Benefícios da yoga para crianças com Silvia Perez

A Yoga para adultos tem diversas vantagens já conhecidas, como melhorar a concentração, nos trazer para o momento presente, reduzir o estresse e controlar a ansiedade. Sendo então um ótimo exercício para o corpo, desenvolvendo força e flexibilidade. Além disso, os últimos estudos também apontam que a yoga é eficaz no controle do tdah em crianças.

Na entrevista de hoje, vamos descobrir os benefícios da yoga para o desenvolvimento físico e emocional das crianças e como podemos incentiva-las à prática. 

 

Para isto, convidamos Silvia Perez, certificada pela Cosmic Kids Yoga e Rainbow Kids Yoga, fundadora da Aloha Happy Kids, em Malta, que por meio de práticas holísticas, yoga e um profundo respeito pela natureza, guia crianças a crescerem com gentileza, confiança e um senso de admiração, capacitando-as a brilhar intensamente em tudo o que fazem.

Qual é a sua experiência ensinando yoga para crianças?

Desde 2018, quando vivenciei uma transformação pessoal em Bali, o yoga se tornou parte da minha vida e do meu propósito. Tive a alegria de ensinar em diversos ambientes, desde programas extracurriculares a creches e sessões de yoga em família. Cada espaço é único e adoro criar ambientes onde crianças e famílias se sintam seguras, alegres e apoiadas. Cada criança que conheço traz algo especial, e ensiná-las é um presente que guardo no coração.

Qual é a sua abordagem para ensinar yoga para crianças?

Minha abordagem se baseia na educação holística, na criatividade e no amor. Acredito que yoga para crianças deve ser repleto de amor, imaginação e alegria. Cada aula é como uma pequena aventura onde nos conectamos com nossos corpos, exploramos nossas emoções e nos sentimos seguros sendo nós mesmos. Eu combino contação de histórias, músicas, movimento e atenção plena para criar um espaço onde as crianças se sintam livres, apoiadas e celebradas por quem são.

Como você adapta as aulas para diferentes idades e habilidades?

Adapto cada sessão à faixa etária e às necessidades individuais. Para crianças menores, utilizo mais contação de histórias, música e dicas visuais, enquanto as maiores se beneficiam de uma exploração emocional mais profunda, exercícios de respiração e atividades de construção de equilíbrio. Sempre ofereço opções e modificações para que cada criança se sinta incluída, apoiada e bem-sucedida.

Quais são os objetivos e benefícios das suas aulas de yoga para crianças?

Meu desejo mais profundo é que cada criança que frequenta a aula se sinta amada, segura e livre para ser exatamente quem é. Quero que eles saiam de cada sessão com um grande sorriso, o coração tranquilo e um pouco mais de confiança em si mesmos. A yoga é a minha maneira de plantar sementes de amor, respeito e gentileza, sementes que espero que cresçam com eles ao longo da vida. Não se trata de posturas perfeitas; trata-se de ajudá-los a se sentirem fortes por dentro, conectados às suas emoções e conscientes do belo mundo ao seu redor.

Como você mantém as crianças engajadas e motivadas durante as aulas?

Criamos experiências mágicas juntas! Eu uso música, personagens, temas, histórias da natureza e canções que despertam a imaginação delas, especialmente com crianças menores. A música ajuda a tornar a sessão lúdica e rítmica, mas também trago acessórios, desenhos e muitos outros recursos para mantê-las totalmente engajadas. Mas o mais importante é que eu as ouço. Quando as crianças se sentem vistas e ouvidas, elas naturalmente querem participar com alegria e curiosidade.

Como você garante a segurança das crianças durante as aulas?

Eu mantenho um ambiente calmo e estruturado, mantenho as turmas pequenas e dou orientações claras para cada atividade. Também observo cada criança cuidadosamente para garantir que estejam praticando com segurança e confiança.

Quais precauções você toma para prevenir lesões?

Eu sempre começo com aquecimentos e oriento as crianças a ouvirem seus próprios corpos. Ofereço demonstrações físicas, ensino o alinhamento correto de forma simples e evito forçar qualquer postura. A brincadeira é importante, mas a segurança sempre vem em primeiro lugar.

Você tem experiência trabalhando com crianças com necessidades especiais? Há aulas especiais para essas crianças?

