou em função da episiotomia, que é o corte que o obstetra faz e que pode lesar a musculatura esfincteriana. O melhor tratamento é que seja reconhecido no parto imediatamente, que o proctologista seja acionado para que faça o reparo dessa musculatura para evitar que seja tratado num momento mais tardio já com uma fibrose, ou seja, no tecido cicatricial rígido.

    Qual a importância dos cuidados com o períneo antes e depois do parto?

    O ideal é que a gestante faça fisioterapia pélvica, que tenha um acompanhamento ginecológico durante toda a gestação, que tenha uma equipe com doula (clique aqui e entenda melhor os benefícios de ter o acompanhamento de uma doula) que, juntamente com o obstetra, vai treinar essa gestante para o parto (quando é optado pelo parto natural) para que a musculatura esteja fortalecida e que o parto seja o menos traumatizante possível para que não ocorra lesões.

    Quais são os riscos de desenvolver prolapsos retais durante a gestação e após o parto?

    O prolapso retal não é muito visto durante a gestação, o que a gente observa durante a gestação é a trombose hemorroidária que é o acúmulo do sangue, onde acaba aparecendo um caroço na borda do ânus. Já o prolapso pode acontecer depois. Com o envelhecer a mulher vai perder a tonicidade da musculatura, geralmente de forma generalizada, causando o prolapso. Também pode ocorrer depois por conta de trauma, ou seja, o trauma da passagem do feto e se essa gravidez foi múltiplas e também se houve perda ou lesão dessa musculatura e geralmente vai acontecer também em pacientes que são constipadas crônicas, porque o esforço evacuatório contínuo pode levar a uma perda de força muscular e então com o envelhecer vai ser observado um prolapso retal.

    Quais medidas podem ser tomadas para prevenir complicações proctológicas após uma cesariana?

    Basicamente é ter cuidado com o analgésico que vai ser prescrito para a paciente. Muitas vezes são prescritos analgésicos à base de codeína e essa medicação ajuda a constipar, ou seja, a segurar. Então é preciso evitar isso e é preciso se movimentar o mais breve possível após a cesárea, claro que com todo o cuidado. É preciso aumentar a ingestão de líquido e de fibra, principalmente após a cesárea, o que também estimula a produção de leite materno. 

    O Dr Paulo Frederico CRM17868 RQE12559, atende nos seguintes locais:

    • Hospital Português da Bahia;
    • Hospital de Endoscopia Ramiro Mascarenhas;
    • Hospital Aliança;
    • Hospital Aeroporto;
    • Gastrocentro Lauro de Freitas.

    Médico Proctologista

    Dr. Paulo Frederico

    O Dr. Paulo é médico proctologista formado pela Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública, especialista em Coloproctologia, Videolaparoscopia e Colonoscopia. E é  Membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia. 

    Artigo escrito por

    Flavia Oliveira

    Jornalista e Relações Públicas, formada em Mediadora de Conflitos, pelo Instituto Federal de Brasília, através da Tertúlia Literária Dialógica. Mãe de dois: Mia e Andrea, vivendo em Malta e sempre com uma passagem para o próximo destino a ser descoberto.

    Qual o papel da doula?

    Desde sempre o parto foi um momento especial para as mulheres, um momento único, marcado pela transformação da mulher e do homem em seus novos papéis. Juntamente com este momento é gerado bastante medo e ansiedade do que está por vir, já que é algo inédito. 

    Ao longo de toda história, bem antes da evolução da medicina, o trabalho de parto e o nascimento era acompanhado por parteiras e pelas mulheres mais experientes, onde elas traziam tranquilidade e transmitiam informações ao longo de todo processo.

    Neste post você vai ver:

        • Presença da doula na gestação

        • Presença da doula no parto
        • Presença da doula o pós-parto
          • A doula é da área de saúde?
          • O que diz a OMS?
          • Benefícios da doula

        Em um certo momento, com o avanço da medicina, as parteiras foram marginalizadas dando espaço para os partos acontecem em ambiente hospitalar e rodeado por especialistas como: médico obstetra, pediatra, enfermeira, cada um desempenhando tecnicamente o seu papel, mas deixando de lado o cuidado com o bem estar emocional daquela mãe, o que muitas vezes fez aumentar o medo, a ansiedade, a dor e, consequentemente, as complicações obstétricas e a necessidade de intervenções no momento do trabalho de parto, já que no parto a ocitocina é produzida apenas sob condições favoráveis. 