Embora eu não tenha uma certificação específica em yoga para crianças com necessidades especiais, minhas aulas são sempre inclusivas e abertas a todos. Crio um ambiente acolhedor e acolhedor, onde cada criança é incentivada a participar em seu próprio ritmo. Estou atenta às necessidades de cada criança e feliz em adaptar as atividades para garantir que elas se sintam seguras, respeitadas e incluídas. Se uma criança precisar de um apoio mais personalizado, recomendo trabalhar com um especialista certificado.

Quais são os benefícios da yoga para crianças, na sua experiência?

Já vi tantas transformações lindas em crianças através da yoga. Vi crianças tímidas se abrirem e se expressarem, crianças cheias de energia aprenderem a parar e respirar, e pequenos corações ansiosos encontrarem a calma. A yoga lhes dá mais do que flexibilidade ou equilíbrio; ela lhes dá ferramentas para entender suas emoções, sentir orgulho de seus corpos e se conectar com os outros de forma gentil e respeitosa. Para mim, trata-se de plantar pequenas sementes de amor, confiança e consciência que podem crescer com elas ao longo da vida.

menina em posição de yoga
Foto de Kajetan Sumila na Unsplash

Como a yoga pode ajudar as crianças a lidar com o estresse e a ansiedade?

A yoga tem sido uma ferramenta maravilhosa para ajudar as crianças a encontrar a calma em momentos de estresse. Já vi fazer maravilhas. Exercícios respiratórios simples e movimentos suaves podem ajudá-las a desacelerar e se reconectar com a respiração quando as emoções parecem avassaladoras. É como dar a elas um pequeno botão de pausa para reiniciar. Adoro ver o momento em que uma criança percebe que pode respirar fundo e se sentir melhor, ou quando ela vem até mim e diz: “Usei minha respiração quando estava nervosa hoje!” Fico muito feliz em saber que eles estão aprendendo a navegar pelo mundo com mais paz, uma respiração de cada vez.

Você tem exemplos de como a yoga pode melhorar a concentração e o foco das crianças?

Com certeza! Já ouvi muitas mães falarem sobre como a yoga ajudou seus filhos. Fico muito feliz quando os pais compartilham essas histórias. Por exemplo, uma das coisas mais doces que ouvi de uma mãe foi como sua filha começou a ensiná-la a se acalmar usando técnicas de respiração que aprenderam na aula de yoga. A criança a lembrava de respirar fundo quando as coisas pareciam estressantes, e foi um momento lindo de ciclo completo. É incrível como as ferramentas que compartilhamos em sala de aula não apenas ajudam as crianças a se concentrar, mas também as capacitam a compartilhar essas ferramentas com outras pessoas. Yoga não se trata apenas do que fazemos em sala de aula; trata-se de como essas ferramentas ajudam as crianças a navegar pelo dia com mais presença e calma. Ver as crianças aplicarem o que aprenderam no dia a dia é realmente mágico.

Como você continua a desenvolver e aprimorar suas habilidades como professora de yoga infantil?

Estou sempre aprendendo por meio de livros, workshops, cursos e, acima de tudo, com as próprias crianças. Reflito sobre cada sessão, me conecto com outros educadores e deixo a natureza, a criatividade e o amor me guiarem. Cada sorriso, cada pergunta, cada momento com uma criança me ajuda a crescer.

Em conclusão, a yoga é uma super prática para crianças, inclusive crianças com tdah, pois ajuda a desenvolver a coordenação motora, concentração e trazê-las ao momento presente. Adicionalmente, deixando-as mais relaxadas e calmas. E com a yoga sendo praticada regularmente, elas conseguem desenvolver variadas habilidades super importantes para a vida, como disciplina, capacidade de lidar com problemas, autoconfiança… 

Depois de tantos benefícios, que tal começar a praticar yoga com seu filho(a)?



Entrevistada

Silvia Perez é fundadora do Aloha Happy Kids. Nascida em Barcelona e agora morando em Malta, sempre achou que a educação deveria ser mais do que apenas conhecimento, mas sim uma nutrição da criança por inteiro. Por meio de práticas holísticas, yoga e um profundo respeito pela natureza, guia as crianças a crescerem com gentileza, confiança e um senso de maravilha.

Escrito por

Flávia Oliveira

Jornalista e Relações Públicas, formada em Mediadora de Conflitos, pelo Instituto Federal de Brasília, através da Tertúlia Literária Dialógica. Mãe de dois: Mia e Andrea, vivendo em Malta e sempre com uma passagem para o próximo destino a ser descoberto.

Perguntas e respostas sobre saúde infantil com a pediatra

Descubra, nessa parte I, as respostas para as principais dúvidas dos pais sobre a saúde e o bem-estar dos seus filhos. Desde que nos tornamos cuidadores, pais e mães, iniciamos uma jornada cheia de alegrias e desafios. Do nascimento à adolescência, os pais têm muitas dúvidas sobre como cuidar melhor dos seus filhos. 

Para ajudar a esclarecer essas dúvidas, entrevistamos a médica pediatra Dra.Luiza Gramiscelli, com as 12 perguntas mais frequentes que os pais fazem aos pediatras, com respostas claras e precisas, divididas em Parte I e Parte II.

A Dra Luiza, atende em seu consultório em Belo Horizonte e também online, por todo Brasil e em países como Malta, Alemanha etc. Nesta matéria, você encontrará orientações valiosas sobre desenvolvimento, comportamento, vacinas, alimentação e muito mais, para que você possa cuidar do seu filho com confiança e segurança.

Neste post você vai ver orientações sobre:

      • Desenvolvimento
      • Comportamento
      • Vacinas
      • Alimentação
      • E muito mais

    1.Qual é a melhor forma de prevenir doenças comuns na infância?

    A melhor forma de prevenir doenças comuns na infância é manter as vacinas em dia, garantir uma alimentação balanceada (o tal prato colorido) e incentivar o movimento e atividade física. Gosto de brincar com a importância de vitamina S (sujeira) e vitamina N (natureza): a tentativa de criar seu filho em uma “bolha” evitando ao máximo o contato com outras crianças e ambientes, ao contrário do que muitos pensam, é extremamente prejudicial.

    Além disso, é importante ter visitas regulares ao pediatra para acompanhar o desenvolvimento da criança e detectar problemas de saúde precocemente.

    2.Como posso promover um desenvolvimento saudável em meu filho?

    Enquanto bebê, incentive momentos no chão, leia para ele e garanta um ambiente seguro que ele possa explorar.

    Além disso, é interessante manter uma rotina, com horários para sono, alimentação e brincadeiras. 

    Estimule a curiosidade da criança e dê oportunidades para que ela seja criativa (você não precisa preencher todos os espaços de tempo com atividade, o tédio é necessário e importante). 

    Forneça um ambiente seguro e amoroso, onde a criança se sinta apoiada e ouvida.

    3.Quais são os sinais de alerta para doenças graves em crianças?

    Os principais sinais de alerta são:

    -Febre alta, acima de 39ºC (que não reduz com antitérmicos). Obs.: se seu filho tem menos de 3 meses, toda febre requer avaliação médica;

    -Dificuldade para respirar;

    -Sonolência excessiva;

    ⁠-Recusa total a se alimentar (é esperada uma redução da aceitação de dieta quando se está doente);

    -Vômitos que não melhoram após o uso de antiemético;

    -Sinais de desidratação: boca seca, choro sem lágrimas, fralda seca por longos períodos;

    -Aparecimento espontâneo de manchas roxas na pele;

    -Abatimento importante sem febre (é esperado uma moleza durante picos febris, mas a criança deve ficar mais animada quando a temperatura baixar. Se isso não ocorrer, procure atendimento médico).

     

    Foto de Bermix Studio na Unsplash

     

    4.Dra.Luiza, Como devo lidar com problemas de comportamento em meu filho?

    O primeiro passo é entender que birras não são uma tentativa de manipulação ou sinal de mau-criação. A maturidade neurológica só ocorre por volta dos 25 anos de idade, então ao serem contrariados, é comum que “explosões emocionais” ocorram. Seu filho ainda não sabe se acalmar sozinho e geralmente precisará da sua ajuda. 

    -Ajoelhe-se para que seu rosto fique no nível de seu filho;

    -Converse com ele em voz tranquila;

    -Sugira contarem juntos até 10 ou a respirarem profundamente juntos. Não é hora de dar um sermão ou de tentar racionalizar. 

    -Após acalmá-lo, explique o porquê de não ter concordado com determinada atitude ou não ter feito o que ele queria.

    Acolher a birra não é sobre ceder, mas sobre dar exemplo e ensinar. Não adianta querer que a criança não grite se você gritar com ela.

    Seja firme, mas também acolhedor, estabelecendo limites claros e consistentes. Elogie comportamentos positivos.