        Sendo então de extrema importância criar condições de parto acolhedoras num ambiente seguro e tranquilo para a mulher. É como se o parto tivesse se tornado uma espécie de cirurgia, o que não deveria ser a realidade na maioria dos casos. 

        É neste cenário, que o surgimento da doula (traduzido do grego para “mulher que serve”), em 1970, vem na busca de preencher esta lacuna, garantindo a calma, encorajando a futura mãe, procurando formas de aliviar as dores do trabalho de parto através de métodos não farmacológicos. Uma doula é uma pessoa treinada para fornecer apoio emocional, físico e informativo a uma mulher e seu parceiro antes, durante e após o parto.

        Presença da doula na gestação

        Durante a gestação, a principal tarefa da doula é fornecer informações sobre este novo mundo para a futura mãe, sugerindo leituras, filmes, esclarecendo as dúvidas, auxiliando na montagem do plano de parto, preparando a mulher para o grande momento, ensinando exercícios e posições de alívio da dor. Afinal, mulheres bem orientadas durante a gestação, têm a consciência de se tornar a protagonista do seu parto.

        Presença da doula no parto

        Já no trabalho de parto, a doula pode estar presente independente do tipo de parto. Ela inclusive pode esclarecer todas as dúvidas relacionadas a parto natural e à cesárea, ajudando a mãe a se preparar para ambos e para qualquer situação que possa ocorrer, dando apoio necessário não só a mãe, mas a toda família, oferecendo palavras de coragem, de reafirmação, apoio e carinho. Ela também pode corrigir qualquer falha que haja na comunicação entre a equipe do hospital com a gestante.

        Presença da doula no pós parto

        E se engana quem pensa que o trabalho de doulagem se encerra quando o bebê nasce. A doula pode auxiliar em todo processo de adaptação nos primeiros dias após o nascimento, dando dicas sobre amamentação, orientando sobre o sono do bebê e suas necessidades básicas. Além de ajudar a mãe com o puerpério também. As doulas estão presentes na vida das mulheres em um momento extremamente especial e delicado e este vínculo pode ser bem duradouro.

        A doula é da área de saúde?

        A doula não precisa, necessariamente, ser enfermeira ou ser da área de saúde. A maioria delas possui uma formação profissional anterior, mas a ausência de uma formação na área da saúde não impede que uma mulher exerça essa profissão com maestria. Sendo necessário apenas que tenha feito o curso específico para doulas, onde irá aprender as habilidades técnicas para se tornar uma. Lembrando que a doula não faz nenhum procedimento médico, como cortar o cordão umbilical ou verificar a frequência cardíaca fetal ou da mãe, seu papel principal é oferecer suporte emocional.

        O que diz a Organização Mundial de Saúde?

        E a doulagem também é reconhecida e altamente recomendada pelo Ministério da Saúde no Brasil, como também pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde 1996 acatando que a doula é uma prestadora de serviços que recebe um treinamento básico sobre parto e que está familiarizada com uma ampla variedade de procedimentos de assistência.

         

        Foto de Olivia Anne Snyder na Unsplash

        Benefícios da doula

         

        1- Redução do estresse e da ansiedade

        A presença de uma doula pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade durante a gravidez, parto e pós-parto, oferecendo apoio emocional e acolhimento, ajudando a mulher a se sentir mais segura, confiante, preparada e no controle, fornecendo informações precisas. Ensinando técnicas de relaxamento, como respiração profunda, meditação e massagem, para ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade.

        2- Melhoria da experiência do parto

        Uma doula também pode melhorar significativamente a experiência do parto para a mulher e seu parceiro. Alguns estudos mostram que mulheres que têm uma doula presente durante o parto tendem a ter uma maior satisfação com a experiência, pois a presença de uma doula cria um ambiente mais tranquilo e relaxado, criando uma memória positiva do parto.