    Uma abordagem compassiva e um ambiente de apoio são a base

    Acolher a birra não é sobre ceder, mas sobre dar exemplo e ensinar. Não adianta querer que a criança não grite se você gritar com ela.

    5.Quais são as recomendações para a alimentação saudável de meu filho?

     

    -Ofereça alimentos in natura ou minimamente processados: priorize frutas, legumes, verduras e proteínas;

    ⁠-Evite alimentos ultraprocessados: “descasque mais, desembale menos”;

    -Variedade é muito importante: ofereça uma grande diversidade de alimentos para garantir todos os nutrientes necessários;

    -Comam em família e seja exemplo de qualidade e variedade – não adianta querer que seu filho se alimente de forma saudável se você não come bem também;

    -Cuidado com o açúcar e o sal: idealmente nada de sal até 1 ano de idade e não ofereça açúcar até, pelo menos, os 2 anos;

    “Água sempre, suco às vezes, refrigerante nunca”: ao contrário do que muitos pensam, o suco, mesmo natural, não deve fazer parte da rotina alimentar. Mesmo os sucos naturais não adoçados artificialmente fornecem muito açúcar (proveniente da própria fruta) com retirada da fibra que traria saciedade.

     

    Acompanhe também a PARTE II.

    Médica Pediatra

    A Dra Luiza, atende em seu consultório em Belo Horizonte e também online com pacientes em diferentes lugares do mundo. Acompanhe a Dra Luiza Gramiscelli nas redes sociais, @dralupediatra. 

    Artigo escrito por

    Flavia Oliveira

    Jornalista e Relações Públicas, formada em Mediadora de Conflitos, pelo Instituto Federal de Brasília, através da Tertúlia Literária Dialógica. Mãe de dois: Mia e Andrea, vivendo em Malta e sempre com uma passagem para o próximo destino a ser descoberto.

    Parte II: Perguntas e respostas sobre saúde infantil com a pediatra

    Parte II da entrevista com a médica pediatra Dra.Luiza Gramiscelli, com as perguntas mais frequentes que os pais fazem nos consultórios pediátricos.

    A Dra Luiza, atende em seu consultório em Belo Horizonte e também online.

    Neste post você vai ver orientações sobre:

    • Riscos de acidente:
    • Desenvolvimento;
    • Tecnologia;
    • Aprendizado;
    • Vacinas.

    6.Como posso proteger meu filho de lesões e acidentes?

     

    -Supervisão constante: mantenha um olho atento, especialmente em locais com risco de quedas, afogamentos ou queimaduras.

    -⁠Sempre tenha um adulto responsável pela sua criança, principalmente em festas. 

    Uso como exemplo a metáfora do avião: quando o piloto passa os controles, durante o voo, para o copiloto ele sempre fala “seu avião” e o copiloto responde “meu avião”.

    Essa resposta é a confirmação de que o outro está ciente de que a responsabilidade agora é dele. Na prática, se você vai se afastar de seu filho, direcione o cuidado especificamente para alguém e espere que a pessoa responda mostrando ciência de que a responsabilidade é agora dela, antes de se afastar.

    -Instale portões de segurança, protetores de tomadas e utilize cadeirinhas adequadas no carro.

    -Guarde medicamentos, produtos de limpeza e objetos cortantes em locais altos ou trancados.

    -⁠Ao invés de falar com seu filho sobre “não conversar com estranhos”, ensine a não confiar em pessoas com “comportamento estranho”, por exemplo pessoas que pedem para eles guardarem segredo dos pais (independente se são pessoas conhecidas, familiares ou desconhecidos).

    -⁠Tenha uma palavra de segurança da família: essa palavra deve ser algo comum e que não levante suspeitas e pode ser usada em diversas situações como, por exemplo, uma forma de seu filho saber que você realmente autorizou aquele amigo a buscá-lo na escola. Ou então, como uma forma de seu filho te pedir ajuda sem precisar falar que tem algo errado.

    7. Quais são os benefícios e riscos das vacinas para crianças?

    ⁠Benefícios: protegem contra doenças graves, como sarampo, poliomielite e meningite, prevenindo complicações e mortes. Elas também ajudam a controlar a disseminação de doenças na comunidade.

    ⁠Riscos: são mínimos, geralmente limitados a reações leves, como febre ou dor no local da aplicação. Efeitos adversos graves são raros.

    Os benefícios das vacinas superam amplamente os riscos e são fundamentais para manter a saúde das crianças e da população em geral.

    8.Dra.Luiza Gramiscelli, como posso ajudar meu filho a desenvolver bons hábitos de sono?

    Tenha uma rotina e a mantenha sempre que possível: tenha horários consistentes para dormir e acordar, inclusive nos fins de semana.

    ⁠Crie um ambiente tranquilo: o quarto deve ser escuro, silencioso e confortável (se precisar de luz à noite, opte por tonalidade vermelha para não prejudicar a produção de melatonina).

    Evite estímulos antes de dormir: reduza a exposição a telas e atividades excitantes à noite.

    9. Como posso encontrar um equilíbrio saudável entre a tecnologia e a vida do meu filho?

    Não exponha seu filho a telas antes dos 2 anos de idade e, mesmo após essa idade, use esses recursos apenas quando necessário (jamais em momentos como alimentação).

    Defina limites de tempo: estabeleça regras claras sobre o tempo de uso de telas. Você pode inclusive usar dispositivos como a Alexa (ou uma ampulheta) para definir o tempo máximo e mostrar para a criança que está cumprindo o tempo combinado.

    ⁠Escolha conteúdos apropriados: priorize aplicativos e programas educativos e monitore o que seu filho está assistindo ou jogando (cuidado com canais como YouTube que podem reproduzir conteúdos impróprios entre vídeos).

    ⁠Incentive atividades offline: promova brincadeiras ao ar livre, leitura, e outras atividades que não envolvam telas.

    Seja exemplo: evite ficar no telefone quando estiver com seu filho, curta o mundo offline com ele.

    Quanto ao momento ideal para se ter um telefone celular, sugiro esperar a adolescência e, mesmo assim, use controle parental para que ele não tenha acesso a apps não recomendados, como Tik Tok e Instagram.

    10.Com que frequência devo levar meu filho ao pediatra para check-ups?

    A frequência de consultas depende da idade. É importante reforçar que Pediatria é uma especialidade preventiva, então o check-up envolve muito mais exame físico e anamnese do que exames de sangue ou de imagem. Nos primeiros anos de vida, consultas rotineiras são importantes para garantir que seu filho esteja crescendo e se desenvolvendo como o esperado, assim como para prevenir doenças.

    Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a frequência de consultas é:

    • ⁠  ⁠Uma consulta entre 5-7 dias de vida
    • ⁠  ⁠Uma consulta com 15 dias de vida
    • ⁠  ⁠Consultas mensais entre 1 e 6 meses
    • ⁠  ⁠Consultas a cada 2 meses entre os 6 e os 24 meses (2 anos)
    • ⁠  ⁠Consultas a cada 3-4 meses entre os 2 e os 6 anos.
    • ⁠  ⁠Consultas a cada 6 meses entre 6 e 7 anos
    • ⁠  ⁠Consultas anuais a partir dos 7 anos.

     

     

    11.Como posso apoiar a saúde mental e emocional do meu filho?

    Apoiar a saúde mental e emocional do seu filho envolve estar presente, ser compreensivo e adaptar o apoio às necessidades de cada fase do desenvolvimento.

    Infância (0-5 anos):

    • ⁠  ⁠Crie um ambiente estável e afetuoso;
    • ⁠  ⁠Fale com seu filho, escute-o e valide seus sentimentos;
    • ⁠  ⁠Incentive interações com outras crianças e atividades de grupo.

    Pré-escola e Escola (6-12 anos):

    • ⁠  ⁠Ajude a criança a ter um dia organizado e previsível.
    • ⁠  ⁠Ensine a identificar e falar sobre sentimentos;
    • ⁠  ⁠Elogie esforços e conquistas;
    • ⁠  ⁠Ofereça apoio em desafios.

    Adolescentes (13-18 anos):

    • ⁠  ⁠Dê espaço e seja um bom ouvinte sem julgar;
    • ⁠  ⁠Esteja disponível para conversar sobre preocupações e problemas;
    • ⁠  ⁠Incentive práticas saudáveis, como atividades físicas e tempo para hobbies;
    • ⁠  ⁠Esteja atento a sinais de estresse intenso, ansiedade ou depressão e considere buscar ajuda especializada se necessário.