        3- Redução da dor 

        A dor durante o trabalho de parto é uma experiência subjetiva e a presença da doula pode ajudar a reduzir esta dor, ensinando técnicas de relaxamento, como respiração profunda, meditação e visualização, para ajudar a reduzir a tensão e a dor, ajudando a mulher a encontrar posições confortáveis durante o parto. Ela também pode oferecer massagem suave para alívio da dor nas costas e nas pernas, pode aplicar compressas quentes ou frias que também ajudam no alívio da dor, como também ensinar a utilizar a bola de parto.

        4- Redução da taxa de cesarianas e intervenções médicas

        De acordo com os estudos, a presença de uma doula pode ajudar a reduzir em até 50% os índices de cesarianas não indicadas (aquelas que não tinham uma real necessidade de acontecer). Isso porque a doula fornece informações precisas sobre as etapas do trabalho de parto e as opções disponíveis, ajudando a mulher a tomar decisões e evitar intervenções desnecessárias.

        5- Ajuda na comunicação com a equipe médica

        Uma doula pode ajudar na comunicação com a equipe médica durante o trabalho de parto explicando termos e procedimentos de forma clara e compreensível, comunicando os desejos da mãe e do parceiro à equipe médica, incentivando a mãe e o parceiro a fazerem perguntas e esclarecerem dúvidas, evitando mal-entendidos entre a equipe médica e a mãe, reduzindo o estresse e promovendo uma atmosfera calma.

        6- Melhor recuperação pós-parto

        A presença de uma doula pode ajudar na recuperação pós-parto de várias maneiras, auxiliando a mulher a se recuperar fisicamente mais rápido, dando suporte e orientação para a amamentação, ajudando a mulher a estabelecer uma boa rotina. Também pode reduzir o risco de depressão pós-parto, oferecendo apoio emocional, acolhimento e ainda ajuda a mulher a se sentir mais autônoma e confiante em cuidar de si mesma e do seu bebê.

        7- Redução do risco de depressão pós-parto

        Estudos mostram que o apoio de uma doula pode reduzir significativamente o risco de depressão pós-parto, pois ela oferece apoio emocional durante o parto, pós-parto e nos primeiros dias após o nascimento, ajudando a mãe a se sentir mais no controle do seu processo de parto e cuidado pós-parto, oferecendo um ouvido ativo e sem julgamentos, permitindo que a mãe expresse seus sentimentos e preocupações de forma transparente.  Além de poder conectar a mãe com recursos locais de apoio, como grupos de apoio à depressão pós-parto.

        8- Apoio na amamentação

        A presença de uma doula pode aumentar as taxas de amamentação exclusiva e prolongada, pois ela orienta sobre os benefícios, posicionamento correto e técnicas de amamentação. Incentiva a iniciar a amamentação logo na golden hour, garantindo um bom posicionamento e fixação. Ajuda também a resolver problemas comuns como dor e mastite, oferece apoio emocional para superar desafios e manter a confiança na amamentação, orienta sobre como armazenar e manipular o leite materno, ajuda a mãe a planejar a amamentação após o retorno ao trabalho. E conecta a mãe com recursos adicionais, como consultores de amamentação ou grupos de apoio à amamentação.

        É importante lembrar que cada doula é única e pode oferecer um conjunto diferente de habilidades e serviços. Se você está considerando contratar uma doula, é importante pesquisar e encontrar uma que se adeque às suas necessidades e preferências. Lembrando que o que funciona para uma mulher pode não funcionar para outra. Uma doula pode trabalhar com a mulher para encontrar as técnicas que melhor funcionam para ela.

        Artigo escrito por

        Flavia Oliveira

        Jornalista e Relações Públicas, formada em Mediadora de Conflitos, pelo Instituto Federal de Brasília, através da Tertúlia Literária Dialógica. Mãe de dois: Mia e Andrea, vivendo em Malta e sempre com uma passagem para o próximo destino a ser descoberto.