     

    12. Quais são os sinais de que meu filho pode ter problemas de aprendizado?

     

    -⁠Dificuldades persistentes na escola, como desempenho significativamente abaixo do esperado para a idade.

    -⁠Problemas com leitura, escrita ou matemática, como dificuldade para aprender ou usar habilidades básicas.

    ⁠-Dificuldade em seguir instruções e manter o material escolar organizado (ou estar sempre perdendo itens do material) 

    -⁠Facilidade em se distrair e dificuldade para manter o foco em tarefas.

    ⁠-Sentimentos de frustração e falta de confiança em suas habilidades.

    -Essas respostas são preciosas e podem ajudar muito nos cuidados com as crianças, compartilhe, envie para amigos e familiares. 

    Médica Pediatra

    A Dra Luiza, atende em seu consultório em Belo Horizonte e também online com pacientes em diferentes lugares do mundo. Acompanhe a Dra Luiza Gramiscelli nas redes sociais, @dralupediatra. 

    Artigo escrito por

    Flavia Oliveira

    Jornalista e Relações Públicas, formada em Mediadora de Conflitos, pelo Instituto Federal de Brasília, através da Tertúlia Literária Dialógica. Mãe de dois: Mia e Andrea, vivendo em Malta e sempre com uma passagem para o próximo destino a ser descoberto.

    Hemorroida na gravidez e no pós-parto. Como prevenir ou tratar?

    Um problema que atinge cerca de 15% das gestantes, a hemorroida pode causar um desconforto a mais durante o período da gestação. Sendo assim, é importante entender melhor os motivos do surgimento e o que deve ser feito para amenizar o desconforto. Por este motivo, hoje trouxemos aqui uma entrevista completa sobre o assunto com o médico proctologista Dr. Paulo Frederico. 

    O Dr. Paulo é médico proctologista formado pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, especialista em Coloproctologia, Videolaparoscopia e Colonoscopia, atualmente trabalha dos melhores e maiores hospitais de Salvador, Bahia, Brasil: Hospital Agenor Paiva, Hospital de Endoscopia Ramiro Mascarenhas, Hospital Português e Hospital Aeroporto, além de ser Membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia. 

    Neste post você vai ver

       

        • O que são hemorroidas?
        • Sintomas e como tratar?
        • Constipação na gravidez pos-parto?
        • Quais são os cuidados durante a gravidez?
        •  Incontinência fecal após o parto.
        • Cuidados com o períneo.
        • Quais medidas para prevenir complicações proctológicas após uma cesariana?

      O que são hemorroidas durante e após a gravidez?

      Hemorroidas são vasos dilatados da região anal que geralmente acontecem por vários fatores, entre eles: aumento da pressão dentro do abdomem e a gravidez é um fator de risco pelo aumento do útero. Pacientes que passam muito tempo sentados, que usam roupas apertadas, excesso de peso em membros inferiores, alimentação inadequada, pobre em fibras, excesso de gorduras e frituras também são fatores que podem causar as hemorroidas. Os sintomas principais são coceiras, carroço na região anal, sangramento. 

      A forma de tratamento pode ser medicamentosa, usando pomadas e medicação oral. A mudança de hábito de vida também é uma forma de tratamento: fazendo incrementação de liquidos, de fibras e higienização da região anal. Pode também consistir em tratamentos menos invasivos como ligadura elástica, infrared (utilização de raios infravermelhos aplicados nas hemorroidas, ajudando na sua diminuição),  crioterapia (embora seja pouco utilizada, é uma técnica que provoca uma pequena lesão na pele), e também pode ser cirúrgica, da forma tradicional e também de forma menos agressiva, como a técnica de desarterialização hemorroidária que é uma opção moderna e minimamente agressiva, já que não possui corte e a técnica de PPH que é a técnica de grampeamento.

      Foto de Bich Ngoc Le na Unsplash #PraCegoVer Fotografia, fundo verde na natureza e uma gestante com as duas mãos, fazendo um coração na barriga segurando a foto de uma ultrassonografia.

       

      A mudança de hábito de vida também é uma forma de tratamento.

      Como prevenir e tratar a constipação durante a gravidez e após o parto?

      Constipação durante a gestação é algo comum por alguns motivos: hormonal e também pelo aumento do volume uterino que comprime parte do intestino grosso responsável por armazenar e eliminar as fezes (o sigmóide) causando a constipação. Então a forma de evitar é aumentar a ingestão de líquido, o que também vai beneficiar a hidratação da pele, a produção de leite e o aumento da ingestão de fibra, evitar alimentos condimentados como pimenta, farinha de mandioca que contém muito amido. Todas essas dicas vão ajudar na formação de um bolo fecal adequado.

      Quais são os cuidados necessários para evitar fissuras anais durante a gravidez? E quais as opções de tratamento?

      Evitando a constipação, você evita as fissuras anais, então é hidratação, beber muito líquido, ingestão de fibra, diminuir a ingestão de alimentos condimentados (molho shoyo, pimenta, pimenta do reino, cominho, ketchup, mostarda) e a forma de tratamento em 90% das vezes é tratado de forma clínica, ou seja, pomadas (ou formuladas, lembrando que com nifedipino e dinitrato de isossorbida não podem ser prescritas na gestação ou pomadas que vendem em farmácia usual, como proctyl, ultraproct ldo). 

      É comum ter problemas de incontinência fecal após o parto? Como isso pode ser tratado?


      A incontinência, quando a mulher não consegue controlar a ida ao banheiro para fazer fezes, do pós-parto geralmente acontece em pacientes cujo a via de parto foi natural e com laceração do períneo, em que a gestante pode ter lesão dos esfíncteres interno e externo ou em função da episiotomia, que é o corte que o obstetra faz e que pode lesar a musculatura esfincteriana. O melhor tratamento é que seja reconhecido no parto imediatamente, que o proctologista seja acionado para que faça o reparo dessa musculatura para evitar que seja tratado num momento mais tardio já com uma fibrose, ou seja, no tecido cicatricial rígido.

      Qual a importância dos cuidados com o períneo antes e depois do parto?

      O ideal é que a gestante faça fisioterapia pélvica, que tenha um acompanhamento ginecológico durante toda a gestação, que tenha uma equipe com doula (clique aqui e entenda melhor os benefícios de ter o acompanhamento de uma doula) que, juntamente com o obstetra, vai treinar essa gestante para o parto (quando é optado pelo parto natural) para que a musculatura esteja fortalecida e que o parto seja o menos traumatizante possível para que não ocorra lesões.

      Quais são os riscos de desenvolver prolapsos retais durante a gestação e após o parto?

      O prolapso retal não é muito visto durante a gestação, o que a gente observa durante a gestação é a trombose hemorroidária que é o acúmulo do sangue, onde acaba aparecendo um caroço na borda do ânus. Já o prolapso pode acontecer depois. Com o envelhecer a mulher vai perder a tonicidade da musculatura, geralmente de forma generalizada, causando o prolapso. Também pode ocorrer depois por conta de trauma, ou seja, o trauma da passagem do feto e se essa gravidez foi múltiplas e também se houve perda ou lesão dessa musculatura e geralmente vai acontecer também em pacientes que são constipadas crônicas, porque o esforço evacuatório contínuo pode levar a uma perda de força muscular e então com o envelhecer vai ser observado um prolapso retal.

      Quais medidas podem ser tomadas para prevenir complicações proctológicas após uma cesariana?

      Basicamente é ter cuidado com o analgésico que vai ser prescrito para a paciente. Muitas vezes são prescritos analgésicos à base de codeína e essa medicação ajuda a constipar, ou seja, a segurar. Então é preciso evitar isso e é preciso se movimentar o mais breve possível após a cesárea, claro que com todo o cuidado. É preciso aumentar a ingestão de líquido e de fibra, principalmente após a cesárea, o que também estimula a produção de leite materno. 

      O Dr Paulo Frederico CRM17868 RQE12559, atende nos seguintes locais:

      • Hospital Português da Bahia;
      • Hospital de Endoscopia Ramiro Mascarenhas;
      • Hospital Aliança;
      • Hospital Aeroporto;
      • Gastrocentro Lauro de Freitas.

      Médico Proctologista

      Dr. Paulo Frederico

      O Dr. Paulo é médico proctologista formado pela Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública, especialista em Coloproctologia, Videolaparoscopia e Colonoscopia. E é  Membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia. 

      Artigo escrito por

      Flavia Oliveira

      Jornalista e Relações Públicas, formada em Mediadora de Conflitos, pelo Instituto Federal de Brasília, através da Tertúlia Literária Dialógica. Mãe de dois: Mia e Andrea, vivendo em Malta e sempre com uma passagem para o próximo destino a ser descoberto.